Oito artigos para ajudar a entender a violência no Equador

Ilustração por Distintas Latitudes. Usada sob permissão.

Este artigo foi escrito por Distintas Latitudes e publicado em 10 de janeiro de 2024. Uma versão editada é republicada na Global Voices como parte de um acordo de parceria de conteúdo.

Um grupo armado ocupou as dependências do canal de televisão equatoriano TC Televisíon, em Guayaquil, por vários minutos em 9 de janeiro de 2024, enquanto uma transmissão ao vivo estava sendo feita. Os funcionários do canal foram mantidos reféns e libertados mais tarde pela polícia do Equador.

Por várias horas, o Equador passou por momentos particularmente caóticos e violentos, depois de vários meses de violência crescente, com notícias de saques na capital, Quito, a suspensão das aulas em todas as universidades do país, e relatos da presença de grupos armados do crime organizado em prisões e hospitais.

Desde 8 de janeiro, dois dos mais perigosos criminosos do país estão à solta. As prisões do Equador são um território sem lei nem ordem.

Após os eventos, o recém-eleito presidente, Daniel Noboa, que está no cargo há 50 dias, assinou o Decreto 111, que estabelece a existência de um “conflito interno armado” no país, identifica mais de 20 gangues e grupos criminosos, e autoriza as forças armadas a realizar operações para combatê-los.

Diante dessa situação, o Distintas Latitudes compilou artigos, relatórios e conteúdo que ajudam a contextualizar e explicar a violência pela qual passa o Equador. As recomendações são da equipe do Distintas Latitudes: Karol Noroña, Ana Cristina Basantes, Valentín Díaz e Samantha Proaño, jornalistas equatorianos que participaram do X Space produzido pelo Distintas Latitudes “O que está acontecendo no Equador?”

Captura de tela do site da AP feita em 18 de janeiro de 2024.

1. “Estamos ao vivo”: homens armados atacam estúdio de televisão no Equador em meio a uma onda de violência, por AP

Este artigo explica passo a passo o que aconteceu na TC Televisión em Guayaquil e o contexto da situação. É um “artigo muito bom para explicar o que aconteceu nesses dias”, diz Karol Noroña. Foi escrito por jornalistas de Guayaquil, Equador.

2. Daniel Noboa declara um “conflito interno armado” no Equador depois da invasão de um grupo armado a um canal de televisão, por El País

Ana Cristina Basantes oferece este texto publicado no El País, que fornece uma explicação geral dos eventos de 9 de janeiro, incluindo detalhes da invasão da TC Televisión em Guayaquil e as decisões políticas que tiveram que ser tomadas diante do pânico da população e as tensões geradas pela magnitude da violência.

Captura de telado site da Plan V feita em 18 de janeiro de 2024.

3. O que significa o “conflito armado interno” do Equador?, por Plan V

Este artigo explica bem as implicações do Decreto 111 assinado pelo presidente Daniel Noboa, como uma extensão do Estado de Exceção que ele já tinha declarado. É o decreto que criou uma situação sem precedentes do país. O governo declarou as pessoas envolvidas como terroristas, mas ao mesmo tempo reconhecidas como beligerantes não estatais; e listou pelo menos 22 gangues criminosas, algumas das quais tem desentendimentos entre si. Diversos especialistas reagiram à medida sem precedentes.

4. Dias antes da fuga, o SNAI não apareceu na audiência contra Fito, por Plan V

Este é um excelente artigo para entender um dos gatilhos e o pano de fundo da fuga de Fito, líder da gangue Los Choneros, uma das maiores organizações criminosas do Equador. De acordo com Karol Noroña, é importante porque mostra a negligência e cumplicidade do Estado nos eventos de 9 de janeiro.

5. Pacificação das prisões em 2022 foi um fracasso: uma análise, por GK

É uma reportagem da jornalista equatoriana exilada Karol E. Noroña que inclui testemunhos de prisioneiros, famílias, especialistas e fontes confidenciais de prisões, e que explica a política de pacificação fracassada. O texto expõe as mentiras e erros do governo do ex-presidente Guillermo Lasso, que contribuíram para a situação atual. Vale a leitura para quem quer se aprofundar no contexto das prisões no Equador e seu papel na crise social.

6. Documentário Los Choneros: duas décadas de violência, por Plan V

Valentín Díaz recomenda esta investigação que se aprofunda nas origens e história da Los Choneros, a maior gangue criminosa do Equador. O documentário detalha como e quem a criou e o que aconteceu com a organização depois que seu chefe supremo, Jorge Luis Zambrano, conhecido como “Rasquiña”, foi assassinado em 2020.

7. O que está por trás da onda de violência no Equador?, El Hilo Podcast

Samantha Proaño, uma jornalista de Cuenca, no Equador, nos traz este episódio do El Hilo, publicado em novembro de 2021, quando a violência no Equador começou a ficar notável e um assunto popular no continente. O episódio responde questões fundamentais para entender a crise política e social no Equador e como o país foi de uma zona de passagem a ponto central do tráfico de drogas na região.

Captura de tela do site do El Hilo feita em 18 de janeiro de 2024.

8. As crianças invisíveis da coca, por GK

Também recomendamos esta reportagem que mostra a realidade da infância em uma das regiões mais conflituosas de Portoviejo, a capital da província de Manabí, Equador, entre violência, pobreza e o micro-tráfico de cocaína e maconha como a única alternativa para a sobrevivência.

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