Após a grande festa de carnaval brasileira, segue-se um período de balanço sobre as consequências deixadas pela folia, às vezes boas, às vezes ruins. À parte os problemas causados pelo uso excessivo de álcool e drogas, sexo sem segurança e violência, existe um outro lado que movimenta a mídia: notícias relacionadas às celebridades.
É incontestável a importância do Carnaval na cultura brasileira. Tão amada, quanto odiada, a Festa já presenteou anônimos com a glória, atraiu oportunistas em busca desenfreada pela fama, bem como destruiu a reputação de personalidades públicas que perderam a razão e extrapolaram limites.
O carnaval é palco de muitas histórias e a blogosfera brasileira contribuiu para a divulgação de muitas delas. Confira abaixo flashbacks mágicos, vergonhosos, irreverentes, polêmicos e divertidos dessa importante festa brasileira.
1978 – Sua Majestade e a Cinderela Negra
Partilhando um vídeo do momento, Alisson Gothz no blog Trash 80's recorda o ano em que o Príncipe Charles passou pelo sambódromo:
Tudo aconteceu quando ele foi conhecer de perto uma escola de samba. Super entusiasmado, Charles ficou encantado com a mulata Piná. Quebrando todas as regras de protocolo real, ele simplesmente se jogou no samba e tentou acompanhá-la, dançando super atrapalhado. Mas o que vale mesmo é a intenção, né?
1983 – Schwarzenegger no carnaval do Rio: divertido ou vergonhoso?
Schwarzenegger foi convidado para fazer um documentário, para popularizar o carnaval do Rio de Janeiro. O resultado foi catastrófico. Abaixo, a opinião da blogueira Cris Lasaitis:
Se você achava George W. Bush o joão-bobo supremo da política americana, talvez mude de opinião ao ver este documentário resgatado dum obscuro arquivo televisivo dos anos 70 [sic], estrelado por ninguém menos que o governator da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, desbravando a selva de um país mui pitoresco… Quem não viu, morra-se de rir. Ou de vergonha alheia
1984 – A musa do carnaval brasileiro é homem
Estamos falando da transexual Roberta Close. O blog Anos 80 Incríveis postou sobre o assunto:
(…) a revista Playboy estampou-a na capa da edição de maio de 1984. Pela primeira vez na história do periódico, a principal atração não era uma belíssima mulher, mas um “homem”. A chamada da capa da revista era: “Incrível. As fotos revelam por que Roberta Close confunde tanta gente”
1989 – O polêmico Cristo mendigo
Ilustrando “um tempo, não muito distante, em que exaltar as maravilhas do Brasil era considerado como um sinal de alienação”, o blog Geografia e Tal conta a história do carro alegórico “Cristo Mendigo” do “saudoso carnavalesco Joãosinho Trinta (1933-2011)”:
foi na mesma [Escola de Samba] Beija-Flor [de Nilópolis], em 1989, que Joãosinho deu um tapa na cara dos críticos ao colocar na avenida um desfile revolucionário, diferente de tudo o que já tinha sido realizado até então, o antológico “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia“, quando a Sapucaí foi invadida por uma turba de excluídos, mendigos, meninos de rua e desocupados, regidos com maestria ao som do empolgante samba-enredo interpretado magistralmente por Neguinho da Beija-Flor. Foi uma verdadeira catarse coletiva, de proporções épicas.
(…) O carro alegórico “Cristo Mendigo” foi censurado por ser considerado ofensivo à Igreja e, numa sacada criativa, totalmente coberto com um plástico preto, com uma faixa com os seguintes dizeres: “Mesmo proibido, olhai por nós!”
1994 – Lilian e Itamar: O oportunismo se sobrepõe à ingenuidade
Sobre o escândalo sexual protagonizado pelo então presidente Itamar Franco no sambódromo do Rio em 1994, Arthur Gandini escreveu no seu blog:
Acho que poucas fotos na história da política brasileira causaram tanta repercussão e surpresa.
Com exceção dos flagras de políticos em crimes, só consigo pensar na célebre imagem do ex-presidente Itamar Franco, no carnaval, ao lado da modelo [Lilian] Ramos, mostrando em um ângulo por baixo que a moça não usava calcinha
2007 – Bloco Cordão do Bola Preta vira Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro
Em 1918, foi fundado um cordão que provisoriamente chamaram de “Só se bebe água”. Os foliões reunidos nos bares da antiga Galeria Cruzeiro, no Centro do Rio, viram passar por eles uma bela pierrete (o feminino de pierrô) vestida de roupa branca com bolas pretas. Daí surgiu o novo nome do bloco, Cordão do Bola Preta, que em 2007 foi tombado pela Prefeitura carioca como Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro.