Blogueiros de todo o mundo marcaram o Dia Internacional de Luta contra a Aids [en] no primeiro dia de dezembro falando abertamente e de forma clara sobre HIV e AIDS. Cada postagem é um tributo contra a epidemia, que apenas segue fortalecida através de silêncio e desinformação.
Malawi: Conte a sua história
De Malawi, o jornalista e autor do Global Voices, Victor Kaonga, compartilha a lembrança [en] da primeira entrevista de todas que ele conduziu com uma mulher assumidamente soro-positiva:
I had traveled from Malawi's capital Lilongwe for over 350 km to meet this lady in a rural area in Zomba. Connecting to her village, I had to cycle about 20 km with my recorder and notebook.
The lady had a story which I thought was worth pursuing and capturing for broadcast. What attracted me to her was the fact she did not hide she was HIV positive and to declare so in 1999 in Malawi was almost a taboo. Yet she defied all odds of the time even when ARVs were no there. Eight years down the road, it is still difficult to do away with the golden silence over AIDS in Malawi.
Eu tinha viajado da capital de Malawi, Lilongwe, por cerca de 350 km para encontrar essa senhora em uma zona rural de Zomba. Chegando no vilarejo, tive que pedalar 20 km com meu gravador e caderno de notas.
A senhora tinha uma estória que eu considerei que valeria a pena seguir e gravar para difusão. O que mais me atraiu foi o fato de que ela não escondia ser soro-positiva e declarar tal coisa em 1999 em Malawi era praticamente um tabu. Ainda assim, ela desafiava todas as probabilidades em dias em que não havia ARV. Oito anos se passaram e ainda é difícil quebrar o silêncio quando o assunto é AIDS em Malawi.
Bangladesh: Quebrando tabus
Em Bangladesh, a socióloga e ativista da causa da AIDS, Kathryn B. Ward [pt], criou uma série de cartazes sobre sexo seguro, com o personagem “Seu Coelhinho”, um brinquedo de pelúcia com camisinhas para janelas de carro. Em um dos cartazes, ele diz em bengali: “Eu tenho camisinhas e dinheiro. Vamos fazer amor. Coelhinhos espertos sempre usam camisinha.”
Mundo: Mudando opiniões
Internews criou um mapa interativo do jornalismo do Local Voices sobre saúde pública e HIV/Aids ao redor do mundo. Ele traz estórias de jornalistas que passaram por treinamento para fazer reportagens de maneira aberta sobre as crises, além de áudio e textos da Ásia, África e Europa.
Sylvia Chebet produziu essa peça para a TV Cidadão, no Quênia, sobre segurança quando o assunto é sangue:
Caribe: Recuperando as últimas esperanças
Na Jamaica, Yardflex [en] fala sobre mulheres soro-positivas que recuperaram a sexualidade:
“You can have your sexuality…you don't have to lose it because you have HIV…” People tend to think that contracting HIV can spell the end of their sex lives, but HIV-positive Africans of all ages are now being urged to reclaim their sexuality and live healthy, normal lives. “I got this [HIV] through sex, so [I thought] my sexuality was gone and I felt I needed to stop dressing attractively and wait to die,” Florence Anam, 28, an information officer at the Kenya Network of Women with AIDS, told IRIN/PlusNews.
“Você pode manter sua sexualidade… você não precisa perdê-la porque você tem HIV…” As pessoas tendem a pensar que contrair HIV pode ser o fim de suas vidas afetivas, mas africanas soro-positivas de todas as idades estão agora sendo motivadas a recuperar a sexualidade delas e a viver de maneira sadia. “Eu peguei [HIV] através do sexo, então [pensei] minha sexualidade tinha acabado e eu senti a necessidade de parar de me vestir de maneira atrativa e esperar para morrer”, disse Florence Anam, 28, uma trabalhadora da Rede Queniana de Mulheres com AIDS, ao IRIN/PlusNews.
O Pulitzer Center of Crisis Reporting [en] criou um belo website multimídia chamado os Heróis do HIV no Caribe [en].
Brasil: Tratamento e preconceito
Apesar de taxas de infecção por HIV altamente devastadoras, o Brasil conseguiu transformar sua estratégia em uma história de sobrevivência. Desde 1996, o governo brasileiro garante acesso aos medicamentos anti-retrovirais a todos que necessitem. O blogue Olhares da Stelinha [pt] diz que apenas tratar não basta:
O Brasil já encontrou um modelo de tratamento para a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, que hoje é considerado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) uma referência para o mundo. Agora nós, brasileiros, precisamos encontrar uma forma de quebrarmos os preconceitos contra a doença e seus portadores e sermos mais solidários do que somos por natureza. Acabar com o preconceito e aumentar a prevenção devem se tornar hábitos diários de nossas vidas.
(Texto original de Solana Larsen)
O artigo acima é uma tradução de um artigo original publicado no Global Voices Online. Esta tradução foi feita por um dos voluntários da equipe de tradução do Global Voices em Português, com o objetivo de divulgar diferentes vozes, diferentes pontos de vista. Se você quiser ser um voluntário traduzindo textos para o GV em Português, clique aqui. Se quiser participar traduzindo textos para outras línguas, clique aqui.