Mark Zuckerberg falou sobre as reivindicações dos usuários do Facebook na Ucrânia por uma melhor moderação do conteúdo e também pela criação de uma representação oficial. Sua resposta? O Facebook “pode vir a considerar” a abertura de um escritório na Ucrânia “no futuro”.
Essa semana, vários usuários na Ucrânia se queixaram de terem suas mensagens e contas removidas ou bloqueadas sem que houvesse qualquer violação aos padrões da comunidade no Facebook. Eles alegaram que essas remoções tiveram motivos políticos e que as mensagens foram relatadas como violações pelas massas de “apoiadores do Kremlin”. O grande apelo a Zuckerberg obteve até mesmo o apoio do presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, que publicamente se uniu às reivindicações por um escritório do Facebook na Ucrânia.
Num debate transmitido ao vivo online P&R com o fundador do Facebook, a Ucrânia foi tema central, tendo a reivindicação inicial a Zuckerberg recebido 45.000 curtidas – um recorde do debate, segundo o moderador do evento. O apoio à questão de Poroshenko também foi citada.
Zuckerberg disse “ter realizado alguma pesquisa” antes da sessão P&R para “ter certeza de que daria as respostas certas” às denúncias ucranianas. Além da abertura de uma representação ucraniana, também falou sobre a remoção de conteúdos e a prática de moderação abusiva que os usuários afirmaram ser por “razões políticas”.
Assim, ele afirmou que algumas das mensagens em questão realmente apresentavam conteúdo que violava os Padrões de Comunidadedo Facebook, no que se refere à regra contra o “incitamento ao ódio”, mas não deu nenhum exemplo específico.
We don't allow content that is overtly hateful, contains ethnic slurs, or incites violence. There were a few posts that tripped that rule, and I think we did the right thing according to our policies by taking down that content.
Não permitimos conteúdo que seja abertamente odioso, que contenha insulto étnico ou incite à violência. Algumas mensagens esbarravam nessa regra, e penso que fizemos o que é certo, de acordo com nossas políticas, ao removê-las.
Confirmando o atual conflito entre Rússia e Ucrânia, o fundador do Facebook também se referiu ao “meme” eternizado pelos muitos usuários ucranianos no qual o conteúdo gerado pelos ucranianos era moderado em um escritório na Rússia por “russos anti-ucranianos”. Ele reiterou o que outras representações do Facebook já tinha confirmado: que o Facebook não possui um escritório na Rússia e que o referido conteúdo do segmento ucraniano era moderado por uma equipe internacional e multilíngue em Dublin.
Zuckerberg admitiu que a equipe cometeu um erro ao relatar a remoção de mensagens de ucranianos:
We did make one mistake. When we reached out to people to tell them why we took stuff down, there was a bug in the software: the reason [for blocking] content was given as ‘nudity’ instead of ‘hate speech.'[…] But we fixed that and apologized. And we'll try not do this again.
Cometemos um erro sim. Quando comunicamos as pessoas sobre o porquê de removermos certos conteúdos havia uma falha no software: a razão [do bloqueio] pela qual o conteúdo foi tido como ‘nudez’ em vez de ‘incitamento ao ódio.'[…] Mas corrigimos isso e nos desculpamos. E vamos tentar não fazer isso novamente.
Zuckerberg se referiu então à pergunta sobre um escritório oficial na Ucrânica, o que muitos ucranianianos acreditam que seria útil para diminuir a quantidade de bloqueios infundados. A resposta, contudo, foi vaga:
Are we willing to put an office in Ukraine? Over time, it's something we might consider in the future. There are advantages to people working for Facebook not spread out around the world, but in a smaller number of offices. it makes sense to have local teams for sales, marketing, but for engineering and things like that it makes sense to centralize. But as we look to expand over time, we will, of course, consider all of these countries.
Queremos abrir um escritório na Ucrânia? Com o tempo, quem sabe, vamos considerar isso no futuro. É mais vantajoso não espalhar o pessoal que trabalha no Facebook pelo mundo, mas sim em tê-lo num número reduzido de escritórios. Faz sentido ter equipes locais para marketing e vendas, mas já para engenharia e tal é melhor centralizar. Mas, como pensamos em expandir, com o tempo, vamos considerar todos esses países, com certeza.
Os usuários ucranianos da rede não ficaram muito satisfeitos com as respostas, muitos dos quais veem o Facebook como “uma plataforma na qual se pode procurar e encontrar a verdade, na qual ideias são compartilhadas e discutidas além de ter muitos movimentos coordenados da sociedade civil .” Enquanto falavam sobre algumas questões como o porquê de algumas mensagens terem sido removidas por nudez sem que houvesse qualquer indício, eles não conseguiram explicar a retirada de um conteúdo como esta foto da filha de um ex-soldado ucraniano ou do retrato e a citação de um poeta clássico (que dificilmente se enquadrariam em ‘incitamento ao ódio’). A comunidade da red na Ucrânia aparentemente terá de lutar muito pelo seu direito à liberdade de expressão e talvez continuar exigindo uma moderação mais granular e mais sensível.
1 comentário
Eh imperador Mark, ou o Augusto acorda e para de fazer coach com beast, ou as tropas romanas desertam… E eu vou pra Marte, sem salto alto!#!