Este post foi escrito em colaboração com Jessica Carrillo. [Todos os links levam a sites em espanhol, a não ser quando especificados]
Depois das eleições mais intensas das últimas décadas, a Venezuela vai somar seis anos mais à gestão que começou em 1999 com Hugo Chávez Frías. O movimento nas redes sociais — e particularmente no Twitter — foi bastante intenso, especialmente momentos antes do anúncio oficial dos resultados.
Do lado que apoia o presidente, os tweets expressam alegria e satisfação; já entre os que seguiam a proposta de Henrique Capriles, há uma mistura de sentimentos de decepção com profundas convicções de que as mudanças serão possíveis no futuro.
Em uma leitura detalhada, a imagem de um país dividido em dois pode ser mais nítida que antes. As separações entre as diferentes camadas da sociedade continuam sendo marcadas como parte do discurso.
Adriana (@SombreroRojo) diz:
@SombreroRojo: Sigan! sigan el discursito de inclusión tipo: tierruos [apelativo despectivo usado contra la gente que vive en los barrios], brutos, analfabetas. Tendremos Chávez como… 30 años mas? sí, facil!
Enquanto isso, MariAzul (@Mariazul84) escreve:
@Mariazul84: Asi con desprecio, con asquito, con arrogancia y todo, se tienen que calar que los tierruos les elija el presidente a la “gente nice”.
Já o usuário @Racksonador pede para parar os discursos alarmistas:
@Racksonador: Y dejen de estar diciendo que van a matar a la gente o que los mataran y que se van a ir del país. LISTO SE ACABO #ElcomandanteSeQueda
Pelo lado da oposição, há agradecimento a Henrique Capriles pelo seu trabalho de campanha, críticas ao oportunismo do presidente e denúncias de graves irregularidades nos dias da campanha eleitoral.
Do mesmo modo, muitos também pedem reflexão para seguir a luta e levar em conta que, apesar de a vitória não ter sido alcançada nestas eleições, os líderes da oposição contam agora com uma unidade organizada que permitirá um trabalho mais coeso e eficiente nos próximos anos.
Fedosy Santaella (@Fedosy) escreve:
@Fedosy: Capriles seguirá sirviendo, yo seguiré escribiendo. Mi país es mi país. No soy menos venezolano, ni soy menos escritor.
Moraima Guanipa (@haticos) diz:
@haticos: Reconoceré el triunfo de Hugo Rafael Chávez Frías pero jamás aplaudiré la forma ventajista, abusiva y manipuladora con la que se impuso.
@upallove, por outro lado, expressa decepcionada os resultados desta e de outras eleições presidenciais:
@upallove: En Argentina gano Cristina. En México gano Peña Nieto. En Venezuela gano Chavez. En Latino América gano la ignorancia.
Andrea (@DynamiteAndre) aponta, como muitos outros, sua preocupação com o uso de armas durante a celebração:
@DynamiteAndre: “¡VIVA CHÁVEZ!” seguido del sonido de muchos tiros seguidos. No, amigo chavista. No vas a poder convencerme de que esto está bien.
Depois de examinar as numerosas mudanças que aconteceram na noite das eleições, uma ideia surge no debate: a necessidade do reconhecimento para a superação da grande diferença de classes e a autocrítica necessária para cada um de seus atores. Luis Carlos Díaz (@LuisCarlos) apontou essa necessidade que se destaca como resultado destas eleições:
@LuisCarlos: Empieza la competencia por el reconocimiento del otro
Luis Carlos enfatizou também um feito da reflexão necessária para todas as tendências:
@LuisCarlos: El presidente Chávez gana por cuarta vez una elección presidencial y tendrá un periodo 1999-2019
Do lado da base do governo, Gabriel López (@GaboVzla) diz:
@GaboVzla: El triunfo que ya todos conocemos merece tambien profundas reflexiones,que sin duda vendran.Hoy,a celebrar y a fortalecer nuestra democracia
Muitas perguntas ficam abertas e muitas opiniões mais ocuparão as conversas esta semana na blogosfera venezuelana.
1 comentário
como é triste vê em pleno século XXI pessoas que ainda apoia um ditador, um tirano. quem nasceu pra ser dominado nunca aceitará liberdade. onde existe dominador os dominados se acovarda.