Quando Margarita Mbywangi tinha 5 anos de idade, foi tirada de seus pais e vendida repetidas vezes para realizar trabalhos domésticos forçados em residências da elite paraguaia. Essa era uma ocorrência comum nas comunidades indígenas Aché do Paraguai durante a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989). Tais práticas eram maneiras com que proprietários de terra podiam afastar os Aché de suas terras ancestrais e, assim, tomarem posse delas. Como consequência desses raptos, muitos jovens Aché encontrariam a si mesmos longe de suas casas e longe de suas raízes indígenas.
Mbywangi atualmente integra o projeto Rising Voices Aché djawu (A palavra Aché) [es], e recentemente ela escreveu uma publicação no blog do projeto [es] sobre sua vida:
Yo Mbywangi me contaron que nací en Kuetuvy en el año 1962, a los 5 años me robaron de mi madre en la época de la dictadura, crecí en una familia paraguaya hasta los 16 años, a la edad de 20 años volví con mi familia aché en la comunidad Chupapou en 1980. No encontré a mis padres, sólo encontré a mis hermanos.
Quando Mbywangi enfim retornou a sua casa no início dos anos 1980, ela se tornou enfermeira e também mãe. Ela prossegue neste post:
En el 81 tuve mi primer hijo y dije, ahora sí tengo un compañero, en ese dia estuve completa. Pasé aquellos años criando mi hijo y atendiendo la salud de la gente de mi comunidad.
Nas décadas seguintes, contudo, ela se tornou mais politicamente ativa na defesa dos direitos indígenas. Ela foi candidata ao Senado Paraguaio e foi até mesmo levada à prisão por seu papel em protestos para defender reservas naturais de desmatamento ilegal [es]. Em 2008, Mbywangi recebeu um convite do gabinete do ex-presidente Fernando Lugo para se tornar ministra de Assuntos Indígenas. Ela se tornou a primeira pessoa integrante de uma comunidade indígena a assumir esse posto.
Como parte do projeto Rising Voices, Mbywangi começou a fazer uso de um blog coletivo para compartilhar suas experiências. Ela também criou uma conta no Twitter (@MargaMbywangi), que ainda está se acostumando a manter atualizada. Neste vídeo, ela fala sobre a importância de compartilhar sua história com outras comunidades indígenas e com a audiência global:
Ela finaliza seu post no blog a explicar sobre o seu nome, que tem as marcas da tradição Aché e de sua trajetória:
Me encanta que me llamen Mbywangi porque es el nombre que me puso mi mamá de sangre, y Margarita me puso mi segunda mamá aunque no fui reconocida por ellos como hija. Sólo tengo mi nombre y me siento feliz con los dos nombres que tengo.