O Cheroot[EN] é um cigarro cilíndrico que tem os dois lados cortados durante a fabricação. Uma vez que os cheroot são cigarros retos, sem curvatura, torna-se muito barato o seu enrolamento por meios mecânicos, e seu baixo custo os torna particularmente populares. A palavra cheroot vem do francês ‘cheroute‘, do tamil ‘curuttu'/'churuttu'/'shuruttu‘ – rolo de tabaco. Esta palavra pode ter sido absorvida na língua francesa a partir do original tamil durante o início do século 16, quando os franceses estavam tentando marcar sua presença no Sul da Índia. A palavra pode ter sido então absorvida pelo inglês a partir do francês. [fonte: Wikipedia]
Acendendo um cheroot em Myanmar – Foto por zrim
Veyilaan[TA] fala sobre uma pessoa que trabalhava em uma fábrica de cheroot em Tamil Nadu do Sul, Índia.
சுந்தரம்! ஏன்யா இன்னும் ஒக்காந்திட்டே இருக்குற?
வீட்டுக்குப் போவேண்டியது தான?
போணும் மொதலாளி! கெளம்புறேன்!
சுருட்டுக் கடை மொதலாளி மட்டுந்தான் ‘சுந்தரம்’னு பேரச் சொல்லிக் கூப்புடுவார். மத்தவங்களுக்கெல்லாம் அவர் ‘செட்டியார்’ தான்!“Sundaram! Por que você ainda está aqui? Você já deveria estar em casa.
Sim chefe. Já estou indo.
Apenas o dono do ‘Cheroot Store’ [armazém de cheroot] o chamava de ‘Sundaram‘. Para os outros, ele é ‘Chettiar‘.
Chettiar com a barriga proeminente, vestido com uma camiseta rasgada e manchada de tabaco e um lungi sujo, pode ser sempre visto perto dos degraus da entrada do ‘cheroot store’. Ele fica por lá até que a loja feche. Por vezes até depois disso.
O ‘cheroot store’ não é realmente um ‘store’ [armazém] em si. É uma companhia fabricante de cheroots.
‘Danushkodi Vilas Suruttuk Kampani‘(em tamil) – Companhia de Cheroots de Danushkodi Vilas.
A companhia poderia ser chamada “Cheroot Store” porque alguns dos fumantes compram seus cheroots por lá.
Se alguém fuma um cheroot, as pessoas podem sentir seu cheiro a 4 casas de distância pela rua abaixo. Se o cheiro de um único cheroot pode ser sentido tão longe, imagine então o de uma loja de cheroot.
O ‘Cheroot Store’ costuma ser uma referência de lugar para as pessoas. Mesmo as pessoas que apenas perguntam a respeito de como chegar nos lugares usam o ‘Cheroot Store’ como referência. Em um certo momento, de 40 a 50 pessoas costumavam trabalhar no ‘Cheroot Store’. Agora, no máximo dez pessoas trabalham lá.
Sundaram Chettiar trabalhava lá também. Ele podia trabalhar no ‘Cheroot Store’, mas ele nunca fumou um cheroot.
Chettiar fazia todos os serviços no ‘Cheroot Store’. Ele separava as folhas de tabaco empacotadas em um fardo. Ele lavava as folhas em uma banheira e secava-as sob o sol. Ele cortava o tabaco seco em pequenos quadrados, enrolava os quadrados de tabaco, prendia etiquetas, empacotava-os em dúzias em um pacote e os afixava. Chettiar fazia todo tipo de trabalho no ‘Cheroot Store’.
O trabalho de Chettiar era bem sedentário na maior parte do tempo e ele começou a criar barriga por conta disso. Conforme ele foi ficando mais velho, o trabalho de Chettiar começou a ser afetado por sua grande barriga.
O dono do Cheroot Store chamou-o um dia e disse que ele não estava tão produtivo quanto antes, e o disse para ficar em casa. Mas Chettiar ainda pode ser visto sentado nos degraus do ‘Cheroot Store'!
Um dia eu perguntei a Chettiar, ‘Por que você está sempre sentado aí, Chettiar?’. Ele respondeu, ‘Eu trabalhei aqui por anos, e eu não consegui me libertar do hábito’.
Eu continuei perguntando sempre que o via. Chettiar se abriu, hesitantemente, depois de muita persistência de minha parte.
Chettiar disse. ‘Eu estou tão acostumado com este maldito tabaco. Eu não consigo ficar em casa sem sentir o seu aroma. Eu tentei o tanto quanto pude ficar em casa. Mas eu não consigo fazer nada. Eu não sei como falar sobre isso. É por isso que fico aqui todo dia respirando seu cheiro.’
‘O que você faz à noite?’
‘Mesmo de noite, antes de ir para a cama, eu abro um cheroot ao lado da minha cama. Só assim, eu sou capaz de ter uma boa noite de sono.’
‘Você fazia isso quando você trabalhava no Cheroot Store'?
‘Não não. Naquele tempo, mesmo depois de vir para casa meu corpo cheirava a tabaco. Mesmo minhas roupas.’
Só assim, eu soube por que Chettiar esteve lá sentado nos degraus do Cheroot Store por todo o dia.
Eu visitei a minha cidade há alguns dias, e descobri que Chettiar havia sucumbido a uma doença que atinge os fumantes.
Fazendo cheroots em Burma – Foto por akimowitsch
NÃO FAÇA ISSO!
(texto original por Mathy Kandasamy)
O artigo acima é uma tradução de um artigo original publicado no Global Voices Online. Esta tradução foi feita por um dos voluntários da equipe de tradução do Global Voices em Português, com o objetivo de divulgar diferentes vozes, diferentes pontos de vista. Se você quiser ser um voluntário traduzindo textos para o GV em Português, clique aqui. Se quiser participar traduzindo textos para outras línguas, clique aqui.
6 comentários
Opa, valeu pela dica. Vou consertar daqui a pouco.
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Hey, thanks for the advice. I’ll take care of this in a moment.
D.D.
In portuguese, the word Charuto is used for cigars.The cheroot, being untappered, aren’t the same thing as the portuguese “charutos”. So i decided to keep the original word.
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Em português, a palavra charuto é usada para designar o ‘cigar’ anglôfono. Os cheroot, tendo um formato diferente daquele do charuto, não são a mesma coisa designada pela palavra ‘charuto’ no português. Por isso decidi manter a palavra original.
Achei a história triste, e a foto do indiano fumando, linda!
É a preimeira vez que venho aqui, gostei.
Se tivesse inglês suficiente me inscreveria como voluntária.
Pena.
Apesar de derepente não fazer muito sentido,
quando vi a foto lembrei de coisa da minha infância.
Uma dia passou um andarilho lá pela minha terra
e ensinou às mulheres do lugar, algumas crendices curandeiras, uma delas, era para fazer parar as cólicas das crianças.
Acendia-se um cigarro de fumo de rolo – tipo charuto rústico – enchia-se a boca com a fumaça, e sem tragar,
deixando a fumaça demorar-se um pouco dentro da boca, e depois, soprar muito suavemente a fumaça diretamente no umbigo da criança, até ela parar de chorar.
Lembro da minha mãe fazendo isso nas minhas irmãs mais novas.
Eu disse que não tinha muito a ver copm a história aqui contada, mas esse velho indiano aí sentado, com esse cheroot me lembrou desse fragmento da minha infância.
Ah, sim, minhas irmãs sempre paravam de chorar com dores de cólicas.
Parabéns por teu trabalho.
Abs.
Olá Cecília. É mesmo uma história triste, não é? E a matéria escrita por Kandasamy ficou realmente excelente. Foi um prazer trabalhar com a tradução desta.
Achei bacana também a sua história. Sou fascinado pelos ritos populares que grassam pelas áreas não urbanizadas (e mesmo pelas urbanizadas) deste mundo. Se não existe poder no ano, ao menos na crença se pode fiar. Não duvido que a fumaça do fumo de rolo parasse mesmo com as cólicas das crianças. Conheço gente que usa esta mesma fumaça para curar tosse de alergia a poeira — acredite se quiser.
E quanto à colaboração, nem só de tradutores se faz o corpo de colaboradores do global voices em português. Precisamos também, e muito, de gente que ajude a difundir o conteúdo, comentá-lo em seus blogues, recomendá-lo a amigos e conhecidos. Tudo isso é também uma excelente forma de colaborar conosco. Fique à vontade de colaborar como quiser e puder. A equipe Global Voices agradece de coração.
Abraços do Verde.