Nome: Jose Alfredo Hau Caamal
Língua: Maia
Localização: Chichimilá, Yucatan
Resumo do projeto:
Criação de paisagens linguísticas usando escrita maia antiga e contemporânea através do OpenStreetMap (OSM).
Bix a beele'ex, in k'aaba'e’ Alfredo Hau. Táan in jo'olintik u meyajil: U chíikulil boonil úuchben maayats'íib yéetel u t'aanil maaya kaaj tu péepet boonil openstreetmaps.
Meu nome é José Alfredo Hau Caamal, tenho 36 anos e pertenço à comunidade de língua maia x-alau, no município de Chemax, em Yucatán. Atualmente moro em Chichimilá, em Yucatán.
Eu ensino as crianças da comunidade a decifrar hieróglifos. Também sou tradutor freelance de espanhol para maia em vários tópicos, e crio projetos focados em linguagem e cultura.
Meu projeto
Este projeto de ativismo digital é baseado no ensino da escrita maia antiga conhecida como úuchben ts'íib, epigrafia, escrita hieroglífica, glifos maias ou, como dizem os acadêmicos, o sistema clássico de escrita maia. Ter orgulho do nosso legado como ponto de referência para este projeto é fundamental para que a língua maia possa ser utilizada em espaços de interação e para que os membros da comunidade possam vê-la representada em sinais, cartazes, inscrições ou em qualquer superfície física.
Meu projeto inclui a criação de paisagens linguísticas usando a escrita maia antiga e contemporânea através do OpenStreetMap, bem como a criação de locais, rotas e itinerários usando a paisagem linguística da comunidade para fortalecer a língua e revitalizar a escrita maia antiga. Também inclui a formação de crianças, jovens e adultos no uso do sistema de escrita para criar cartazes, murais, placas, anúncios e sinalização para espaços públicos e enviá-los para o OpenStreetMap de modo a destacar os espaços de uso comum e locais históricos com nomes dados pela comunidade.
A minha motivação
Desde 2003, faço parte do CONAFE (Conselho Nacional para o Desenvolvimento da Educação) como instrutor comunitário. Durante esse tempo, o trabalho que tenho feito nas comunidades maias tornou-se muito importante para mim. Ensinar me fez mudar minha trajetória profissional de estudar turismo para me dedicar às atividades culturais da comunidade. Participei como professor alfabetizador do INEA (Instituto Nacional de Educação de Adultos). Fiz parte do projeto em que os professores foram avaliados na língua maia, traduzi a Constituição Política do México, a Constituição Política de Yucatan, a Enciclopédia de Yucatan e ensinei úuchben ts'íib e maia a diferentes setores da população. Isso me lembra que a coisa mais difícil foi encontrar uma maneira de demonstrar que a língua maia não é inútil como tem sido apresentada, mas que tem todas as características de qualquer outra língua.
Perceber que meus filhos fazem parte da geração que não fala maia é uma das razões mais importantes para eu ensinar a língua.
Podemos ensinar, fortalecer e preservar a língua demonstrando que a língua maia pode ser transmitida aos nossos filhos sem a necessidade de estar em uma escola, mas usando-a no que já temos disponível: hieróglifos, textos, frases, palavras maias em espaços públicos, lojas, casas e todos os espaços em que se pode escrever e caminhar, observando e lendo maayat'aan como uma criança que está apenas aprendendo a ler.