Este post faz parte da nossa cobertura especial Votos do Paquistão 2013 [en].
À medida que o Paquistão se aproxima da primeira transição democrática de poder no país, com as históricas eleições [en] a poucos dias de distância, as redes sociais online incentivam os paquistaneses a terem um papel mais activo no processo eleitoral.
As eleições no Paquistão são marcadas por tensão. O mandato de cinco anos do governo de coligação, eleito democraticamente e liderado pelo Partido Popular do Paquistão, deve terminar com as eleições de 11 de Maio de 2013. Quase sempre que houve eleições no passado, os partidos acusaram-se mutuamente de fraude e de má conduta, dando lugar à violência.
Mas ao contrário do que acontecia anteriormente, quando a maioria da população dependia dos meios de comunicação convencionais para conseguir notícias em primeira mão e a partir daí formar a sua opinião, as redes sociais vieram agora mudar as coisas. Há uma porção cada vez maior de pessoas com acesso a tecnologia e que estão a usar o Facebook e o Twitter.
Duas novas plataformas online no Paquistão propõem a adopção das redes sociais para a monitorização das eleições no que diz respeito a irregularidades e violência bem como para informar o público sobre o processo eleitoral.
Votos do Paquistão
Pak Votes (inglês, urdu) é uma plataforma de jornalismo cidadão para a monitorização das eleições. É uma iniciativa que pretende dar destaque à voz dos cidadãos comuns de forma a gerar uma narrativa alternativa do escrutínio eleitoral de 2013.
O uso das redes sociais incentiva a abertura à participação cidadã [no processo eleitoral] e permite disponibilizar informação credível e atempadamente. O objectivo é promover a apropriação do sistema democrático por parte dos cidadãos.
O inovador portal de jornalismo cidadão pretende capacitar as pessoas comuns para que expressem a sua opinião sobre as eleições vindouras, evoquem qualquer violação ao código de conduta antes, durante e após as eleições, e também para que reportem incidentes de violência ou fraude.
O projecto formou 40 monitores que estarão a reportar a partir do terreno nas áreas mais remotas e susceptíveis de violência no Paquistão. Estes monitores reportam problemas relacionados com as eleições em tempo real e directamente na plataforma, a partir de regiões remotas que geralmente são ignoradas pelos principais meios de comunicação. Os incidentes estão a ser mapeados aqui.
Por exemplo, um cidadão-repórter de Quetta, Balochistan, formado pelo projecto PakVotes reportou:
Most women don’t even have their NIC cards with them. Either they never had an ID card made, or their husbands or fathers have them. This essentially forces them out of the voting process and so, they get to have no say in the electoral process.
Para além da monitorização, a plataforma agrega blogs, artigos de opinião e análises cidadãs no website PakVotes. @wordoflaw escreveu num post intitulado ‘Wattan Ya Kaffan’:
Rather tragically, there are two elections being contested in Pakistan. One is an election that is focused on rhetoric and a “New Pakistan”. The other, the election that the ANP is contesting, raises the issue that in order for there to be a “New Pakistan”, the State of Pakistan must continue to exist. And it is that Pakistan which is under attack.
O projecto pode ser acompanhado no Facebook e no Twitter (@pakvotes). Para quem está no Paquistão, se testemunhar alguma forma de violência pode reportar o incidente ao PakVotes através do envio de um SMS para o número 0334-40-2222-4, por email para report@pakvotesmap.pk, ou simplesmente twitando para @PakVotes.
Eleitor do Paquistão
Esta plataforma permite que os cidadãos paquistaneses aprendam mais sobre as eleições e o processo eleitoral através das redes sociais, incentivando à participação no acto eleitoral. O Pak Voter (Eleitor Pak) disponibiliza informação e uma série de links de interesse para uma decisão de voto mais informada, ao mesmo tempo que apresenta essa informação de uma forma neutra e apolítica.
Este processo não começa nem acaba com as eleições – é um esforço contínuo que requer um envolvimento constante e a longo prazo dos cidadãos, não só para que vão votar mas também para que continuem activos após as eleições e para que exijam transparência por parte daqueles que forem eleitos ao longo do seu mandato.
A escritora Sidra Rizvi explicou, no seu blog, porque é importante votar:
Exercising our vote is something we all must do. If we don’t vote, the people who shouldn't be in power will win. Their loyalists will vote for them. And with us not casting any, they will once more gain control. Isn't this what we are trying to change? Shouldn't we cast a vote then, if not to elect someone, then to help not elect someone who is not capable?
Um chat organizado pelo @pakvoter no Twitter ocupou o primeiro lugar dos trending topics (tópicos mais frequentes) no Paquistão sob a hashtag #letsvote (#vamosvotar) a 8 de Maio de 2013:
@FarriRizvi (Farheen Rizvi): roads and banks are the coins of an elected govt. Elected govt shud provide security for domestic/foreign investment @pakvoter
@RJ_kulsoom (Umme Kulsoom): Don't know your polling station? Check it here today http://www.norbalm.com/pakistan-elections-urdu/ … and #letsvote on may 11. #pakvoter @pakvoter
@PakVoter (Pak Voter): It is unrealistic to not participate in the election process and then sit and criticize. you must go out and vote! #letsvote
@rraheelNJ (Rizwan Raheel): @PakVoter @faisalkapadia a single vote can tilt the balance, and it just might be your's. Use your right to choose what you think is right
@hiranazam: Vote. Even if you feel your vote doesn't count. Even if you feel it's wasted. Even if you feel the elections are rigged. Go. Vote. #LetsVote
Esta campanha pode ser encontrada no Facebook e no Twitter (@pakvoter).