Ontem, 12 de março, foi o Dia Mundial Contra a Cyber-Censura. Lançado pela Repórteres Sem Fronteiras [en] em 2008, a iniciativa destina-se a promover a ideia da Internet sem restrições e acessível a todos.
Recentemente, a ONG Repórteres Sem Fronteiras publicou uma lista de países que são considerados Os Inimigos da Internet [en]. A lista inclui 10 países: Birmânia (Myanmar), China, Cuba, Irã, Coréia do Norte, Arábia Saudita, Síria, Turcomenistão, Uzbequistão e Vietnã. A censura da Internet e a perseguição aos blogueiros é habitual nestes países. Há também uma lista [en] de países (16) Sob Vigilância onde a liberdade de expressão on-line está em risco e existem algumas tentativas dos governos de controlar a Internet.
Assim, a iniciativa do Dia Mundial Contra a Cyber-Censura é uma tentativa de atrair a atenção da sociedade civil sobre a limitação da liberdade de expressão na internet.
RSF relata [en]:
The year 2010 firmly established the role of social networks and the Internet as mobilisation and news transmission tools, especially during the Arab spring. New and traditional media have proven to be increasingly complementary. Meanwhile, repressive regimes have intensified censorship, propaganda and repression, keeping 119 netizens in jail. Issues such as national security – linked to the WikiLeaks publications – and intellectual property – are challenging democratic countries’ support to online free speech.
Por exemplo, no Uzbequistão – um dos países mencionados pela RSF como um inimigo da Internet – todos os sites de oposição e sites que relatam as condições reais do país estão proibidos. Entre eles não estão apenas sites de agências de notícias locais e russas, como ferghana.ru, Neweurasia.net, Uzmetronom.com, Eurasianet.org, mas também internacionais, como BBC.com e Aljazeera.net.
É isto que vêem os uzbeques quando tentam acessar a página do site neweurasia.net’s:
Também, solicitações de endereço aos navegador são muitas vezes substituídos por outros sem qualquer relação (www.msn.com, por exemplo).
Em 11 de março, a RSF publicou um artigo [en] sobre o acesso à internet e jornalismo online no Uzbequistão. Os pesquisadores da RSF chegaram à conclusão [en]:
As long as Uzbek authorities continue to demonstrate a growing interest in controlling the Net, and there is no civil society truly capable of resisting them – even online – or any significant international pressures, prospects look dark for freedom of expression in Uzbekistan’s cyberspace
A censura da internet Uzbequistão inclui não só as empresas de mídia, mas também as redes sociais, plataformas de blogs, serviços de correio eletrônico, etc. Por este motivo, muitos usuários do Uzbequistão encontram ferramentas (servidores proxy) que lhes permitem, de forma segura, contornar essa censura. Muitos entendem que a maneira mais simples de contornar a censura cibernética é usar um proxy. Muitos são gratuitos e permitem acesso à maioria dos recursos de Internet bloqueados através de um navegador.
Os mais populares e amigáveis proxies são Your Freedom, Tor, HotSpotShield, Psiphon.
Informações mais detalhadas sobre as ferramentas anti-censura, inclusive das mencionados neste post, pode ser encontradas em sesawe.net [en].
Lições em vídeo sobre como configurar e usar servidores proxy com legendas em diferentes línguas estão disponíveis aqui [en].