Várias pessoas ficaram feridas [en] quando a polícia e as gangues pró-governo na Argélia enfrentaram manifestantes ao tentar quebrar uma manifestação organizada por organizações de direitos humanos e outros grupos da sociedade civil, em Argel, no sábado, 19 de fevereiro.
Há relatos conflitantes sobre o número de manifestantes que vieram a Praça 1 de maio para a manifestação de sábado. A Al Jazeera em Inglês informou [en] que centenas de manifestantes saíram [às ruas] enquanto um grupo de direitos humanos colocou o número [en] em 5.000. A polícia usou um grande número de efetivos e, ocasionalmente, cassetetes, na tentativa de manter o centro de Argel aberto ao tráfego. O número relativamente reduzido de manifestantes – pelo menos em comparação com a demonstração da semana passada, que trouxe cerca de 10.000 manifestantes e 26 mil policiais – foram atribuídos ao fato de o governo proibir manifestações de grande porte. O serviço de trem do país foi quase completamente desligado.
Partidos de oposição não participaram oficialmente do protesto de 19 de fevereiro.
Manifestantes na Argélia estão protestando contra a corrupção [fr], desemprego elevado e um aumento nos preços de bens essenciais, apesar do país ser o quarto maior exportador [en] de petróleo na África e um importante produtor de gás natural. Os manifestantes também pediram a renúncia do presidente Abdelaziz Bouteflika, que está no poder desde 1999, e os seus aliados mudaram a Constituição para ele poder concorrer à eleição para um terceiro mandato, que ele venceu em 2009. O governo diz que os manifestantesf são uma minoria da população da Argélia.
Loubna Aggoun argumenta [en]que certos aspectos da política argelina vão tornar difícil uma mudança completa:
No entanto, o primeiro-ministro do país disse que até o final de fevereiro vai suspender o estado de emergência, que está em vigor desde 1992. As leis de emergência chegaram ao poder durante os primeiros dias de uma década de guerra civil que começou depois que o governo cancelou as eleições que teriam sido ganhas pela Frente Islâmica de Salvação. Isto levou a um golpe miliar – e uma revolta violenta, que durou até 2002. Estima-se que 200.000 pessoas morreram durante o conflito.
A história recente do país é tema em alguns tweets:
@weddady: @lars_akerhaug In #Algeria the issue is a bit more complex, no trigger yet, but the potential is there. @themoornextdoor.
@lars_akerhaug: @weddady @themoornextdoor I would imagine that in #Algeria there is still a felt fear of more violence, bloodshed.
@HishLaHaine: Ones have to admit the situation in Algeria is different. The movement in arab countries is enough to make the regime fold.
@thewa7sh: Its amazing with all their money & ‘experience’ dictators still don't realize the power of the people or the definition of insanity #Algeria
@laggoun: I think in the town where my family lives in Algeria, 98% voted for Bouteflika. As if we were going to believe that.
@weddady: @lars_akerhaug Na Argélia o problema é um pouco mais complexo, nenhum gatilho ainda, mas o potencial está lá. @themoornextdoor.
@lars_akerhaug: @weddady @themoornextdoor Imagino que na #Argélia ainda existe um receio de mais violência, [de] derramamento de sangue.
@HishLaHaine: Deve-se admitir que a situação na Argélia é diferente. O movimento nos países árabes é suficiente para dobrar o regime.
@thewa7sh: É incrível que com todo o seu dinheiro e “experiência”, ditadores ainda não perceberam o poder do povo ou a definição de insanidade # Argélia
@laggoun: Eu acho que na cidade onde minha família vive na Argélia, 98% votou em Bouteflika. Como se fôssemos acreditar nisso.
Outros comentaram sobre a presença da polícia no centro de Argel.
@fouad_marei: How come #Algeria is capable of preempting protests and marches every Saturday?
@forumeditor: AJE. Algiers Hospital staff have received orders from the security services not to issue any paperwork for the injured protesters. #Algeria
@mumke: State cracks down on protests in #Algeria مظاهرات بالجزائر تدعو للتغيير « 3arabawy http://t.co/Mww1PqS
@forumeditor: AJE. Pessoa do Hospital de Argel recebeu ordens dos serviços de segurança para não emitir qualquer documento para os manifestantes feridos. #Argélia
@mumke: Estado parte pra cima de manifestantes na #Argélia. Manifestações em Argel pedem pro mudanças
Esse é o link para um vídeo dos protestos mostrando o grande número de policiais:
Aqui está um vídeo diferente, online em 19 de fevereiro.
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