Preço do combustível provoca manifestações e mortes em Angola

Manifestante segura cartaz que diz “O povo não é escravo” em Luanda. (Edição de foto de Luaty Beirão / usada com permissão)

Em 1 de Junho de 2023, o Governo de Angola, através do Ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, anunciou o aumento do preço dos combustíveis no país. Por via deste, o Governo angolano anunciou a retirada gradual de subsídios à gasolina.

Assim, os preços passam dos anteriores 160 kwanzas para 300 kwanzas/litro (de 0,26 USD para 0,49 USD), mantendo a subvenção ao sector da agricultura e pesca. Mantêm-se inalterados, até ao final deste ano, os subsídios dos restantes produtos, como o gasóleo, o gás de cozinha e o petróleo de iluminação.

Como justificativa, de acordo com o Ministro, as tarifas dos taxistas e mototaxistas vão ser subvencionadas, continuando os mesmos a pagar 160 kwanzas o litro da gasolina, cobrindo o Estado a diferença. Contudo, tal notícia parece não ter caído de boa forma aos automobilistas, por isso no dia a seguir a entrada dos novos preços, várias cidades de Angola acordaram com manifestações.

Em reacção, há relatos de actos de violência protagonizados pela polícia contra os manifestantes, na sua maioria taxistas. Um dos destaques fala mesmo de mortes causadas por balas reais disparadas pelas autoridades de segurança do país, tal como conta Mwene Vunongue, activista social que tem acompanhado a situação em Angola:

Há outros relatos sobre as manifestações, incluindo a fala da jornalista Zenaida Machado:

O activista de direitos humanos, Luaty Beirão, exibiu um cartaz que acusa o partido no poder, MPLA, de ser o principal motor da indignação que se regista em Angola:

Outros cidadãos denunciam que as balas reais são uma prática recorrente da polícia Angolana durante as manifestações, como se pode verificar no Twitter:

Porém, é sabido que a indignação popular não é de hoje, dado que a forma como a polícia reprime manifestantes é recorrente em Angola, conta Zenaida Machada, da Human Rights Watch:

Já no dia 17 de Junho, os Angolanos voltaram a protestar, sendo que mais uma vez a polícia usou a força e violência para impedir a realização da marcha.

A polícia angolana reconheceu ter empregado força contra os manifestantes nas províncias de Luanda e Benguela devido ao não cumprimento das rotas estabelecidas pelas autoridades. No entanto, os organizadores negam as alegações da polícia e acusam-na de disparar contra pessoas desarmadas

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