Vidas interrompidas: O custo humano da resistência na Bielorrússia

Resistência na Bielorrússia continua

Imagem feita pela GV com openai.com

Ativistas e acadêmicos que trabalham dentro e fora da Bielorrússia estão tentando atrair a atenção internacional para a resistência popular contra a ditadura mais dura da Europa, assim como à invasão russa na Ucrânia e, também, ao uso da Bielorrússia como uma aliada.  Relatos afirmam que ativistas bielorrussos explodiram ferrovias como forma de evitar que tanques e equipamentos russos chegassem à Ucrânia, no entanto, eles foram presos e enfrentam condenação sob pena de morte na Bielorrússia.

Hanna Liubakova, jornalista bielorrussa, consultora de mídia e membro do laboratório de ideias, Atlantic Council, publicou em 1º de novembro de 2022, um tuíte sobre os casos mais recentes e chocantes de presos políticos na Bielorrússia. Ela lembra que a resistência nunca acabou e que os bielorrussos protestam o máximo que conseguem contra a invasão russa na Ucrânia. Estes corajosos cidadãos enfrentam sentenças longas de prisão e até mesmo a pena de morte por aquilo que têm coragem suficiente para fazer. Aqui está o tuíte de Liubakova:

 

Vamos aos fatos

🔹Vital Melnik é um trabalhador ferroviário e partidário que foi baleado nos joelhos. Agora ele foi acusado de terrorismo, insultos a Lukashenka e aquisição ilegal de armas. O processo foi submetido ao tribunal de justiça. Terrorismo na #Bielorrússia pode significar pena de morte.

🔹Neste momento, três homens estão sendo julgados no tribunal de Homiel, acusados de terrorismo, traição e participação de formação de grupo extremista. O motivo da prisão foi a explosão na ferrovia de uma cabine de trem. O comitê de investigação declarou oficialmente que eles podem ser condenados à pena de morte pic.twitter.com/63VyZyxykn

🔹Siarhei Hlebka, de Stoupcy, foi condenado a 11 anos de prisão. De acordo com o regime, em 2 de março, ele incendiou troncos na ferrovia para impedir o deslocamento de equipamento militar russo. Durante sua detenção, ele foi gravemente espancado. pic.twitter.com/M1EcyfjRjE

🔹A estudante Danuta Piarednia foi condenada a 6 anos e meio de prisão pela republicação de um artigo que criticava Putin e Lukashenka e, também, a guerra contra #Ucrânia. Danuta estudou Filologia Romano-germânica em Mahilou. Ela foi acusada de incentivo a danos na segurança nacional da Bielorrússia pic.twitter.com/eIXobYgtQe

São casos categóricos que remetem à resistência bielorrussa ao seu próprio governo e à guerra na Ucrânia que permanece ativa. O foco na Ucrânia definitivamente desviou, em certos casos, a atenção da Bielorrússia. Como disse Almut Rochowanski, especialista em sociedade civil pós-soviética, à Global Voices em uma entrevista:

For my Belarus contacts, as far as they're concerned, their uprising is still ongoing, their revolution is still ongoing. Lukashenka is an illegitimate president for them. But then I recently attended a session with European foreign policy experts. And the way they see it, the uprising is over, and it failed.

Para meus contatos na Bielorrússia, no que lhes diz respeito, sua rebelião e sua revolução continuam acontecendo. Lukashenko é um presidente ilegítimo para eles, mas, recentemente, participei de uma sessão com especialistas europeus em política externa e, na visão deles, a revolução fracassou e acabou.

Há também casos reportados de bielorrussos que têm enfrentado discriminação por causa de sua cidadania e do pressuposto de que apoiam Lukashenka ou a guerra na Ucrânia. No entanto, as histórias que Liubakova descreve demonstram a coragem de ativistas e cidadãos comuns que continuam resistindo ao Regime de Lukashenka na Bielorrússia. A repressão se dá diariamente e o mundo não deve esquecer daqueles que a enfrentam.

Assine as atualizações por email »

Exit mobile version