Aprovação de benefícios para funcionários da Assembleia da República em Moçambique gera protestos

Os demais servidores públicos moçambicanos não gozam das mesmas regalias.

Parlamento aprova regalias para sevidores. Captura de tela: Televisão STV.

No dia 5 de Maio, o Parlamento de Moçambique comunicou a aprovação de um pacote de benefícios para os servidores da casa, gerando consternação no país dado que há mais de dois anos o salário mínimo não é reajustado.

O novo pacote inclui subsídios de férias, de refeição, e auxílio para aquisição de roupa formal. Os demais servidores públicos de Moçambique não gozam desses benefícios, de acordo com o Estatuto Geral dos Funcionários Públicos (EGFAE).

Os funcionários da Assembleia da República também terão o direito de transitar de entre uma carreira profissional e outra sem necessidade de fazer concurso público.

A notícia foi criticada por muitos moçambicanos. Alguns estudantes universitários chegaram a fazer um protesto de rua, mas foram impedidos pela polícia local:

Da manifestação houve a detenção de um jovem que viria a ser liberto horas depois, facto que provocou outra onda de indignação pelas redes sociais:

No mesmo dia da manifestação, fez-se o depósito de uma petição pública que pede para que o Parlamento anule a aprovação das regalias:

Após esse acto, o Parlamento moçambicano decidiu adiar a discussão do novo estatuto dos seus funcionários para uma data por anunciar.

Importa referir que no ano passado, durante a ascenção da COVID-19 em Moçambique, a população também criticou a Assembleia da República por ter aprovado um orçamento de funcionamento que incluia o pagamento um “subsídio de reintegração” — uma quantia a ser paga aos deputados após o término do mandato.

Antes disso, em 2014, houve a aprovação de uma lei que estipulava regalias para o Presidente da República e deputados após término do mandato, o que levou à criação de uma página de contestação no Facebook denominada “Deputados de Luxo.” Na altura, o acto deu lugar para a realização de uma manifestação pública.

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