Escola de samba que retrata ‘Samurai’ nascido em Moçambique vence Carnaval em São Paulo

Desfile da Mocidade Alegre em 2023. Imagem: Captura de tela do YouTube. Edição: Giovana Fleck/Global Voices

Mocidade Alegre é a grande vencedora do Carnaval 2023 de São Paulo. A escola de samba garantiu a nota máxima, 270 pontos, na apuração que aconteceu nesta terça-feira, no Sambódromo do Anhembi. O anúncio do vencedor foi feito no dia 22 de Fevereiro.

Segundo a imprensa brasileira, a Mocidade não vencia desde 2014, quando garantiu a terceira vitória consecutiva com o tema “Andar com Fé Eu Vou, Que a Fé Não Costuma Falhar”.

A agremiação também ganhou em 2012 e 2013. Sabe-se ainda que com o título deste ano, Mocidade empata com Nenê de Vila Matilde em segundo lugar na classificação de escolas de samba com mais vitórias no Carnaval de São Paulo.

Na página Facebook da escola, vários comentários enalteceram a vitória deste ano, mesmo por parte de quem não apoiava a Mocidade:

Parabéns Mocidade Alegre e a toda a comunidade, foi mais que merecido! Não é minha escola de coração mais tenho muito respeito e admiração. Todo o sucesso do mundo a toda a comunidade. Trabalho incrível!

A peça vencedora: uma mistura de culturas

O enredo em destaque é uma peça que retrata a história do moçambicano, nomeado samurai no Japão no século XVI. Yasuke, nascido supostamente na Ilha de Moçambique, foi o primeiro negro a chegar ao Japão e tornou-se o primeiro samurai negro. Contudo, essa é uma história de que não se fala tanto em Moçambique.

A história conta o caso do primeiro negro a visitar Japão, em 1579. Dança e ilustrações feitas na pista ovacionaram a grandeza de Yasuke, entre 1555 e 1566.

Yasuke conheceu Oda Nobunaga, o mais influente samurai japonês, que mais tarde o tornou seu fiel guarda-costas. Maravilhado pelas características físicas de Yasuke, Nobunaga viria a nomear, mais tarde, Yasuke Samurai, passando a vestir as armaduras dos soldados japoneses de elite, contam algumas fontes.

A tradições religiosas e culturais do Japão, dos povos africanos e dos jesuítas portugueses foram representadas no sambódromo. A bateria foi fantasiada de exército de Oda Nobunaga, grande vencedor militar japonês na época.

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