O Movimento Passe Livre (MPL), que encabeçou os primeiros protestos de junho de 2013 [1] no Brasil, voltou à convocar manifestações nas cidades de São Paulo [2], Rio de Janeiro [3] e Belo Horizonte [4]contra mais um aumento das tarifas do transporte público. Milhares de pessoas foram às ruas e, como em outras ocasiões, foram recebidos com brutalidade pela Polícia Militar.
Em São Paulo, a passagem de ônibus (controlados pela prefeitura), trem e metrô (sob responsabilidade do governo do estado) subiu de R$ 3,50 para R$ 3,80, enquanto no Rio de Janeiro e Belo Horizonte o aumento foi somente nos ônibus, de R$ 3,40 e R$ 3,80 — em Belo Horizonte, já é o segundo aumento [5] em menos de seis meses.
As primeiras informações sobre a manifestação em São Paulo davam conta da presença de entre 10 mil [6] e 30 mil [7] pessoas (ao final a estimativa [2] foi reduzida para 3 mil). No Rio de Janeiro estima-se [8] em 10 mil manifestantes.
Antes mesmo da manifestação, a professora Esther Solano desabafou [9]:
A caminho da manifestação contra o aumento. É tão decepcionante ter o mesmo roteiro se repetindo anos depois: a falta de diálogo dos governantes e, tristemente, talvez de novo as cenas de detidos e feridos que poderemos ter hoje.
A História se repete e aprendemos tão pouco dela…
Em São Paulo, por volta das 19:30, a PM começou a atacar [10]os manifestantes. O Perfil do Centro de Mídia Independente, no Twitter, postou [11] uma série de fotos [12] da repressão [13]. Manifestantes ficaram feridos [14], atingidos por estilhaços de bombas ou por balas de borracha. Ao menos um policial foi ferido na ação.
A página do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unidos) postou um vídeo que mostra a repressão da PM contra manifestantes:
E um vídeo feito pela Record News do alto de um prédio mostra a polícia espancando as pessoas com cassetetes [15]. A jornalista Jéssica de Souza postou no Facebook [16]foto das marcas da agressão que sofreu da PM. O fotógrafo Guilherme da Rocha, do portal Justificando, foi agredido pela polícia [17]e forçado a apagar as fotos que havia feito da prisão de manifestantes.
Um manifestante chegou a ser jogado no chão por um policial [18] que o ameaçou com uma pistola apontada para sua cabeça.
São Paulo police officer caught pointing gun at #ContraTarifa [19] transport protester. Circumstances unclear. Photo: @G1 [20] pic.twitter.com/fGYXeIwbSx [21]
— Ben Tavener (@BenTavener) January 8, 2016 [18]
Após o início da repressão, Black Blocs fizeram barricadas com fogo e chegaram a depredar [22] ao menos um ônibus enquanto eram caçados pela polícia [23]. A PM também alegou [24], via Twitter, que uma viatura teria sido alvo de pedras.
Mascarado quebra vidro de ônibus durante protesto em SP. SIGA a cobertura: https://t.co/xPKK1Tqi7P [25] #G1 [26] pic.twitter.com/CrR6l3lP0o [27]
— G1 (@g1) January 8, 2016 [22]
O coletivo Jornalistas Livres gravou um momento em que policiais militares colocam material suspeito na mochila de um manifestante em São Paulo para incriminá-lo, uma tática já conhecida [28] e muitas vezes repetida:
Já no Rio de Janeiro, a manifestação, com cerca de duas mil pessoas, seguia pacífica quase até o final quando, próximo à estação Central do Brasil, no centro, a polícia começou a atirar bombas [29] e balas de borracha. O perfil no Facebook Annonymous Black Faces postou um vídeo [30] que mostra a repressão na entrada do Morro da Providência, próximo à estação. No minuto 1:00 do vídeo é possível ver um policial com uma pedra na mão que, ao ser denunciado, joga-a no lixo
Também circularam nas redes sociais fotos de um rapaz, em roupas normais, se comunicando por um rádio, no meio dos manifestantes. Ativistas dizem tratar-se de um P2 (agente infiltrado da Polícia), que estaria utilizando o equipamento para coordenar o confronto com a polícia.
P2 no ato #ContraTarifa [19] do @mpl_sp [31]. Esse aí é tão pala que só faltou a camiseta “Movimento Black Bloc”. pic.twitter.com/lBlDMmlmvP [32]
— Oliver Cauã Cauê (@olivercaua) January 9, 2016 [33]
O jornal Correio do Rio postou em sua página do Facebook [34] um vídeo com um resumo do protesto no Rio de Janeiro.
Em Belo Horizonte o protesto foi pacífico, sem agressões por parte da Polícia Militar. A Mídia Ninja postou uma série de fotos em sua página no Facebook do Rio de Janeiro [35][1 [36]], São Paulo [37] [1 [38]] e Belo Horizonte [39][1 [40]].