Presidente Hugo Chávez Frías. Imagem do usuário do Flickr Bernardo Londoy, usada sob licença CC BY-NC-SA 2.0

Você não precisa viver na Venezuela para notar que as diferenças ideológicas dividiram o país em duas nações diferentes. Embora seja verdade que cada país deva ter pontos de vista diferentes, os partidos políticos e grupos a favor e contra a atual administração para ter um estado saudável, onde as discussões importantes podem ocorrer, a Venezuela se tornou um fenômeno que transcende as diferenças que poderiam ser consideradas “normais” em qualquer outro país latino-americano hoje. A única coisa que esses dois lados têm em comum é, ironicamente, o seu presidente, Hugo Chávez, que no dia 2 de fevereiro de 2011 comemorou 12 anos no poder.

Esta divisão é tangível nas paredes de todas as ruas do país. Ao mesmo tempo, através de redes sociais, o mundo tem testemunhado os argumentos no que chamamos de sociedade 2.0: venezuelanos fizeram do Twitter sua plataforma para discutir a situação do país e o que, por um lado, significam 12 anos de erros do governo e, por outro, as realizações revolução. Luis Vicente León (@luisvicenteleon), diretor do Datanálisis [es] (Companhia de Pesquisa de Mercado), declara:

12 años después Venezuela esta dividida en dos mitades, pero una tiene más plata, poder, control y cohesión.

É só olhar para os tuítes de 02 de fevereiro de perceber esta divisão. Por outro lado, Sonia Aguirre (@soniaguir) pergunta:

¿Cómo se puede celebrar la mediocridad??? 12 Años haciéndolo es como demasiado, verdad????

Domingo Sifontes (@dsifontes) diz:

Por que Esteban [nombre que hace referencia al presidente por los ciudadanos opositores] se mereceria otra oportunidad? si la tuvo y la desperdicio dividiendo el/al pais. Esta como el esposo q le pega a su pareja.

Luis Manuel González (@Luismac) comenta:

12 años… Sin paz

O outro lado celebrou os 12 anos da revolução. FFM, Frente Francisco de Miranda [es], (@fmm_oficial) relata:

En 12 años de Revolución Bolivariana Gobierno Nacional ha construido más de 500 escuelas http://bit.ly/hXfHyD#12revolución

Oscar José Armas G. (@OJarmas) escreve:

#12REVOLUCION de libertad y de liberacion de cadenas…..

Constanza Harding V (@ConstanzaHV) compartilha seu sentimento sobre o aniversário com um emoticom:

#12REVOLUCION ♥

Estas diferenças marcantes são perceptíveis a cada dia, pois elas são o que a Venezuela se tornou em 12 anos.

Maria Belén Otero (@mariabelenotero) pega dados disponibilizados pelo jornal [oposicionista] El Nacional e os acrescenta a uma lista chamada “#CifrasdelDictador” [#DadosDoDitador] [es]:

#CifrasdelDictador: 15 millones de armas ilegales hay actualmente en el país. #ElNacional 13/08/10

#CifrasdelDictador: En los últimos 10 años los homicidios se incrementaron en 134% en Venezuela. #ElNacional 14/08/10

#CifrasdelDictador: El secuestro pasó de 44 casos en 1999 a 795 denuncias en 2009, lo que representa un aumento de 1.707%. #ElNacional 14/08/10

#CifrasdelDictador: El aumento de 1.707% de secuestros en el últimos 10 años no considera la cifra negra, que son los casos no denunciados. #ElNacional 14/08/10

#CifrasdelDictador: Cada 27 minutos un venezolano es víctima mortal de la violencia: 52 al día. #ElNacional 20/08/10

Em perspectiva oposta, Venezuelan Analysis publicou um artigo de Gregory Wilpert onde ele argumenta que,

Venezuela has made significant progress in the past 12 years of Chavez’s presidency towards creating a more egalitarian, inclusive, and participatory society

Wilpert passa a nomear os avanços do governo nas esferas política, econômica e social, bem como no campo das relações internacionais. Ele também analisa as deficiências e os obstáculos que o governo tem enfrentado nesses últimos 12 anos.

O aniversário do 12 anos de governo de Hugo Chávez expôs novamente a divisão que Venezuela enfrenta. Alguns esperam que a Venezuela irá continuar no curso que tem sido definido nesses 12 anos, enquanto outros anseiam que mudanças venham o mais rapidamente possível. Os venezuelanos vão às urnas novamente em dezembro de 2012 para decidir o futuro do governo venezuelano.