Uber agora compartilha dados com o departamento de transportes de Moscou

Uber is now cooperating with the Moscow authorities and sharing their car movement data with the local transportation agency. Images edited by Tetyana Lokot.

Uber agora coopera com as autoridades de Moscou e compartilha os dados de movimentações dos seus carros com a agência de transportes local. Imagens editadas por Tetyana Lokot.

Uber, o serviço de táxi alternativo, assinou acordo de colaboração com as autoridades de Moscou. Como parte desse acordo, a companhia não poderá trabalhar com motoristas sem licença e, supostamente, compartilhará informações sobre motoristas e passageiros com o governo local.

A agência de notícias RBC informa que o departamento de transportes de Moscou concedeu prazo de 90 dias para que os motoristas registrados no Uber, maior serviço de pedidos de táxi por celular do mundo, obtenham a licença do estado. A assinatura do acordo foi confirmada tanto pelo departamento de transportes como pela assessoria de imprensa do Uber.

O acordo de colaboração apresenta duas cláusulas principais. Na primeira, o Uber concorda em trabalhar exclusivamente com motoristas licenciados que tenham permissão do estado para dirigir táxis. Isto difere da política do Uber nos EUA, por exemplo, onde a companhia oferece uma alternativa para as licenças de táxi, caras e difíceis de se conseguir, permitindo que motoristas comuns ofereçam serviços de transporte no aplicativo e obtenham rendimentos. Por conta desta excessiva tolerância, o Uber é proibido em vários outros países que impõem regulamentações severas no mercado de táxis e que insistem que o uso de motoristas não licenciados é inseguro e ilegal.

As autoridades da capital russa insistiram com o Uber para assinar o acordo em 2015, mas a companhia pediu mais tempo para consultar o alto escalão em São Francisco. Em fevereiro de 2016, o departamento de transportes inclusive ameaçou processar e banir o Uber de Moscou se eles não cumprissem o acordo de exigência de licenças. Fontes da RBC também afirmam que alguns dos executivos do alto escalão da companhia visitaram Moscou durante as negociações com as autoridades locais e exigiram acesso às bases de dados do Ministério do Interior para comprovar os registros criminais dos motoristas. Esta solicitação não foi do agrado do departamento de transportes da cidade, cujos funcionários alegaram não ter acesso a tais informações.

Além de trabalhar exclusivamente com motoristas “legais”, a outra cláusula desse acordo obriga o Uber a compartilhar os dados de movimentações de seus carros com as autoridades de transporte da cidade. Estas informações deverão ser passadas ao Centro de Organização de Tráfego do governo da cidade de Moscou. Os funcionários acreditam que estas informações vão melhorar o trabalho do novo sistema de transporte inteligente da cidade, que junta dados de várias redes de transportes municipais e monitora o tráfego em tempo real.

Pouco se sabe como os funcionários públicos vão utilizar as informações dos seus parceiros de transporte, além de combina-las com os dados fornecidos pelo transporte estatal. O sistema de transporte inteligente de Moscou utiliza uma combinação de métodos para monitorar e agregar dados de tráfego, incluindo sistemas de monitoramento por GPS, rede de circuito interno de televisão para gravar as infrações de trânsito, câmeras nos estacionamentos, ferramentas para regular as luzes dos semáforos, e rede de sistema de alertas integrados para motoristas e passageiros.

Os principais competidores do Uber no mercado russo, Yandexâ.Taxi e Gett, já assinaram acordos de colaboração com as agências de estado (Yandex.Taxi em 2014 e Gett em janeiro de 2016). Agora ambas empregam apenas motoristas licenciados e compartilham as informações sobre as viagens com o departamento de transporte de Moscou.

Atualmente, o Uber opera em 400 cidades e 68 países espalhados pelo mundo. Na Rússia, o serviço está disponível em oito cidades, mas o vice-presidente da companhia, Ryan Graves, falou à RBS que há planos para operar em 17 cidades russas até o final de 2016.

Uber, intitulada como a startup mais cara do mundo, conta com vários empresários russos dentre seus investidores: Ziyavudin Magomedov (proprietário do grupo Summa), Alisher Usmanov (por meio da sua companhia, a USM Holdings), e Mikhail Friedman, cujo fundo de investimento LetterOne investiu 200 milhões de dólares no serviço.

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