Panorama da Cúpula de Mídia Cidadã do Global Voices – Dia 1

A Cúpula do Global Voices 2012 teve início em 2 de julho em Nairóbi com uma canção, em performance da premiada artista queniana Atemi para dar as boas vindas aos mais de 300 presentes no evento.

A Cúpula é um encontro bienal, que aproxima blogueiros, ativistas e tecnólogos de todo o mundo para discussões e oficinas abertas sobre o despontar de movimentos de mídia cidadã online pelo globo.

Mídia cidadã no #GV2012. Imagem do Global Voices Online no Flickr.

Mídia cidadã no #GV2012. Imagem do Global Voices Online no Flickr.

Após uma calorosa recepção de Daudi Were, fundador do Kenyan Blogs Webring, o pesquisador em mídia e co-fundador do Global Voices, o estadunidense Ethan Zuckerman, moderou um painel sobre o despontar internacional de mídia cidadã.

Mong Palatino, Editor do GV Sudeste Asiático, conduziu o público através de diversas campanhas de mídia social na região, incluindo a #thaiflood e Bersih. Ele explicou como a combinação de ativismo offline/online pode repercutir em mobilização e mudança reais. Amira al Hussaini, uma ativista-chave do Bahrein no Twitter, detalhou como os protestos no Egito e na Tunísia em 2011 inspiraram a região árabe – e em seguida o mundo. Matisse Bustos Hawkes, da WITNESS, falou sobre como as pessoas partilham e espalham informação mesmo onde há baixa penetração de internet, por meio de drives de USB, CDs e DVDs. Por fim, o paquistanês Faisal Kapadia expressou preocupação sobre estarmos vivenciando os “anos dourados” da liberdade na internet se não agirmos agora contra a censura.

Seguiram-se três sessões simultâneas, uma sobre mídia cidadã no Quênia, que destacou como as ferramentas e os canais online não veiculam meramente opiniões, mas afetam também como a população vive no país (siga #kot no Twitter para as últimas da mídia cidadã queniana). A sessão #Occupy Everywhere abordou o enfrentamento de diferentes ‘inimigos’ globais com uma meta comum: liberação e justiça. A fellow dmeanwhile addressed the different global ‘enemies’ but one common goal: liberation and justice. Zeynep Tufekci, fellow do Berkman Center, moderou um painel sobre os levantes árabes e como criar redes efetivas, que ajudaram a amplificar o que acontecia no terreno em locais como o Egito e a Tunísia no ano passado. Alguns dos desafios de manter vivas as línguas ameaçadas também foram discutidos numa sessão, que incluiu as questões que envolvem não ter escrita, ou não ter letras ou fontes em teclados.

Sessões de ‘desconferência’ na parte da tarde permitiram que o público sugerisse e coordenasse grupos de discussão numa variedade de temas, tais como ‘Como o Facebook te espiona’, #OccupyYourself e assuntos contemporâneos no Mianmar (Birmânia).

Grupos de discussão no #GV2012

Discussion groups at #GV2012

Bob Boorstin, do Google, Max Schrems (Europe vs. Facebook) e Ramzi Jaber (onlinecensorship.org) juntaram-se ao Ivan Sigal do GV para o painel ‘Giants of the Internet: What Role and Responsibility?’ [Gigantes da Internet: Que Papel e Resonsabilidade?]. A plateia tomou conhecimento que o Facebook recusou o convite para estar presente, e o representante do Yahoo! não pôde aparecer no último minuto.

Bob Boorstin declarou que a Internet não é sem fronteiras – se alguém cruzar fronteiras, leis mudam – e também partilhou sua crença de que monopólios tecnológicos não perduram. Ramzi Jaber anunciou o lançamento do onlinecensorship.org, um website em que os internautas podem relatar se uma conta ou um conteúdo foi censurado. Ory Okolloh, a primeira editora do GV África e co-fundadora do Ushahidi [en] e que é a atual coordenadora de políticas do Google para África, respondeu uma pergunta da plateia sobre se os internautas africanos teriam conhecimento de como proteger seus direitos online. Ela partilhou sua preocupação sobre a capacidade local e mencionou estar trabalhando com grupos locais sobre lidar com esses assuntos.

Para finalizar esse ótimo dia, houve a apresentação do Breaking Borders Award – veja detalhes aqui [en].

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