Palestina: Abu Rahmah condenado por incitação para o protesto não-violento

Organizador de [protestos] não-violentos, o Palestino Abdallah Abu Rahmah (عبدالله أبو رحمة), preso desde dezembro de 2009, foi condenado por

“المشاركة في تظاهرات غير مشروعة وغير مرخص لها” و”التحريض على تجمعات غير مشروعة”

“participação em manifestações ilegais e sem licença” e “incitamento de reuniões ilegais”

por uma corte militar israelense por protestar contra a construção da separation barrier (جدار الفصل) [en] de concreto, descrita pela chefe da política externa da União Européia, Lady Catherine Ashton, da seguinte maneira:

“The EU considers the route of the barrier where it is built on Palestinian land to be illegal.” Her office also expressed deep disapproval of a conviction in which the EU sees that: “the possible imprisonment of Mr Abu Rahmeh is intended to prevent him and other Palestinians from exercising their legitimate right to protest against the existence of the separation barriers in a non-violent manner.”

“A UE considera o traçado da barreira onde está construída sobre terras palestinas, como sendo ilegal.” Seu escritório também expressou profunda desaprovação a uma condenação a qual a UE considera que “a possível prisão de Abu Rahmeh destina-se a evitar que ele e outros palestinos exerçam o seu legítimo direito de protestar contra a existência das barreiras de separação de uma forma não-violenta.”

Organizando Apoio para Apelações e Protesto

O tuíte:

“Criminalizing Peaceful Protest; Act Up for Abdallah Abu Rahmah http://bit.ly/aW7gO8 #Palestine #Bil'in”

“Criminalizando [o] Protesto Pacífico; Aja por Abu Rahmah http://bit.ly/aW7gO8 #Palestina #Bil'in”

está atraindo várias pessoas [que estão] espalhando a palavra sobre a condenação e informações sobre como ajudar a apelar e protestar contra esta decisão.

Outras organizações, dirigindo esforços para ajudar Abu Rahmah, incluem International Solidarity Movement [Movimento Internacional de Solidariedade], Bil'in.org, Jews for Justice for Palestinians [Judeus por Justiça para os Palestinos], The Coalition for Justice in the Middle East [Coalizão por Justiça no oriente Médio] e Jewish Voice for Peace [Voz Judia para a Paz], dentre outras. Também, uma blogueira de nome Annie oferece informações sobre como ajudar a protestar e apelar da condenação e apoiar o Sr. Abu Rahmah.

Blog Arabe e Respostas dos Direitos Humanos

De acordo com o blogueiro e jornalista Palestino Najib Faraj (نجيب فراج), escrevendo em seu blog [hospedado no] blog.amin.org, a presença e apoio para Abu Rahmah em seu julgamento foi internacional e de alto nível:

وجرت الجلسة وسط حضور قرابة 17 من الدبلوماسيين والقناصل ونشطاء السلام الإسرائيليين والدوليين الذين عبروا عن دعمهم لأبو رحمة ونضال بلعين السلمي ضد بناء الجدار.

Os procedimentos ocorreram na presença de cerca de 17 diplomatas, cônsules e tanto ativistas pela paz israelenses quando internacionais, que expressaram seu apoio à Abu Rahmah e à luta pacífica da vila de Bil'in contra a construção do muro.

Relatos da Mídia Árabe

Muitos relatos na mídia árabe focaram na incomum e pesada condenação por parte da União Européia a esta condenação, incluindo [os jornais] Al-Dustuwr (الدستور), Al-Quds (القدس) e Al-Watan (الوطن).

Reações da Mídia Ocidental

A BBC e a CNN lançaram artigos especiais cobrindo o caso, enquanto o  Independent, o The Guardian e o The Huffington Post também deram destaque à controversa condenação.

Resposta dos blogs Ocidentais e de Língua Inglesa

Blogs ocidentais e em inglês que cobriram a decisão, incluem o Palestine Note, Gonzo Media assim como o Mondoweiss que cita proeminente ex-jornalista investigativo Judeu-Americano I.F. Stone, escrevendo sobre o linchamento de um menino no sul do país [EUA] com base em ódio racista, com a finalidade de mostrar a conexão com a situação atual na Palestina:

It shames our country and it shames white Americans that the only meetings, in Harlem, Baltimore, Chicago, and Detroit, have been Negro meetings. Those whites in the South and in the North who would normally have been moved to act have been hounded out of public life and into inactivity. To the outside world it must look as if the conscience of white America has been silenced, and the appearance is not too deceiving.

[O linchamento] envergonha o nosso país e envergonha os americanos brancos o fato de que as únicas reuniões, no Harlem, Baltimore, Chicago e Detroit, foram reuniões “Negras”. Aqueles brancos no Sul e no Norte, que normalmente teriam sido compelidos a agir, têm sido expulsos da vida pública e para a inatividade. Para o mundo exterior, deve parecer como se a consciência da América branca tivesse sido silenciada, e o aspecto não é muito enganador.

A intenção é substituir “americanos brancos” por “o Mundo Ocidental” e “Negros” por “Palestinos” para mostrar como a falta de ação e silêncio do mundo à luz da atual situação, ecoa circunstâncias do passado, quando o mundo permitiu que abusos e crimes acontecessem sem controle porque não conseguia se levantar para agir.

Tuitanto e Tuítes

A atividade no Twitter em apoio a Abu Rahmah, a sua libertação da prisão, e [a favor] da apelação de sua condenação, tem sido forte. Tuítes espalhando notícias da condenação, o apoio à sua libertação, e as maneiras de se envolver com a apelação e derrube desta condenação podem ser encontrados aqui.

IsraeliCrimes [Crimes Israelenses] tuíta:

Abdallah Abu Rahmah: know the facts and act now for the freedom of a nonviolent freedom fighter shar.es/0Wxlp

Abdallah Abu Rahmah: Conheça os fatos e haja agora pela liberdade do lutador não-violento da liberdade shar.es/0Wxlp

enquanto jvplive (Voz Judia para a Paz) oferece:

Abdallah Abu Rahmah of Bil'in convicted for non-violent organizing after 8 months in prison. Speak out on his case: http://bit.ly/a1YKcJ

Abdallah Abu Rahmah, de Bil'in, condenado por organizar [manifestaç]oes] não-violentas depois de 8 meses na prisão. Divulgue seu caso: http://bit.ly/a1YKcJ

Reação Israelense e Pensamentos Finais

A reação israelense tem sido bastante previsível:

قال المتحدث باسم وزارة الخارجية الإسرائيلية ايغال بالمور: إنه ‘أمر غير مألوف أبدا بالنسبة لكبار الشخصيات الأجنبية التعبير عن وجهات نظرهم حول النظام القضائي في بلد آخر، وإذا وجدت أشتون خللا في هذا النظام، ينبغي لها أن تقول ذلك، وإلا فإنه من غير الواضح لماذا تتدخل في الإجراءات، وحقيقة أنها أعربت عن وجهة نظرها وتجاهلت الأدلة هو أمر غير لائق للغاية’.

Um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Israelense, Yigal Palmor, disse que “é um evento completamente anormal, tendo em conta personalidades estrangeiras de posição elevada, para comentar sobre seus pontos de vista pessoais sobre o sistema de justiça em outro país, e se Lady Ashton encontrou irregularidades neste sistema, ela deve dizer isso, e se não, então não é muito claro porque ela entrou nestes assuntos, e na verdade ela manifestou sua opinião própria e é ignorante das provas- é uma questão altamente imprópria”

Última Palavra

É, naturalmente, muito comum para membros de alto escalão dos governos, fazer comentários sobre os acontecimentos nos diferentes sistemas jurídicos e casos em todo o mundo – nós vemos isto [acontecer] com o Irã e a Coréia do Norte, Cuba e Líbia – na verdade, os governos ocidentais e os governos em geral, essencialmente, não fazem nada além de comentar sobre – assim como se meter em assuntos políticos e questões internas de Estados em todo o mundo, e nesse caso, seria de esperar que mais países sigam o exemplo da UE e de Lady Ashton, não apenas em palavras críticas, mas em ação crítica para apelar e reverter esta decisão e liberte uma pessoa dedicada à paz e à não-violência.

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