Netizens moçambicanos debatem o futuro do ativismo digital

"Heróis Digitais" uma iniciativa da Deutsche Welle - África. Foto: Alexandre Nhampossa/GV

“Heróis Digitais” uma iniciativa da Deutsche Welle – África. Foto: Alexandre Nhampossa/GV

Jornalistas, blogueiros e ativistas sociais moçambicanos reuniram-se (10.12) na cidade de Maputo num encontro organizado pela Deutsche Welle — DW África (parceiros do Global Voices Lusofonia) para compartilhar ideias e lançar luz sobre o futuro do ativismo digital em Moçambique.

O evento denominado “Heróis Digitais” também serviu para compartilhar ideias entre a media moçambicana em relação aos métodos tradicionais e modernos de informar o público para além de fomentar novas parcerias entre os próprios participantes.

Annelie Moreira Da Silva, responsável pela área de distribuição de conteúdo da DW para África, disse durante a abertura do evento que:

ao promover este encontro a emissora reconhece a importância crescente do jornalismo cidadão e do ativismo online em Moçambique e pretende dar destaque aos indivíduos que estão se tornando um exemplo na media digital.

Tomás Queface, oficial de comunicação da plataforma Sekelekani e colaborador do Global Voices, foi um dos palestrantes convidado. Na sua intervenção, Queface referiu-se à importância dos cidadãos na disseminação da informação:

Infelizmente os jornalistas não se encontram em toda a parte do Pais mas os cidadãos sim (…) logo, deve se dar uma especial atenção a essas pessoas potenciando-as de ferramentas necessárias para que sejam capazes de reportar fatos e os dar a conhecer ao mundo. Assim o público não fica refém dos jornalistas.

Por sua vez, Marcos Sinate, ativista social e membro da Plataforma Olho do Cidadão, concordando com o posicionamento de Queface, indicou aquilo que para ele constitui um desafio do Jornalismo Cidadão:

Devemos lembrar que existem pessoas de má fé que fazem circular falsas informações nas redes sociais com objetivo de desinformar. Com isso quero dizer que o nosso maior desafio no jornalismo cidadão é como proceder com a verificação dos relatos enviados

Outra das participantes convidada, Lourena Drumond, autora do blogue Ver e Sentir, fez uma reflexão em relação a problemática do “copy paste” que caracteriza alguns blogueiros e jornalistas que trabalham “online”. Drumond declara que:

(…) copiar até que não é mau. O grande problema é copiar e não citar o autor do texto original. Temos que arranjar formas de combater esse crime.

O debate foi transmitido em direto na página do Facebook da DW – África. Quem assistiu teve assim a oportunidade de emitir a sua opinião. Foi o caso de Mussa Chaleque, que comentou o seguinte em reação ao discurso da Lourena Drumond:

Algo desafiante é fazer do blogue um reflexo da nossa personalidade. É necessário que sejamos originais

Os utilizadores do Twitter também tiveram oportunidade de acompanhar o evento através da hashtag #HeroisDigitais. Filomena Mairosse escreveu:

As razões que inibem as pessoas de ter acesso à informação foram abordadas por António Sitoe:

A falta de condições financeiras foi também abordada por Edgar Barroso, ativista social e influenciador de opinião pública, que deixou no ar a seguinte reflexão:

Até que ponto estamos diante de heróis digitais se todos que estão aqui nasceram no meio de plataformas online? Heróis digitais não seriam aqueles que mesmo estando nas zonas rurais onde há falta de energia elétrica, Internet e telefone de qualidade fazem seus esforços para informar o público?

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