Libertação do ativista egípcio Alaa Abd El Fattah é adiada por dez dias

Alaa Abd El Fattah, Imagem por Nariman El-Mofty.

[Este artigo foi originalmente publicado em inglês no dia 4 de março]

Autoridades egípcias adiaram por dez dias a libertação do importante blogueiro e ativista Alaa Abd El Fattah, segundo informou no Twitter Mona Seif, ativista de direitos humanos e irmã de Fattah.

Abd El Fattah seria libertado em 17 de março de 2019, data em que completaria cinco anos de prisão.

No final de fevereiro, a campanha Free Alaa publicou uma atualização no Facebook, anunciando que  a libertação do blogueiro será no dia 27 de março, culpando pelo atraso a “burocracia usual” das instituições egípcias. A campanha garantiu aos apoiadores que o adiamento não é motivo de preocupação no momento:

The truth is the prison authorities have been giving us mixed dates over the past few months because even they find it hard to calculate exactly how long he has been in prison as he has been in and out of prison many times over the past years. They have finally settled on the 27th of March as the last day in his sentence, so accordingly we are tweaking the counter, and continuing the countdown with you

A verdade é que as autoridades penitenciárias têm nos dado diferentes datas nos últimos meses, porque até eles acham difícil calcular exatamente há quanto tempo ele está preso, já que ele esteve dentro e fora da prisão muitas vezes nos últimos anos. Eles finalmente decidiram que 27 de março será o último dia de sua sentença, então, vamos ajustar os nossos relógios e começar a contagem regressiva juntos.

Alaa foi preso e levado da casa de sua família em novembro de 2013. Mais de um ano depois, em fevereiro de 2015, ele foi julgado e sentenciado a cinco anos de prisão por “organizar” um protesto sob uma lei de 2013, que proíbe manifestações não autorizadas. Embora ele tenha participado de um protesto contra os julgamentos militares de civis em 26 de novembro do mesmo ano, Alaa não participou da sua organização. A sentença foi confirmada pelo Tribunal de Cassação do Egito em novembro de 2017.

Ele foi preso ou investigado por todos os chefes de Estado egípcios que serviram durante o curso de sua vida. Em 2006, foi preso por participar de um protesto pacífico. Em 2011, passou dois meses na prisão, e não conseguiu ver o nascimento de seu primeiro filho, Khaled. Em 2013, foi preso e detido por 115 dias sem julgamento.

Alaa, trabalha há muito tempo em projetos de tecnologia e ativismo político com sua esposa, Manal Hassan. Ele vem de uma família de proeminentes defensores de direitos humanos, incluindo Ahmed Seif El Islam, pai de Alaa e advogado de direitos humanos, que foi preso várias vezes sob o regime de Hosni Mubarak. As irmãs do ativista, Mona e Sanaa Seif, também são defensoras de direitos humanos e há muito tempo fazem campanha contra os julgamentos militares de civis no país. Em 2016, Sanaa cumpriu seis meses de prisão por insultar um funcionário público.

A data de libertação prevista para março não marca o fim da condenação de Alaa, mas a transição para a fase final de sua sentença. Após sua libertação, Alaa será obrigado a passar todas as noites na delegacia local por mais cinco anos.

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