Brasil: Pesquisa e Avanços em Fontes Renováveis de Energia

O Brasil nas últimas décadas consagrou-se como um país de energias limpas incluindo de maneira significativa em sua matriz energética fontes como hidroelétrica e álcool. Essas inclusões foram possíveis graças a pesquisas de diversos atores sociais e a adoção de tais sistemas pelo governo. O blog Amazônia News resume os dados de oferta de energia por fontes:

De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 90% da energia gerada no Brasil em 2009, veio de fontes renováveis – principalmente hidráulica (83,7%), biomassa (5,9%) e eólica, com uma pequena participação (0,3%).

Transformar esse potencial natural em capacidade instalada e produção exige superar uma série de gargalos econômicos, tecnológicos, logísticos e regulatórios. A previsão da EPE é de que, até 2019, o perfil da matriz energética brasileira como um todo não mude muito.

Apesar da oferta predominante de energias renováveis que o Brasil apresenta [ver gráfico do Balanço Nacional de Energia – BEN], a evolução do consumo de energia mostra que o maior consumo no país é ainda de derivados do petróleo. Assim cria-se um excedente de energias renováveis que são vendidas para outros países enquanto ocorre a importação de derivados do petróleo que o Brasil ainda é obrigado a realizar.

Evolução Histórica do Consumo de Energia por fontes no Brasil – 2009, Fonte : BEN -2010 (CC)

A solução dessa situação repousa sobre os avanços tecnológicos. Um dos principais propósitos dos pesquisadores é explorar novos horizontes para a humanidade, desenvolvendo novas tecnologias e adaptando os avanços tecnológicos as mais diversas realidades. No campo da energia, esses esforços se concentram na viabilização de novas fontes energéticas e em estudos para tornarem viáveis tais fontes. Esse trabalho só é possível com a formação de profissionais qualificados e a implantação de centros de pesquisas.

Relâmpagos – alvo para nova fonte de energia renovável, foto de Brujo+ no Flickr (CC)

Nos últimos meses blogs como LapsblogSandro Nasser SicutoTecnólogos Ambientais, reportaram mais um avanço brasileiro no campo energético. No dia 25 de agosto de 2009 foi apresentado durante a reunião da American Chemical Society (ACS), em Boston, nos Estados Unidos, pelo professor Fernando Galembeck, da Unicamp, um modelo que propõe a capitação de energia elétrica que é acumulada nas gotículas de água na atmosfera, higroeletricidade. Esse estudo esclarece alguns pontos controversos sobre a formação dos relâmpagos e apresenta os primeiros passos para utilizar essa fonte de energia para o desenvolvimento da sociedade humana.

A aplicação dessa descoberta ainda está em fase de estudo e pode demorar ainda algum tempo para estar presente no cotidiano dos consumidores. A captação dessa eletricidade provavelmente será realizada através de placas de metal, mas os materiais e os mecanismos envolvidos demandam mais estudos. Em discussão no blog do jornalista Luis Nassif sobre um artigo republicado de António Sisoto, Marko comenta a respeito do posicionamento da pesquisa do Professor Galembeck:

Ok Legal mas vamos [com] calma, afinal explicar determinado fenômeno é 1 coisa, extrair utilidade [de] tal explicação são ooooutro$$$$$ 500 (mto$ quinhento$ aliá$$ ) inclusive “outros quinhentos” políticos, e não apenas financeiros…

Ademais, a história está cansada d demonstrar q nem sempre a explicação d determinado fenômeno precede ou é essencial p/a utilização prática do mesmo.

Esse longo caminho a percorrer já foi superado pela energia solar. Os primeiros passos na elaboração teórica da energia solar foram realizados no década de 30 . Nessa época, a utilização de células fotovoltaicas estava em fase de inicial. Hoje é uma realidade utilizada por inúmeras empresas e uma das fontes de obtenção de energia limpa para projetos sustentáveis.

Apesar da disponibilidade dessa tecnologia no mercado, segundo o blog Amazônia News, a maioria dos Brasileiros ainda não tem condições de acessar essa forma de energia:

O problema é o preço. A energia solar, ainda é relativamente cara, tornando um empreendimento deste porte inviável economicamente. O que não significa que ela não desempenhe um papel estratégico no desenvolvimento sustentável do país. Segundo [Enio Bueno] Pereira, a estratégia mais simples, seria disseminar o uso de painéis solares em telhados para uso doméstico, como forma de reduzir a demanda sobre o sistema e, assim, liberar mais energia para uso industrial, principalmente nos horários de pico.

Foto do site Sociedade do Sol, usada com permissão

Grande parte do consumo nas residências dos brasileiros é oriundo dos chuveiros elétricos. Atento às necessidades da sociedade brasileira, um grupo de pesquisadores da USP, desenvolveu um sistema denominado Aquecimento Solar de Baixo Custo – ASBC. Esse sistema utiliza forros de PVC que irá captar a energia solar e aquecer a água contida em uma reservatório especial o que é capaz de reduzir o consumo mensal de eletricidade em 60 % ao final de um mês, essa economia permite o pagamento do investido em 5 meses aproximadamente. Inúmeros blogs brasileiros, como o de Carol Daemon, tem divulgado esse sistema e sua implantação, e o site Sociedade do Sol disponibiliza para download manuais para implantação e uma lista com fornecedores de materiais.

A energia eólica, energia gerada pelos ventos, também tem recebido atenção por inúmeras empresas que apostam na importância dessa fonte limpa de energia como uma alternativa viável para o futuro.

Postes de iluminação a energia solar e eólica, foto da Revista Fiec de 28/03/2010 usada com permissão

O blog Ética Global divulga o projeto, publicado na Revista Fiec, de um engenheiro mecânico Fernadez Ximentes proprietário da empresa Gram Eolic, no Ceará. Esse projeto consiste em postes de iluminação alimentados 100% por energia solar e eólica. Esse poste possui uma autonomia de 7 dias, sem qualquer entrada de energia no sistema. Esses postes contém um sistema de energia denominado PEI – Produção de Energia Independente – que é capaz de gerar energia para outros três postes de luz.  O formato de avião foi escolhido para poder conjugar as placas de energia solar, junto com a captação de energia eólica.

Segundo a empresa, esses postes apresentam economia de R$ 21.000,00 por quilômetro/mês quando substituído por uma matriz plenamente elétricas e apresentam um custo de implantação 10% menor que os postes convencionais. O governo do estado é o parceiro desse projeto e pretende implantar esse sistema nos próximos anos.

Resta-nos aguardar saber se as previsões do Nobel da Química, Waler Kohn, estavam corretas quando dizia que a energia solar e eólica podem encerrar a era do petróleo.

A sociedade humana depende da energia para sua manutenção e seu desenvolvimento. Através dos estudos realizados pelos diversos atores sociais é possível  desonerar os grandes centro geradores, como hidrelétricas e combustíveis fósseis, representando uma alternativa viável para a questão energética do país.

Apesar da opção do Brasil por energias renováveis, grandes impactos ainda são oriundos da geração de biocombustíveis e hidrelétrica, destacando-se a perda de biodiversidade através da supressão de vegetação . Essas novas tecnologias permitiram uma produção de energias renováveis com menor impacto ambiental em sua geração e implantação. O desenvolvimento de tecnologias com intuito de substituir os combustíveis fósseis por fontes renováveis é de fundamental importância para a soberania e desenvolvimento nacional. Cabe agora ao governo e lideranças adotarem  essas novas tecnologias em seus planejamentos, fazendo com que o Brasil continue sendo o país das energias renováveis, e cada vez mais limpas.

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