As diferentes versões da língua francesa falada nos quatro cantos do mundo nem sempre se parecem. Em nossa seção “As palavras têm algo a dizer”, prestamos homenagem às palavras ou expressões que são específicas de uma região, um país ou comunidade, e também as intraduzíveis que existem em francês e são traduzidas pela mídia e palavras francesas usadas por outros idiomas sem tradução e que algumas vezes assumem outro sentido.
Os episódios anteriores podem ser encontrados aqui: As palavras têm algo a dizer.
Hoje escolhemos três termos e expressões:
Batizar: verbo derivado da palavra baptême (batismo) que explica o fato de alguém se tornar cristão, o verbo “ batizar ” tem outro sentido para os falantes de camfranglês ou franglês, o dialeto camaronês. Em geral utilizado nas ruas, o termo batizar quer dizer simplesmente burlar em camfranglês. Os golpistas usam para passar a mensagem em código, como por exemplo:
« J’ai baptisé le biblos » pour dire « J’ai arnaqué l’homme blanc ».
Eu batizei os brancos, para dizer ” eu dei um golpe do homem brando.
Žůžo : essa palavra tcheca que se pronuncia “joujou” faz parte da linguagem familiar e se usa em uma situação ou em relação a um objeto que dá prazer. Pode-se traduzir como ‘genial’, ‘super’, ‘fabuloso’. Uma de suas origens poderia ser a palavra francesa ‘joujou’ que descreve um jogo ou objeto encantador. Mas certos linguistas indicam também uma outra possível etimologia, via a lingua romani, presente na sociedade tcheca após mais de cinco séculos, na qual “žůžo” significa ‘agradável’.
Taxi-clando : abreviação da palavra clandestino, o termo “clando” faz referência a qualquer coisa ilegal ou informal que escapa do controle do Estado. Os taxi-clandos são veículos de transporte como qualquer outro, mas com características particulares. Do motor à carroceria, passando pelos assentos e portas, nada encontra-se em boas condições. São facilmente encontrados em alguns países da África como Gabão ou Camarões. Nesses países, os “taxi-clandos” têm um papel crucial pois servem como meio de transporte para a população de vive nas periferíaas das grandes cidades.
O documentário “Le désastre routier ” ilustra a vida cotidiana dos condutores desses táxis em Camarões.
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