Segurança Digital + Linguagem

Ilustração de Naandeyé García Villegas para a Rising Voices

Sobre

Quais são os desafios e necessidades dos ativistas e suas comunidades que falam línguas indígenas, marginalizadas, minoritárias ou de poucos recursos em relação à segurança e proteção digital?

Essa é uma questão fundamental que nossa equipe investigou em relação aos desafios linguísticos enfrentados pelos membros das comunidades Angika, Dagani, Tharu do leste, Gĩkũyũ, Kichwa, Igbo, IsiZulu, Caqchiquel, Mapudungun, Mixe, Odia, Sesoto, Torwali, Axante, Yorùbá, Iucateque, Wayuunaiki, e Zapotec. 

Nos últimos oito anos, a Rising Voices (RV), a divisão de inclusão digital da Global Voices, tem apoiado ativistas digitais de línguas na América Latina, África e Ásia, facilitando espaços para aprendizado coletivo, formação de redes, treinamento e mentoria, além de amplificar o trabalho desses ativistas. Durante esse período, a RV passou a conhecer essa rede de ativistas de línguas enquanto eles enfrentam vários tipos de desafios linguísticos, técnicos, socioculturais e políticos. A necessidade de informações sobre meios de comunicação mais seguros e hábitos mais protegidos em suas comunidades linguísticas também foi apontada como uma prioridade. 

Comunidades linguísticas por região

África: Dagani, Gĩkũyũ, Igbo, IsiZulu, Sesoto, Axante, Yorùbá

Ásia: Angika, Tharu do leste, Odia, Torwali

América Latina: Kichwa, Caqchiquel, Mapudungun, Mixe, Iucateque, Wayuunaiki, Zapotec

Esse projeto, realizado em parte com o apoio do Open Technology Fund ofereceu aos membros dessas comunidades linguísticas a oportunidade de começar a explorar essa interseção, além de identificar necessidades, criar recomendações e estabelecer prioridades nesse campo. 

No início de 2022, convidamos 62 ativistas de 62 diferentes comunidades linguísticas da rede ampliada da RV para compartilhar seus conhecimentos, atitudes e práticas atuais sobre segurança digital, assim como suas percepções iniciais sobre os desafios que suas comunidades enfrentam. Após a conclusão da análise dessa pesquisa, todos os 62 participantes manifestaram interesse em serem escolhidos como um dos 18 pesquisadores do estudo de caso na segunda fase desse projeto, destacando a necessidade constante de explorar essa questão. Seguido de um processo de inscrição onde os participantes expressaram interesse em continuar, 18 foram finalmente escolhidos para integrar a equipe do projeto.

Trabalhar com pesquisadores que pertencem às próprias comunidades linguísticas que fizeram parte desse estudo foi um aspecto fundamental desse projeto. Além de terem um conhecimento significativo sobre o contexto local e as preferências em relação às abordagens de coleta de informações, eles também estão em uma posição privilegiada para definir prioridades. Eles podem atuar como intermediários confiáveis entre sua comunidade local e as redes mais amplas de segurança e proteção digital. 

Os 18 pesquisadores do estudo de caso adotaram uma metodologia de pesquisa participativa que incluiu treinamento online sobre planejamento de pesquisa, trabalho de campo, análise de dados e elaboração de relatórios. Eles foram incentivados a escolher as perguntas de pesquisa nas quais focariam seu trabalho e a maneira de coletar e compartilhar as informações. Após meses de pesquisa, os pesquisadores elaboraram relatórios que descreveram seus processos, descobertas e análises.

Desses relatórios surgiram 18 histórias, contendo análises que eles decidiram compartilhar com um público mais amplo, incluindo depoimentos de membros da comunidade, reflexões e aprendizados que também são apresentados como recomendações ou estratégias voltadas para os direitos digitais, considerando a diversidade das línguas. 

Cada uma dessas histórias está disponível em espanhol, inglês e em cada uma das 18 línguas que guardam o conhecimento e a memória coletiva dessas comunidades. Elas são o resultado de um processo colaborativo flexível com um redator do projeto, e cada uma seguiu trajetórias distintas que agora se refletem nas diferentes formas dos artigos. As histórias são acompanhadas por clipes de áudio onde os pesquisadores compartilham suas reflexões sobre o processo de pesquisa, juntamente com uma ilustração criada por um artista da mesma comunidade linguística.

Essas histórias são agora 18 oportunidades para aprender com as questões, necessidades e desejos dessas comunidades, onde a relação entre direitos digitais e direitos linguísticos é fundamental e requer mais ações se quisermos lutar por um mundo [digital] mais seguro para todos.

Pesquisadores

Equipe de apoio ao projeto

  • Ameya Nagarajan, Editora Associada
  • Andrés Lombana-Bermudez, Pesquisador Líder
  • Eddie Avila, Líder de Projeto
  • María Alvarez Malvido, Editora/Redatora do Projeto
  • Mariam Abuadas, Gestora de Projetos
  • Nathaly Espitia-Díaz, Consultora de Segurança Digital

Histórias

 

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