Policial nigeriano é condenado à morte por atirar em advogada grávida no Natal

Captura de tela de Omobolanle Raheem em um video do YouTube: ‘Bolanle Raheem | Policial homicida, ASP Drambi Vandi, se declara inocente da acusação,‘ publicado em 16 de janeiro de 2023 pela TVC News Nigeria.

O tribunal superior de Lagos, na Nigéria, condenou à morte o policial Drambi Vandi pelo incidente que terminou com o falecimento da advogada, Omobolanle Raheem, grávida, no Natal.

Em 25 de dezembro de 2022, policiais em Ajah, Lagos, ordenaram que Raheem e sua familia parassem o carro em que retornavam de uma missa natalina. Um dos agentes, depois identificado como Drambi Vandi, superintendente assistente de polícia, atirou contra o carro causando a morte da advogada. Logo depois dos disparos, os policiais fugiram do local.

O assassinato de Raheem gerou indignação com a violência policial na Nigeria. Este incidente com resultados fatais é um dos vários incidentes de violência policial registrados recentemente em Lagos e em outras partes da Nigéria. Apenas três semanas antes do assassinato de Raheem, Gafaru Buraimoh, de 31 anos, foi morto a tiros por policiais da mesma delegacia em Lagos. Um estudo realizado pelo The Cable identificou que cerca de 91 nigerianos foram assassinados por policiais no último ano.

A Anistia Internacional condenou o assassinato de Raheem em uma publicação no X (antigo como Twitter).

Anistia Internacional condena veementemente o assassinato da senhora Omobolanle Raheem cometido por um policial em Ajiwe Ajah, Lagos, no Natal. É assustador pensar que policiais, que juraram proteger vidas, possam tirá-las com tamanha impunidade.

Em 29 de dezembro de 2022, uma liga de mais de 223 organizações de mulheres, sob o nome de Womanifesto, exigiu justiça para Raheem. A doutora Abiola Akiyode-Afolabi, coordenadora da Womanifesto e diretora executiva do Centro de Investigação e Documentação de Defensores dos Direitos das Mulheres, levantou o assunto em um comunicado intitulado “Justiça para Omobolanle Raheem, assassinada pelo ASP Drambi Vandi!”

“Exigimos o rápido processamento de Drambi Vandi em toda a extensão da lei penal de 2015 do Estado de Lagos e de outras leis aplicáveis. Tanto a família como os amigos da falecida Omobolanle Raheem merecem justiça e uma compensação por sua perda e traumas causados”, declararam.

Enquanto lamentavam a morte da advogada, nas redes sociais os nigerianos e ativistas dos direitos humanos expressaram seu descontentamento no X (antigo Twitter), com muitos apelos à Polícia para que adotassem medidas contra os agentes da delegacia de Ajiwe. O advogado de direitos humanos, Festus Ogun, descreveu o incidente como um padrão recorrente e exigiu justiça para a vítima. Em uma publicação no X, disse:

A advogada Omobolanle Raheem foi assassinada a tiros por policiais nigerianos integrantes da delegacia de Ajiwe, em Ajah, Lagos. Uma morte a mais. Estes malvados e desprezíveis homens uniformizados estão se encorajando com sua imprudente ilegalidade. E os advogados estão sempre no ponto de mira.
———-
Lamentavelmente, este incidente não é algo incomum. A Polícia tem demonstrado ódio e desprezo constantes pelos advogados ao longo dos anos. A profissão jurídica deve se erguer unida para evitar este perigoso precedente. Deve haver consequências para a impunidade.

Advogados nigerianos da divisão do estado de Lagos da Associação de Advogados da Nigéria, liderados pelo presidente do Instituto de Advogados da Nigéria, Yakubu Chonoko Maikyau, se uniram para a acusação do policial como parte de seus esforços para assegurar uma justiça rápida e eficaz para a família da falecida.

A Associação de Advogados da Nigéria exigiu um pagamento adicional pelos danos causados não menor que 5.000 milhões de narias (12.000 dólares aproximadamente).

Em 30 de dezembro de 2022, o Procurador-geral do estado de Lagos, Moyosore Onigbanjo, apresentou uma acusação única contra Vandi pelo assassinato de Raheem. O magistrado deferiu a solicitação de aprisionar o acusado no Centro Penitenciário de Ikoyi até o dia 30 de janeiro de 2023.

O tribunal considerou Vandi culpado pelo assassinato e o condenou à morte por enforcamento em 9 de outubro de 2023, depois que o marido da falecida, sua irmã, o armeiro policial, o patologista e outras sete pessoas testemunharam contra ele.

Inicie uma conversa

Colaboradores, favor realizar Entrar »

Por uma boa conversa...

  • Por favor, trate as outras pessoas com respeito. Trate como deseja ser tratado. Comentários que contenham mensagens de ódio, linguagem inadequada ou ataques pessoais não serão aprovados. Seja razoável.