Oito fotos para se deliciar com o esplendor da natureza da América Central e do Peru

Fotos: cortesia de Daniel Núñez.

Para marcar o Dia Internacional da Diversidade Biológica, compartilho minhas fotos favoritas da vida selvagem na Guatemala e no Peru. Como biólogo, fotografar a vida selvagem tornou-se meu braço direito, pois descobri que a ciência e a conservação podem ser complementadas por meio da fotografia.

Uma imagem pode ajudar a visualizar o que está sendo feito nas pesquisas, revelar espécies pouco valorizadas, registrar novas espécies e comportamentos de organismos, entre muitas outras coisas.

Há cinco anos, peguei uma câmera e comecei a fotografar a biodiversidade que, aos poucos, ia observando. Minha verdadeira paixão pela fotografia começou quando eu estava estudando biologia na Universidade do Vale da Guatemala. Foi durante meus constantes estudos de campo que decidi me dedicar à fotografia, devido aos animais que eu observava.

Sempre tive um interesse especial pelos répteis e anfíbios, animais que talvez muitos repudiam, mas pouco a pouco e com a prática fui me dedicando a fotografar a vida selvagem de outros animais, como aves e mamíferos. Compartilharei a seguir, algumas das minhas fotos favoritas com uma breve descrição.

O quetzal-resplandecente (Pharomachrus mocinno), na minha opinião, uma das aves mais incríveis do mundo, é encontrado principalmente no México, na Guatemala, em Honduras e na Costa Rica. Para tirar esta foto, fiquei vários dias esperando e observando o comportamento dos quetzais em seus ninhos. Tive que esperar por mais de seis horas na floresta do vulcão Atitlán, em Sololá, na Guatemala, para ver o macho levar comida para os filhotes e capturar o momento.

Uma tarde chuvosa no rio Tambopata, na Reserva Nacional de Tambopata, no Peru. Estávamos em busca de felinos no rio, principalmente, jaguares e pumas. Infelizmente, não alcançamos o objetivo, mas conseguimos observar uma das espécies que serve de alimento para o jaguar… a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris). Uma família de capivaras no rio, entre gotas de chuva, nós vimos esta mãe com o filhote.

O acasalamento da rã de olhos pretos da Guatemala (Agalychnis moreletii). Durante essa noite, pudemos apreciar o comportamento de várias rãs, machos e fêmeas, perto de uma poça d'água. A poça era um pequeno reservatório construído pelo homem; espécies como essa aproveitam as fontes de água para acasalar e pôr seus ovos. Essa espécie é encontrada em Belize, El Salvador, Guatemala, Honduras e México.

Talvez seja uma espécie comum, mas tive uma sensação maravilhosa quando consegui observá-la pela primeira vez. Existem várias espécies de rãs de vidro da família Centrolenidae, mas a Hyalinobatrachium viridissimum é a única da Guatemala. É impressionante poder ver seus órgãos com tantos detalhes.

Uma das minhas fotos favoritas, onde pude capturar três espécies de araras que se alimentavam de argila em Collpa Chunco, na Reserva de Tambopata, no Peru. No primeiro dia de observação, devido à chuva, não consegui ver nenhum pássaro na parede, mas no dia seguinte foi um show com mais de 30 a 40 aves voando bem próximo e se alimentando nas árvores. Na foto, pode-se ver as espécies: Ara macao (escarlate), Ara ararauna (azul e amarelo) e Ara chloropterus (alviverde).

Uma das serpentes mais lindas da Guatemala é a incrível víbora-das-palmeiras (Bothriechis bicolor). Esta foi uma das primeiras serpentes que consegui fotografar e, por isso, tornou-se uma das minhas fotos favoritas.

Um dos encontros mais inesperados e difíceis que já tive. Tudo começou com uma caminhada até a montanha a partir das 10 horas da manhã, com o propósito de contemplar outras espécies. Depois de carregar o equipamento durante todo o dia sem conseguir achar quase nada, um encontro por volta das 22 horas alegrou a minha noite. A cobra-de-pestana (Bothriechis schlegelii), provavelmente, é comum em países como a Costa Rica, mas na Guatemala, só é encontrada em poucos lugares da encosta do Caribe.

Finalmente, um dos animais mais incríveis que pude admirar: a Ranitomeya fantastica, que é uma espécie endêmica da região de San Martin e Loreto, no Peru, ou seja, é encontrada apenas nessa região. O fato de serem espécies com habitats muito específicos constitui um grande problema, pois a perda do habitat e a atividade humana as colocam em risco. Aqui, podemos ver um macho com seus girinos nas costas, um comportamento peculiar dessas espécies.

Visite meu Instagram e Twitter para ver mais fotos.

Inicie uma conversa

Colaboradores, favor realizar Entrar »

Por uma boa conversa...

  • Por favor, trate as outras pessoas com respeito. Trate como deseja ser tratado. Comentários que contenham mensagens de ódio, linguagem inadequada ou ataques pessoais não serão aprovados. Seja razoável.