As redes sociais fazem as vozes da sociedade civil serem ouvidas no Togo

Captura de tela do canal no Youtube TV5 Monde

A forte ingressão da internet no Togo permite que os influenciadores tornem as redes sociais plataformas de promoção eficazes. Jornalistas e ativistas da sociedade civil também aproveitam para fazer suas vozes serem ouvidas.

Embora o Togo continue sendo um país predominantemente rural na África Ocidental, os cidadãos urbanos agora representam 47% da população de mais de 8 milhões de habitantes. Essa tendência demográfica explica em parte os esforços do governo para facilitar o acesso à Internet para os cidadãos togoleses. Hoje, mais de 25% dos habitantes têm acesso on-line, o que é um número relativamente alto para esta região.

Como em qualquer lugar, a tendência de influenciadores digitais decolou neste país, onde vários foram um verdadeiro sucesso. O grupo Toofan tem mais de 800.000 inscritos em seu canal no YouTube e sua última música, “C'est Pas Normal”, teve mais de dois milhões de visualizações:

Outra estrela da música é o cantor King Mensah, que tem mais de 13.000 inscritos no YouTube.

Um dos grandes nomes on-line do Togo é, sem dúvida, o jogador de futebol internacional Emmanuel Shéyi Adébayor. Conhecido como o embaixador internacional número um do Togo, ele é frequentemente visto como o togolês mais influente, com 2,6 milhões de seguidores em sua página no Facebook. Ele não só fala de esportes nesta plataforma, como também aborda questões de solidariedade e desenvolvimento.

Um trunfo para jornalistas e para a sociedade civil

Os jornalistas togoleses também compreendem a importância de ter uma presença on-line para chamar a atenção do público para questões sociais e políticas importantes, bem como no domínio dos direitos humanos. Noël Kokou Tadegnon, que tem mais de 15.000 seguidores em sua conta no Twitter, também está presente no Facebook. Tadegnon pode inspirar muito mais jovens togoleses por meio de sua carreira como jornalista e verificador de fatos. Iniciou a carreira no rádio jornalístico, antes de se dedicar ao webjornalismo. Ele criou a primeira plataforma de publicação de conteúdo da web do Togo, www.mediatogo.info, lançada em 2000. Em 2008, ganhou o prêmio Highway Africa Digital Journalism, na África do Sul, que reconhece o trabalho de jornalistas no domínio da internet e da tecnologia. Ele também é o fundador da TogoCheck, uma plataforma projetada para rastrear notícias falsas.

Com 19.000 seguidores em sua página no Facebook, o jornalista investigativo Ferdinand Ayité é uma voz importante no cenário da mídia togolesa. Ele é conhecido por suas investigações sobre questões delicadas e, portanto, edita o jornal investigativo, L'Alternative, que frequentemente cobre casos de corrupção e peculato. Ultimamente, ele também tem seu próprio canal no YouTube, onde fala de política e ecologia, como mostra o vídeo abaixo:

Outro nome conhecido no Togo é André Kangni Afanou: uma das principais referências no domínio dos direitos humanos. Advogado por formação, presta apoio às vítimas togolesas de violações de direitos. Ele é presidente do Centro de Documentação e Treinamento em Direitos Humanos (CDFDH), bem como o coordenador do escritório africano do Centro de Direitos Civis e Políticos (CCPR-Centre), uma ONG com sede na Suíça. Estando no Twitter, Afanou também orienta cerca de 100 jovens togoleses que desejam adquirir habilidades de liderança e, assim, trazer mudanças positivas para suas comunidades.

Mulheres também têm presença on-line

Mulheres ativistas também têm presença on-line no Togo. É o caso de Rolande Djatougbe Aziaka, ecologista que está tanto no Facebook quanto no Twitter. Além de jornalista, host, apresentadora de televisão e empreendedora social, é fundadora do programa da internet Eco Conscience TV. Este é um canal de televisão on-line sobre o desenvolvimento sustentável no Togo. Em 2018, Rolande foi um dos 10 jovens togoleses a receber a Bolsa Mandela Washington, concedida pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Outro exemplo é o da jornalista, Elisabeth Apampa, que demonstra que as mulheres togolesas sabem exatamente como usar as redes sociais. Com mais de 27.000 seguidores no Instagram, ela combina suas várias funções como empresária e apresentadora na Zéphyr FM e na televisão nacional. Ela também organiza o festival “Ma Rue Ma Musique(Minha Rua Minha Música), que desde 2017 é referência na divulgação de artistas da cena musical ao vivo e também da rua. Além disso, Apampa é responsável pela comunicação do Prêmio nacional de música do Togo, o All Music Awards. Hoje, talvez ela possa ser descrita como uma influenciadora que sabe como combinar efetivamente vídeo e ativismo, como mostra o post abaixo:

Política, negócios e tecnologia: uma mistura perfeita para as redes sociais

Algumas figuras importantes no Togo também usam as redes sociais para promover sua presença em vários domínios: empreendedorismo, política e inovação. Um exemplo é o congressista da Assembleia Nacional togolesa e candidato às eleições presidenciais de 2025, Gerry Komandéga Taama, que fala sobre seu partido de oposição, Nouvel Engagement Togolais (NET), em sua página no Facebook. Ele se diferencia de outros políticos pela ligação com o público e com os jovens, em particular. Eles representam quase 40% da população e precisam de um político que os ouça.

Outro protagonista importante é Guillaume Djondo, que não é apenas o diretor digital do Gabinete Presidencial togolês, como também um poeta. Isso pode ser visto em sua conta do Twitter que tem mais de 18.000 seguidores.

A tendência é, portanto, ser ouvido nas redes sociais, que muitas vezes podem ter mais impacto do que a mídia tradicional. É mais do que provável que esses exemplos de identidades híbridas só aumentem no futuro entre influenciadores e protagonistas da sociedade civil.

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