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Fazendeiros indianos se desesperam com dívidas de empréstimos bancários

Categorias: Sul da Ásia, Índia, Boas Notícias, Desenvolvimento, Direitos Humanos, Economia e Negócios, Governança, Mídia Cidadã, Protesto
Captura de tela de vídeo do YouTube por VideoVolunteers. [1]

Um fazendeiro de Maharashtra cujo valor de empréstimo devido chegou a INR 900.000,00 (USD 10.960,00) de iniciais INR 280.000,00 (USD 3.410,00) com juros e crédito em quatro anos. Captura de tela de vídeo do YouTube por VideoVolunteers.

Esta compilação de dois posts por Maya Khodve apareceu [2] originalmente no VideoVolunteers [3], uma premiada organização de mídia comunitária internacional baseada na Índia. Uma versão editada é publicada abaixo como parte de um acordo de compartilhamento de conteúdo.

É irônico que fazendeiros na Índia estão sempre na base [4] da pirâmide de prosperidade econômica. Há múltiplas razões para esse fenômeno, desde problemas de propriedade de pequenas terras [5] e explosão populacional até políticas de agricultura e inovação tecnológica.

Outro aspecto explorador da penúria e infortúnios dos fazendeiros são os intermediários. A correspondente comunitária do VideoVolunteers Maya Khodve [6] vive em uma favela em Nashik [7], uma cidade na região norte do estado indiano de Maharashtra. Em sua reportagem em vídeo abaixo, ela destaca uma categoria de intermediários, os bancos que emprestam a fazendeiros e os exploram com taxas de juros exorbitantes [8].

Na região de Dari de Nashik, Maharashtra [9], alguns fazendeiros não conseguiram pagar seus empréstimos ao Banco Cooperado Central do Distrito de Nashik [10] (NDCC, na sigla em inglês) nos últimos quatro anos. O banco NDCC enviou avisos de confisco de terras e leilões. A situação é grave para os fazendeiros: se sua terra é leiloada ou confiscada eles não têm meios de sobreviver.

O banco continua enviando avisos repetidamente e funcionários do banco estão indo até as casas dos fazendeiros para avisá-los dos confiscos de terras. Os fazendeiros mais idosos estão muito estressados com a situação, e, no vídeo, pode-se ver que um dos fazendeiros teve até um ataque de coração que levou a paralisia.

Os fazendeiros não puderam pagar seus empréstimos porque tiveram colheitas ruins nos últimos quatro anos. Os juros dos empréstimos, por outro lado, subiram cada vez mais. O empréstimo de um fazendeiro de INR 280.000,00 (USD 3.410,00) chegou a INR 900.000,00 (USD 10.960,00) em quatro anos. Os funcionários do banco então mostraram a ele o aviso de leilão e pediram a ele que pagasse metade do valor dos juros.

Os fazendeiros estão dizendo que, sem a intervenção do governo, não será possível pagar o empréstimo ou os juros. Eles estão em desespero.

Mas, a esperança é que, todo ano, o governo de Maharashtra perdoa as dívidas de empréstimo de fazendeiros necessitados. Maya Khodve sabia desses esquemas. Ela foi conversar com o gerente bancário junto com os fazendeiros para encontrar uma solução para este grave problema.

Os fazendeiros da vila de Dhondeagaon no distrito de Nashik têm visitado o NDCC repetidamente para encerrar sua conta de empréstimo pelos últimos dois anos, mas estavam enfrentando um problema administrativo. Os funcionários do banco insistiam que eles deveriam pagar com dinheiro em espécie, enquanto os fazendeiros queriam usar dinheiro que já estava nas contas de familiares no banco para pagar os empréstimos. O banco foi inflexível em dizer que isso não era possível.

Para encontrar uma solução, os fazendeiros e Maya Khodve foram encontrar o chefe executivo do NDCC, sr. Pingle, e explicar a ele o problema dos pagamentos. Pingle aceitou o argumento e entendeu que é desnecessário segurar o pagamento dos empréstimos quando os fazendeiros estão prontos para pagar a partir das contas de suas famílias no mesmo banco. Isso fará o acerto dos empréstimos mais rápido e vai aliviar os fazendeiros dos juros acumulados que será aplicado, e liberar capital para novos empréstimos. Pingle providenciou uma ordem para que isso seja feito, para alívio dos fazendeiros.

Os fazendeiros não teriam se encontrado com o CEO do banco se Maya Khodve não tivesse interferido e os encorajado a encontrar uma solução para seus problemas.