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Projeto de mapeamento por satélite rastreia danos às comunidades ucranianas

Categorias: Europa Oriental e Central, Leste da Ásia, Japão, Ucrânia, Esforços Humanitários, Fotografia, Guerra & Conflito, Ideias, Mídia Cidadã, Mídia e Jornalismo, Tecnologia, Russia invades Ukraine
Satellite Images Map of Ukraine [1]

O “Projeto Mapa de Imagens de Satélite da Ucrânia [2]” apresenta imagens de danos de guerra na Ucrânia, tais como provas de artilharia visíveis nas janelas de um edifício destruído. Imagem fornecida por Hidenori Watanave [2], utilizada com permissão.

O mais novo projeto de mapeamento colaborativo do Japão, Hidenori Watanave [3], documenta os danos e a destruição causados pela invasão da Rússia na Ucrânia.

O projeto, chamado Mapa de Imagens de Satélite da Ucrânia [4], incorpora imagens de satélite, imagens de drone e visualização 3D para rastrear, organizar e verificar danos à Ucrânia, bem como impactos sobre a população civil. Várias cidades e regiões da Ucrânia foram mapeadas até agora, incluindo Mariupol, Irpin, Chernihiv e Bucha.

Organizamos aqui os resultados de uma série de verificações da vala sepulcral encontrada na igreja de St. Andrew em Bucha, incluindo imagens de satélite anteriores e GoogleStreetView. Ele pode ser baixado como um arquivo KMZ georreferenciado simplificado.

[Note: Taichi Furuhashi of Aoyama Gakuin University is a collaborator on the project.]

[Nota: Taichi Furuhashi da Universidade de Aoyama Gakuin é um colaborador no projeto].

As imagens podem ser visualizadas como guias na página eletrônica do projeto [9], e os modelos originais estão disponíveis no SketchFab [10], uma comunidade on-line dedicada ao compartilhamento de imagens 3D, RV (realidade virtual) e RA (realidade aumentada).

Em uma entrevista [2] com a Universidade de Tóquio, Watanave disse:

画像は、ネット記事やTwitterなどを通じて世界中に拡散していますが、詳しい位置情報は示されていないため、ウクライナのどの地点のものなのかは実は正確にはわかりません。わかるのはマリウポリ(Mariupol)などの地名くらいです。私たちが行なっているのは、配信された衛星画像の詳細な地点をGoogle Earth上で探し出し、特定することです。特定できたら、画像の縦横比や方位、歪みを調整して実際の場所にぴったり重なるように調整し、デジタル地球儀プラットフォームの「Cesium」にマッピングして公開しています。

Imagens [da guerra na Ucrânia] estão se espalhando por todo o mundo em artigos da Internet e no Twitter. Entretanto, como não há informações detalhadas sobre a localização, pode ser difícil dizer exatamente de onde são essas imagens na Ucrânia. Tudo que você pode entender é o nome geral de um local, tal como “Mariupol”. O que nossa equipe está fazendo é encontrar e identificar os locais detalhados de acordo com as imagens de satélite do Google Earth. Uma vez identificada a localização exata, refinamos então a relação de aspecto, orientação e distorção da imagem para corresponder perfeitamente ao que a localização real se parece, e então mapeamos tudo no Cesium [11] [uma plataforma de mapeamento baseada em navegador].

Em uma entrevista por e-mail com a Global Voices, Watanave disse:

地図で示すことで全体像がとらえやすくなる。被害の実情をより深く考えて欲しい。膨大な画像を整理して提示することで、各国が発表する情報の検証にもつながる。その意思を助け,世界中に届けるための補助をしたい。

Ao mostrar os efeitos da guerra em um mapa, torna-se mais fácil entender o cenário completo do que está acontecendo, minha esperança é que os outros possam entender melhor os fatos da extensão dos danos. Além disso, ao organizar e apresentar uma enorme quantidade de imagens, isso também levará à verificação das informações publicadas por cada país. Gostaria que outros utilizassem [nossa ferramenta de mapeamento] como conteúdo jornalístico e verificassem o que está ocorrendo na Ucrânia.

O projeto também pode servir para fornecer um registro histórico da invasão da Ucrânia, diz Watanave.

Trabalhando com colaboradores, a Watanave mapeia e visualiza imagens de uma variedade de fontes, inclusive de imagens de satélite e de imagens de drones. O projeto de mapeamento faz uso da fotogrametria [12] para criar imagens 3D de edifícios do mundo real e os danos infligidos a eles.

O projeto da Watanave também inclui imagens de satélite multiespectral [13] para mapear o fogo em tempo quase real.

Comparação de imagens multiespectrais de #Mariupol, #Ucrânia [14] nos dias 24 e 29 de março. Ainda há muitos incêndios na cidade. O incêndio na fábrica no sul foi extinto.

Watanave, professora e pesquisadora da Pós-graduação de Estudos de Informação Interdisciplinar [2] da Universidade de Tóquio, trabalha com muitos colaboradores para mapear as imagens, incluindo Maxar [18] e Blacksky [19], que contribuem com imagens de satélite. Outros colaboradores incluem a Hibari Solutions, [20] especialista em imagens 3D, assim como Simeon Schmauss [21], Yaroslav Veprev [22], Nickolay Omelchenko, Akihiro Takahashi, Taichi Furuhashi [23], Taichi Furuhashi e Maksym Khovalko [24].

Vários colaboradores entraram inicialmente em contato no site SketchFab e no Twitter, diz Watanave, acrescentando que as técnicas de inteligência de código aberto (OSINT), como a pesquisa de recursos on-line disponíveis publicamente para identificar e verificar locais geográficos precisos, aumentam o poder do projeto.

Falando para a Universidade de Tóquio, Watanave disse [2]:

軍や為政者が嘘をつきにくい時代になっているのかもしれません。たとえば、ロシアは軍事施設しか攻撃しないと主張していますが、衛星画像をみれば、軍事施設以外も攻撃しており、一般市民が被害を受けていることは一目瞭然です。こうして地図に画像を重ね合わせていくと、個別の衛星画像である点と点がつながって線になり、さらに面をなすので、全体として何が起きているのかをイメージしやすい。

[Podemos estar entrando] em uma época em que é difícil para os militares e políticos mentir. Por exemplo, a Rússia alega que visa apenas instalações militares, mas as imagens de satélite mostram que as forças russas estão atacando instalações não militares e que os civis estão sendo prejudicados. Quando uma imagem é sobreposta a um mapa desta forma [e] onde imagens de satélite individuais são conectadas de ponto a ponto […], uma imagem entra em foco e é fácil visualizar o que está acontecendo como um todo.

O projeto Mapa de Imagens de Satélite da Ucrânia [4] foi organizado até agora em várias categorias, incluindo:

Watanave também postou uma demonstração do projeto de mapeamento da Ucrânia no YouTube.

Após a invasão, o governo japonês agiu para impor rapidamente sanções, com alguns limites [28], à Rússia, e multidões se reuniram em todo o Japão em apoio à Ucrânia.

Para mais informações sobre este tópico, veja nossa cobertura especial Rússia invade a Ucrânia [29].