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Websites do governo moçambicano sofrem ataque cibernético

Categorias: África Subsaariana, Moçambique

”Atacado por hackers iemenitas” é o título, escrito em inglês, da página com uma foto de um homem com uma metralhadora e lenço na cabeça. Imagem: Giovana Fleck/Global Voices

No dia 21 de Fevereiro de 2022, Moçambique foi surpreendido [1] com a circulação de imagens que davam conta da invasão de vários portais governamentais por um colectivo de piratas informáticos. As imagens apontavam para um grupo de hackers, cuja identificação não parece ser clara.

Como conta a DW [2], ”Atacado por hackers iemenitas” é o título, escrito em inglês, da página com uma foto de um homem com uma metralhadora e lenço na cabeça que surge replicada quando se tenta entrar em diferentes websites. Até ao momento de publicação desta matéria,  não se sabe ao certo por que motivos houve o ataque por parte dos hackers.

Segundo o portal [5] ‘A Carta’, todo o aparato web do governo moçambicano é dirigido (e alojado) pelo Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação de Moçambique (INTIC [6]), o órgão responsável por regular, supervisionar e fiscalizar o sector das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

No mesmo dia que aconteceu a invasão das páginas web, o Director-Geral do Instituto Nacional do Governo Electrónico (INAGE), Hermínio Jasse, veio dizer [7] que todos os portais estavam de novo operacionais.

O Director-Geral do Instituto Nacional do Governo Electrónico (INAGE), Ermínio Jasse, disse hoje em conferência de imprensa que os portais do Governo que foram alvo de ataques de “hackers” já se encontram operacionais. Na ocasião, o Director explicou que não houve perda de informação e que todo o conteúdo dos portais é de consumo público.
Segundo o Diretor-Geral do INAGE, a principal [8] preocupação ao detectar o problema foi de fazer um “rápido diagnóstico” e, após os trabalhos técnicos, constatou-se que os conteúdos continuavam intactos, embora as páginas replicadas em todos os “sites” inoperacionais tenham anunciado no rodapé que houve dados extraídos e que seriam vendidos a um preço barato, mas sem exibir evidências. Até o momento, pouco se sabe ou quase nada sobre o real vazamento de tais dados.
Contudo, a solução [7] foi de apenas por 24 horas, porque na manhã do dia seguinte, 22 de Fevereiro, os mesmos websites voltaram a ficar inoperacionais e desta vez com surgimento de pedidos de resgate monetário dos dados na parte frontal das páginas invadidas pelos hackers. Não se sabe ainda se serão novamente recuperados e o que será feito para tal não volte a acontecer.
Sobre o assunto, o dirigente da Empresa Nacional de Parques de Ciência e Tecnologias (ENPCT), Julião Cumbane, referiu [9] que este problema deriva da falta de preparo das instituições moçambicanas na segurança dos seus dados.
GOVERNO de Moçambique sob ATAQUE CIBERNÉTICO?!?!… Nós andamos insistentemente dizendo às instituições e empresas (públicas e privadas) que DEVEM ter CÓPIAS de SEGURANÇA dos seus DADOS e SISTEMAS INFORMÁTICOS em lugar seguro e somos IGNORADOS por quem nos deviam ouvir. E agora?.
Sabe-se que a onda de insegurança cibernética tem sido frequente nos últimos tempos, tal como revelou na sua página Facebook [10] a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA):
ATENÇÃO AOS E-MAILS COM LINKS MALICIOSOS
A CTA vem através deste comunicar que o seu domínio de e-mail foi clonado e estão a ser enviados e-mails com links maliciosos. Por favor, não clicar nesses links enquanto decorre um trabalho interno de limpeza. Logo que estiver concluído iremos informar. Obrigado pela compreensão.