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Conheça os habitantes das Ilhas do Pacífico que lutam por ação climática na COP26

Categorias: Oceania, Austrália, Fiji, Marshall islands, Samoa, Vanuatu, Direitos Humanos, Governança, Juventude, Meio Ambiente, Mídia Cidadã, Política, Protesto
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Ativistas climáticos do Pacífico durante uma ação de protesto em Glasgow. Foto [1] de um post do 350 Pacific no Twitter

Jovens ativistas climáticos das nações das Ilhas do Pacífico estavam entre os que se juntaram aos protestos na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) em Glasgow, na Escócia. Os jovens habitantes do Pacífico conseguiram destacar o impacto destrutivo das mudanças climáticas em suas comunidades, falando diante de líderes mundiais e marchando [2] com outros ambientalistas pelas ruas de Glasgow.  Este ano, apenas três líderes do Pacífico puderam ir [3] a Glasgow, o que tornou mais significativa a participação de jovens ativistas do Pacífico na COP26.

Os líderes das Ilhas do Pacífico identificaram [4] a crise climática como a maior ameaça em sua região, já que muitas das pequenas ilhas correm o risco de desaparecer devido ao aumento do nível do mar. Eles pedem um compromisso mais arrojado e uma ação global para enfrentar as mudanças climáticas.

Selina N. Leem, das Ilhas Marshall, fez uma declaração de abertura na Cúpula dos Líderes Mundiais. Ela falou sobre a necessidade de relacionar a crise climática a outros problemas sociais, como desemprego, pobreza e deterioração da saúde pública.

Declaração de abertura da Cúpula de Líderes Mundiais na COP26. Vídeo conforme prometido. ?
Obrigada Karen por editar este vídeo para mim.

Brianna Fruean, de Samoa, lembrou aos líderes globais sobre o poder das palavras para reformular o mundo.  Ela também ecoou o “grito guerreiro” dos defensores da justiça climática no Pacífico: “Não estamos nos afogando, estamos lutando”.

A Guerreira do Clima do Pacífico @Brianna_Fruean [7] da @ 350Pacific [8] falou na conferência climática COP26 [9] na ONU hoje.

‘Não estamos nos afogando, estamos lutando. Esta é minha mensagem da Terra para a COP’.

Um manifesto assinado por jovens ambientalistas do Pacífico foi apresentado ao secretário-geral do Fórum das Ilhas do Pacífico e ao primeiro-ministro de Fiji.

Esta noite em Glasgow, os Guerreiros do Clima do Pacífico apresentaram a declaração #Youth4Pacific [12] sobre as Mudanças Climáticas ao secretário-geral do Fórum das Ilhas do Pacífico, H.E Henry Puna e ao primeiro-ministro de Fiji, Frank Bainimarama no evento PIFS Oceans.

Dylan Kava, de Fiji, estava entre os que participaram de um fórum organizado pelo Grupo de Assessoria da Juventude do secretário-geral da ONU sobre Mudanças Climáticas. Ele escreveu [15] sobre o que sentiu e disse durante o evento:

I have to constantly remind myself that I am here to represent young Pacific voices and I need to push past being uncomfortable and be able to hold space for our people who are here in spirit.

Eu sempre tenho que me lembrar de que estou aqui para representar as jovens vozes do Pacífico e preciso ir além do passado, mesmo sendo desconfortável e ser capaz de manter espaço para o nosso povo que está aqui em espírito.

Os jovens são capazes de se mobilizar, e realmente é o otimismo que move isso. Otimismo, não como um privilégio, mas como uma necessidade para nossa sobrevivência!

Se os líderes não podem fazer, os jovens farão.

No primeiro dia da COP26, Dylan Kava escreveu sobre a importância [18] de ouvir as histórias das comunidades da Ilha do Pacífico:

Pacific voices are so important in spaces like COP. It is our stories that links the science and projections behind the climate crisis to REAL LIFE consequences and experiences.

We are resilient people, but we recognise the need for other countries to build their resilience as well if we are to have a fighting chance!

As vozes do Pacífico são muito importantes em espaços como a COP. São nossas histórias que conectam a ciência e as projeções por trás da crise climática às consequências e experiências da VIDA REAL.

Somos pessoas resilientes, mas reconhecemos a necessidade de outros países construírem sua resiliência também se quisermos ter uma chance de lutar!

Os jovens ativistas do Pacífico também fizeram parte das marchas nas ruas de Glasgow:

Juntos, marchamos pelas ruas de Glasgow clamando por justiça climática e representando as várias Ilhas do Pacífico e as vozes que não puderam vir aqui. Com certeza, chamamos atenção quando aparecemos todos JUNTOS.

‘Não estamos nos afogando, estamos lutando’

Analistas destacaram o forte simbolismo dos jovens habitantes das Ilhas do Pacífico se unindo à justiça climática:

Recentemente me perguntaram ‘Em uma escala global, qual é a maior contribuição do Pacífico?’ Eu respondi: Nossa JUVENTUDE !!! E isto explica por que essa foi minha resposta.

Lorenzo Raplili representou Vanuatu nos eventos da COP26

Sou o único cidadão de Ni-Vanuatu que conseguiu chegar a Glasgow para a #COP26 [9]. Eu me juntei aos jovens Guerreiros do Pacífico clamando por Justiça Climática e Ação Imediata!
Marchamos pelas ruas de Glasgow representando muitas ilhas e vozes que não puderam vir aqui, como meu país, Vanuatu.

Tishiko King representou [28] a Nação Kulkalgal para falar [29] sobre como as comunidades aborígenes da Austrália estão sofrendo com projetos de desenvolvimento não sustentável.

I have seen the impacts of our islands being washed away from rising sea levels, exposing the bones of my ancestors. Likewise, many Aboriginal communities on the frontlines of dangerous gas fracking, and are fighting to protect their country, culture and water and our future.

Vi os impactos de nossas ilhas desaparecendo pelo aumento do nível do mar, expondo os ossos dos meus ancestrais. Da mesma forma, muitas comunidades aborígenes na linha de frente do perigoso fraturamento de gás, e estão lutando para proteger seu país, cultura, água e nosso futuro.

 

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Tish iniciou o quinto dia da COP26 com uma entrevista para a EuroVision News, juntamente com Dank Gudanji, que está na COP falando aos responsáveis sobre o fracking em suas terras do Território Norte.

A COP26 é uma enorme oportunidade de garantirmos que nossos líderes políticos sintam a pressão global para que atuem pelo clima con a urgência necessária.

Nossos líderes políticos não têm uma política climática real nem um plano real que proteja terras, culturas, comunidades e nosso futuro. Em vez disso, o governo de Morrison enche o bolso de seus amigos de petróleo e gás que alimentam a crise climática.

Por isso Tish está em Glasgow, para representar as primeiras nações que não só estão na primeira linha do impacto climático e da extração de combustíveis fósseis, mas também lideram movimentos a favor da justiça climática.