Azerbaijão estende regime especial de quarentena

Flame Towers de Baku de wilth (CC BY-NC-SA 2.0).

No dia 28 de agosto, o governo do Azerbaijão anunciou a ampliação do regime especial de quarentena vigente desde 2020, como parte dos esforços para conter o crescente número de contágios de Covid-19. Além disso, novas regras entraram no dia 1º de setembro.

De acordo com as novas medidas, os cidadãos que não possuem comprovante de vacinação ou passaporte Covid válidos serão impedidos de entrar em espaços fechados, como restaurantes, cafeterias e shoppings. As restrições valem para todos os cidadãos maiores de 18 anos. O anúncio provocou longas filas nos centros de vacinação. As medidas foram implementadas em 1º de setembro e permitem que os funcionários possam vistoriar os cartões de vacinação dos cidadãos e aplicar multas àqueles que violarem as novas medidas. Quem  descumprir as regras estará sujeito a uma multa de 400 manats (235 dólares) ou detenção, segundo anúncio da Jam-News.

Algumas restrições já estão em vigência, como a suspensão de transportes públicos, o uso obrigatório de máscaras em lugares fechados e o requisitos de vacinação para cerimônias de casamento. Desde 13 de agosto, os cidadãos com sintomas de Covid-19 não podem usar o metrô.

Desde o início de agosto, o Azerbaijão tem apresentado um considerável aumento do número de contágios por Covid-19. De acordo com os números atualizados, no dia 31 de agosto foram confirmados 3.788 novos casos. Em 2 de agosto, o país registrava apenas 431 casos, segundo a Turan News Agency.

Atualmente, são aplicadas quatro vacinas no país: Sinovac, Sputnik V, AstraZeneca e Pfizer. Até 31 de agosto, foram ministradas 6,8 milhões de vacinas, um pouco mais de 2,9 milhões de pessoas receberam as duas doses e 4,1 milhões pelo menos uma dose (Nota do editor: O país tem uma população de dez milhões de habitantes).

As autoridades passaram a ser mais rigorosas com  passaportes de vacina de Covid-19 falsificados. No relatório de 20 de agosto, Shahmar Movsumov, chefe do Departamento de Assuntos Econômicos e Política de Desenvolvimento Inovador do gabinete ministerial, afirmou que as autoridades sabem que alguns médicos estão emitindo cartões de vacinação falsos aos pacientes. Movsumov disse, ainda, que os responsáveis arcarão com as consequências:

We received information that those citizens who were allegedly vaccinated and then contracted coronavirus have fake COVID passports. Now they are in critical condition in special hospitals. The doctors who issued fake COVID passports are now being held accountable.”

Recebemos informações de que esses cidadãos supostamente vacinados e que logo depois contraíram a doença possuem passaportes de Covid falsos. E agora eles estão internados em estado crítico em hospitais especiais. Os médicos que emitiram os passaportes falsos responderão pelos seus atos.

Em entrevista à Turan News Agency, o radiologista Aydin Aliyev informou que o aumento dos passaportes falsos pode estar relacionado com o anúncio feito pelo governo sobre as novas restrições, vigentes desde 1º de setembro.

Embora o Azerbaijão tenha conseguido atingir bons índices de vacinação em relação aos países vizinhos, o aumento visível de novos casos de contágio é preocupante. Recentemente, a região foi citada em uma declaração do diretor para a Europa da Organização Mundial de Saúde, Hans Kluge, o qual advertiu que o crescimento do número de casos nos Balcãs, Cáucaso e nas repúblicas da Ásia Central poderiam resultar “em sobrecarga dos hospitais e aumento do número de mortes”.

Até o momento, as autoridades do Azerbaijão têm demonstrado confiança na infraestrutura de saúde e sua capacidade para lidar com o crescente aumento de casos. Em um comunicado de 20 de agosto, Yagut Karayeva, chefe do Departamento para Controle e Prevenção de Doenças da Associação para Gestão de Subdivisões Territoriais Médicas, disse que o governo está preparado para aumentar a quantidade de leitos especiais para atender novos pacientes. Em seguida, Karayeva destacou que 96% dos pacientes que deram entrada nos hospitais não estavam vacinados. Por outro lado, Shahmar Movsumov reforçou que as autoridades não preveem novas restrições.

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