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As abelhas jamaicanas são lindas, e sua sobrevivência é crucial

Categorias: Caribe, Jamaica, Boas Notícias, Juventude, Meio Ambiente, Mídia Cidadã

Abelha listrada. Imagem de Emma Lewis, usada sob permissão.

Este post foi originalmente publicado no Petchary [1]. Uma versão editada pode ser lida abaixo.

Sendo o mel um produto valioso além de um maravilhoso alimento, com suas comprovadas propriedades antibacterianas e promovedoras do sono – sem mencionar as qualidades relaxantes e revigorantes se você tem uma gripe ou resfriado – a criação de abelhas tem constantemente se popularizado na Jamaica já há alguns anos.

Patricia Parchment, presidente da Sociedade de Fazendeiros de Abelha de Westmoreland em Bluefields Bay, na costa sudoeste da Jamaica. Imagem de Wolde Kristos, cortesia de Emma Lewis, usada sob permissão.

Mulheres, especialmente, têm sido empoderadas por meio do treinamento na criação de abelhas, que oferece uma fonte de renda alternativa durante a pandemia e desenvolve habilidades que serão úteis a elas muito além disso. Na verdade, a nova presidente da Sociedade de Fazendeiros de Abelha de Westmoreland, em Bluefields Bay, na costa sudoeste da Jamaica, é uma mulher. Com as espécies ameaçadas pelos impactos da ação humana e a necessidade de proteger esses importantes polinizadores ficando mais urgente, o conhecimentos sobre abelhas tem aumentado [2], pela observação e por webinars como este [3], oferecido pelo Museu de História Natural da Jamaica. (NHMJ) [4]

Essa renovação de interesse é bastante oportuna, no contexto da longa história [5] da Jamaica na criação de abelhas e as ameaças urgentes às populações desse inseto. Estima-se que haja 69 espécies de abelhas [6] na Jamaica, com a coleção de zoologia do NHMJ contendo aproximadamente 500 exemplares de 40 dessas espécies.

Deceita Turner, presidente da Sociedade de Amigos dos Pescadores de Bluefields Bay, trabalha em colmeias enquanto um jovem aprendiz observa. Imagem de Wolde Kristos, cortesia de Emma Lewis, usada sob permissão.

Curiosamente, o número de criadores de abelha tem crescido tanto nas áreas urbanas como nas rurais. Um jovem empreendedor urbano, Adrian Watson, é criador de abelhas profissional há vários anos; ele cria as conhecidas abelhas europeias (Apis Mellifera) [7], mas a Jamaica tem muitas outras abelhas solitárias, [8]que são importantes polinizadoras. O Apiário Honai Beez [9], de Watson, planeja um projeto de polinização que inclui uma colmeia urbana, com o objetivo de treinar novos criadores e levar a conscientização sobre a importância das abelhas para as escolas, setor privado e mais além. Ele espera treinar jovens sem formação para a criação de abelhas e está desenvolvendo colmeias sustentáveis feitas de bambu.

O criador de abelhas urbano Adrian Watson admirando suas abelhas. Imagem de Watson, usada sob permissão.

Ocasionalmente, um ativista ambiental e das questões climáticas, Watson, também defende mais espaços verdes em terrenos vazios de Kingston, a capital, onde ele mora. Essas são as áreas que ele escolheu para as atividades urbanas de criação de abelhas que são tão necessárias para a sustentabilidade ambiental a longo prazo. Uma colmeia de abelhas abriga em média 30.000 abelhas.

Abelhas são tão variadas quanto interessantes. Suas cores variam de predominantemente preta a castanha ou amarela, dependendo da linhagem. A abelha europeia negra [10], por exemplo, é conhecida pela irritabilidade, enquanto a abelha amarela da Nova Zelândia é bastante dócil. Cada tipo tem diferentes propriedades; fecundidade, colheita de néctar, longevidade, e um bom criador de abelhas tenta criá-las com um propósito.

Tendo em mente que uma abelha-rainha pode cruzar com até uma dúzia de zangões, várias combinações de cores podem surgir. Essa é uma das razões pela qual as abelhas negras são menos comuns em comparação às abelhas marrons na Jamaica. De qualquer forma, elas são criaturas fascinantes, e suas atividades de polinização as tornam indispensáveis à nossa sobrevivência. Aqui estão algumas das abelhas jamaicanas mais comuns em ação…

Uma abelha bebe água cuidadosamente pousada em um tanque de lírios. Imagem de Tracy at Senti Bees [11], cortesia de Emma Lewis, usada sob permissão.

Especialistas em abelhas da região explicam que as abelhas usam água para controlar umidade e temperatura, e também para diluir o mel para seu consumo próprio e de suas larvas. Elas levam água para suas colmeias, uma vez que a temperatura e a umidade devem ser cuidadosamente mantidas pelo bem-estar da colônia. É por isso que algumas vezes você vê abelhas abanando as asas na entrada da colmeia: a evaporação refresca os moradores.

Uma abelha carpinteira macho em patrulha. Imagem de Vaughn Turland, cortesia de Emma Lewis, usada sob permissão.

Abelhas carpinteiro fêmeas geralmente são pretas e gostam das flores da árvore de moringa [12].

Abelhas de orquídea fêmeas coletando resina para seu ninho. Imagem: Vaughn Turland, cortesia de Emma Lewis, usada sob permissão.

Abelhas de orquídea no Marshall’s Pen, um santuário de aves em Manchester, na Jamaica. Imagem de Ann Haynes Sutton, cortesia de Emma Lewis, usada sob permissão.

Uma das grandes e bonitas abelhas nativas da Jamaica, de coloração mais acastanhada. Imagem de Vaughn Turland, cortesia de Emma Lewis, usada sob permissão.

Essa abelha nativa em especial, vista forrageando em uma flor de ipomeia em uma praia em Parottee, St. Elizabeth, é provavelmente do gênero Centris [13]

Uma abelha coletando pólen. Imagem de Vaughn Turland, cortesia de Emma Lewis, usada sob permissão.

Logo após o Dia Mundial das Abelhas de 2021 [14], mais e mais pessoas da Jamaica, e do restante do arquipélago do Caribe que, como pequenos estados-ilha em desenvolvimento, estão na linha de frente do combate à crise climática, começam a entender como as abelhas são cruciais para o ambiente e a sustentabilidade a longo prazo.