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Mulheres protestam em Baku após terrível caso de feminicídio

Categorias: Europa Oriental e Central, Azerbaijão, Mídia Cidadã, Mulheres e Gênero

Grupo de mulheres portando cartazes com os dizeres “Feminicídio é político”. Foto da página de Gulnara Mehdiyeva no Facebook, via OC Media e usada sob permissão.

Este artigo foi publicado originalmente em inglês na OC Media [1]. Uma versão editada é republicada aqui por meio de um contrato de parceria de conteúdo.

Feministas no Azerbaijão realizaram uma manifestação em frente à Casa do Governo no dia 4 de fevereiro em resposta ao brutal assassinato de uma mulher em Baku.
“Apesar da terrível situação enfrentada pelas mulheres do Azerbaijão, o Comitê Estatal para Assuntos da Família, Mulheres e Crianças não toma nenhuma ação séria nem informa a situação atual”, disse [2] uma das manifestantes à Voice of America.
As manifestantes seguravam cartazes com os dizeres “Feminicídio é político”, que a polícia confiscou [3] após observar a cena por alguns minutos. A polícia também escoltou as mulheres para fora do local.
As manifestantes afirmaram que o protesto ganhou ímpeto com o assassinato [4] brutal de Banu Maharramova, uma mulher de 32 anos, cujo corpo esquartejado foi encontrado na lata de lixo no distrito de Nasimi em Baku no dia 27 de janeiro. As autoridades locais alegam [5] que ela foi morta pelo sogro, Idris Maharramov, de 75 anos.

A Polícia informou que, depois de matar a mulher, Maharramov desmembrou seu corpo, enfiou os membros em sacos de celofane e jogou-os em latas de lixo no distrito próximo. De acordo com vizinhos, Banu Maharramova morava com os dois filhos pequenos e também os sogros, enquanto o marido mora no exterior.

Após o episódio, Idris Maharramov foi detido pela Polícia. Ele permanece sob custódia, suspeito de cometer assassinato premeditado. A investigação está em andamento.

A notícia do assassinato deflagrou uma onda de revolta nas redes sociais com a hashtag #banuüçünsusma (não se cale por Banu).

Aghazadeh disse que, inicialmente, planejaram a manifestação como uma resposta aos suicídios recentes de duas jovens em janeiro. As duas mortes, disse ela, foram um “sintoma da violência endêmica e da falta de apoio social que as mulheres enfrentam no Azerbaijão”.

“As mulheres se sentem presas”, diz Aghazadeh, “há pouquíssimos abrigos para violência doméstica e elas hesitam em recorrer à Polícia, já que os policiais costumam fazer tentativas de reconciliação familiar, mas, na verdade, apenas devolvem as vítimas às garras de seu agressor”.

“O objetivo do nosso protesto em frente à Casa do Governo foi chamar a atenção do Defensoria Pública, bem como da Comissão Estadual da Família, Mulheres e Crianças, cujos escritórios ficam neste edifício, e são os responsáveis diretos pelo combate a esta questão no país “, concluiu Aghazadeh.