A ativista saudita Loujain al-Hathloul é liberada da prisão e volta ao Twitter

Imagem compartilhada por Loujain al-Hathloul em seu primeiro tuíte desde sua saída da prisão.

Loujain al-Hathloul, proeminente ativista saudita detida desde 2018 por exigir o fim do sistema de tutela masculina e a proibição das mulheres de dirigirem, foi libertada na semana passada e postou seu primeiro tuíte na quarta-feira.

Voltando com o coração cheio de gratidão, mas ferido por 1001 decepções.

Loujain, que foi sequestrada dos Emirados Árabes Unidos em maio de 2018, torturada, teve acesso negado à família e foi mantida em períodos de confinamento solitário durante seu encarceramento, foi condenada a quase seis anos de prisão em 28 de dezembro de 2020, pelo notório tribunal de terrorismo do reino. A pena de seis anos, com quase a metade suspensa pelo veredicto, é inferior à pena máxima de prisão de até 20 anos exigida pelo promotor público em 17 de dezembro.

A imprensa local, citando a decisão do tribunal, disse que a ativista de 31 anos foi considerada culpada de “cometer atos criminalizados nos termos do artigo 43 da Lei de Combate aos Crimes de Terrorismo“, incluindo envolvimento com entidades estrangeiras hostis e uso da Internet para servir e apoiar uma agenda externa dentro do reino, com o objetivo de prejudicar a ordem pública.

Com base nesta decisão, a família de Loujain previu sua libertação em março, já que ela havia cumprido a maior parte da pena em prisão preventiva.

Sua libertação em 10 de fevereiro foi um acontecimento celebrado por políticos e simpatizantes em todo o mundo, com a família de Loujain comentando que ela continua com restrições para viagens e limites para aparições públicas.

Obrigado @POTUS! Minha irmã não está livre, ela está proibida de viajar, e toda a família também. Seu julgamento continua.

Obrigado novamente pelo apoio

O presidente francês Emmanuel Macron tuitou:

Alegro-me com a libertação de Loujain al-Hathloul e compartilho o alívio de sua família.

A apresentadora da CNN, Christiane Amanpour, escreveu:

Liberada, mas não livre.

A celebrada libertação de Loujain é um dos vários acontecimentos legais positivos em relação a ativistas e presos políticos na Arábia Saudita, com alguns sendo liberados e outros tendo suas sentenças comutadas.

Essa mudança é atribuída à troca de poder na Casa Branca. A saída de Donald Trump, que ignorou as violações dos direitos humanos na região, encorajando regimes autoritários, e sua substituição por um governo considerado empenhado em pressionar os aliados a respeitar os direitos humanos, pode ter acelerado os julgamentos atrasados e a redução das sentenças.

A libertação da ativista também encorajou apelos pela libertação de outros prisioneiros de consciência [pessoas presas em consequência de etnia, religião, gênero e orientação sexual] detidos que ainda padecem nas prisões sauditas.

O grupo independente de direitos humanos, ALQST, que se concentra em casos sauditas, escreveu:

A libertação condicional de dois defensores dos direitos humanos, #Lujain_Hathloul e #Nouf_Abdulaziz.

Contudo, outros julgamentos ainda não terminaram e, em um desenvolvimento preocupante, o Ministério Público entrou com recurso no caso de Nassima Al-Sada para tentar obter uma sentença mais dura.

#ALQST pede a libertação incondicional de todos os detidos

Adam Coogle, vice-diretor da divisão do Oriente Médio e Norte da África da organização Human Rights Watch, tuitou:

Ok MBS, é hora de Abdulrahman também ir para casa, já chega.

 

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