No Peru, jovens indígenas cantam rap contra a violência sexual

Captura de tela do vídeo “Warmallan amaraq mamaqa” (Meninas, não mães). Vídeo de Kusi Kawsay, publicado no YouTube.

Com o Dia internacional da mulher indígena, que é celebrado em 5 de setembro, estudantes da instituição educativa Kusi Kawsay criaram um vídeo musical de rap com a hashtag em quechua #WarmallanAmaraqMamaga [“Meninas, não mães”]. O objetivo foi:

[…] exigir la protección a sus derechos y que las niñas víctimas de violación sexual puedan acceder sin discriminación a Kits de Emergencia y al aborto terapéutico.

[…] exigir a proteção de seus direitos e que as meninas vítimas de abuso sexual possam acessar kits de emergência e aborto terapêutico sem discriminação.

O vídeo completo, publicado em 6 de setembro, pode ser visto na conta do Twitter do colégio Kusi Kawsay e no Youtube. Os jovens cantam rap em espanhol e em quechua.

Vídeo da campanha #WarmallanAmaraqMamaqa das jovens da Kusi Kawsay. Exigimos que os direitos das meninas camponesas e indígenas sejam respeitados.

A letra, que inclui “coloco o medo em evidência”, “subestimar mulheres faz parte da colonização” e “jamais caladas”, foi escrita por Elizangela, uma adolescente de 13 anos:

Os jovens são estudantes da instituição educativa sem fins lucrativos Kusi Kawsay. Essa escola está localizada no distrito de Písac, na região de Cusco, a aproximadamente 3.000 metros acima do nível do mar, e é destinada à educação de menores indígenas de comunidades próximas.

Em seu website, mencionam sua filosofia, que inclui elementos da pedagogia Waldorf, que busca desenvolver as habilidades intelectuais, artísticas e práticas dos alunos de maneira geral:

La filosofía educativa de Kusi Kawsay está basada en la tradición andina a lo cual ha integrado algunos elementos de la pedagogía Waldorf. Actualmente atiende a un estimado de 95 niñas y niños del Valle Sagrado de los Incas en Pisac, Cusco. Actualmente cuenta con tres niveles: inicial, primario y secundario.

A filosofia educativa da Kusi Kawsay é baseada na tradição andina e integra alguns elementos da pedagogia Waldorf. Atualmente, atende cerca de 95 meninas e meninos do Vale Sagrado dos Incas em Pisac, Cusco e conta com 3 níveis: inicial, primário e secundário.

Na letra da canção são mencionadas 700 denúncias de meninas que sofreram abuso durante o tempo de confinamento da COVID-19. De acordo com informações do Programa Nacional Aurora do Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis, 6.072 casos de violência contra menores de até 17 anos foram atendidos, entre 16 de março e 31 de agosto (período de isolamento social devido à pandemia da COVID-19).

Imagem do Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis do Peru, sob domínio público.

O mesmo relatório acrescenta que se registrou 16,2% de menores vítimas de violência sexual, dos quais 92,9% foram meninas e 7,1% foram meninos. A região de Cusco é a terceira região a nível nacional no índice de violência sexual contra menores, com 9,7% do total de casos atendidos.

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