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Conheça Rany Phok, ativista linguística do krung

Categorias: Indígenas, Mídia Cidadã, Rising Voices
Language activist Rany Phok posing in front of a sculpture in a park.

Ativista linguística Rany Phok. Foto disponibilizada por This Life Cambodia.

Depois da bem-sucedida campanha na internet no ano passado [1], a qual celebrou a diversidade linguística on-line da Ásia, o projeto colaborativo continua em 2020. Toda semana, um ativista linguístico diferente vai administrar a conta de Twitter @AsiaLangsOnline [2] para divulgar as experiências, boas práticas e lições aprendidas sobre o trabalho de revitalização e promoção do uso de suas línguas nativas, com foco no papel da internet. Essa campanha é uma colaboração entre a Rising Voices [3], a Digital Empowerment Foundation [4] e a O Foundation [5].

Toda semana, o anfitrião escolhido responderá algumas perguntas sobre seu perfil e sua língua. Essa entrevista com Rany Phok (@Rany46284843 [6]), oferece uma prévia sobre o que ela discutirá durante a semana que atuará como administradora.

Rising Voices (RV): Poderia contar um pouco sobre você?

Rany Phok (RP): I was born in 1991 in Ratanakiri province, northeastern Cambodia. I've participated in understanding the social issues happening around my community through filmmaking. After completing a documentary film training offered by the Amplifying Voices for indigenous Women and Discriminated Groups [7] project at Bophana Audiovisual Resource Center [8], I've directed two short films, one of which is about education in the Krung language [9] in Ratanakiri province.

Rany Phok (RP): Eu nasci em 1991, na província Ratanakiri [10], na região nordeste do Camboja [11]. Comecei a entender as questões sociais da minha comunidade através da produção cinematográfica. Depois de concluir um curso sobre documentários, oferecido pelo projeto Amplificando as vozes de mulheres indígenas e grupos discriminados [7], do Bophana Audiovisual Resource Center [8], eu dirigi dois curtas-metragens, um deles sobre a educação na língua krung [9], na província Ratanakiri.

RV: Qual é a situação atual do seu idioma na internet e fora dela?

RP: There is limited content in Krung language [12] (គ្រឹង, also spelled Kreung) on the internet, including on social media.

RP: Existe pouco conteúdo em krung (គ្រឹង, também escrito kreung) na internet, incluindo nas redes sociais.

RV: Quais assuntos você pretende abordar durante a semana em que atuará como administradora da conta do Twitter @AsiaLangsOnline?

RP: During the week of the campaign, I will discuss the daily life of Krung people and their language use. Among the younger generations of Krung people, many don't want to speak the language and a lot of words are getting lost. Indeed, my documentary film [13] aimed to encourage young indigenous people to use Krung language and preserve it.

RP: Durante a semana da campanha, eu falarei sobre a vida cotidiana do povo krung e sua língua. Entre as gerações mais jovens, muitos não querem falar o krung e muitas palavras estão sendo esquecidas. De fato, meu documentário [13] tem o objetivo de encorajar jovens indígenas a usar e preservar o krung.

RV: Quais são as suas motivações principais para o ativismo digital sobre sua língua? Quais são suas esperanças e sonhos para a sua língua?

RP: Language loss is a big concern because if indigenous people lose their own languages, they lose their identity. Through filmmaking, I am trying to point out issues in indigenous communities in general and to seek any possible solutions. In short, I hope that the Krung language will be shared globally so that everyone will be able to hear its beauty and that Krung people can retain their identity.

RP: A perda linguística é um grande problema, pois se os povos indígenas perdem suas línguas, perdem suas identidades. Pela produção cinematográfica, tento chamar a atenção para os problemas dentro da comunidade indígena como um todo, e procurar por possíveis soluções. Por fim, eu espero que o krung seja divulgado mundialmente, para que todos possam ouvir sua beleza e o povo krung possa conservar sua identidade.