Conheça Muhammad Zaman Sagar, ativista linguístico do gawri

Portrait of Muhammad Zaman Sagar, Gawri language activist.

Foto de Muhammad Zaman Sagar.

Depois da bem-sucedida campanha na internet no ano passado, a qual celebrou a diversidade linguística on-line da Ásia, o projeto colaborativo continua em 2020. Toda semana, um ativista linguístico diferente vai administrar a conta de Twitter @AsiaLangsOnline para divulgar as experiências, boas práticas e lições aprendidas sobre o trabalho de revitalização e promoção do uso de suas línguas nativas, com foco no papel da internet. Essa campanha é uma colaboração entre a Rising Voices, a Digital Empowerment Foundation, e a O Foundation.

Toda semana, o anfitrião escolhido responderá algumas perguntas sobre seu perfil e sua língua. Essa entrevista com Muhammad Zaman Sagar (@zamansagar), oferece uma prévia sobre o que ele discutirá durante a semana que atuará como administrador.

Rising Voices (RV): Poderia contar um pouco sobre você?

Muhammad Zaman Sagar (MZS): My name is Muhammad Zaman Sagar. I was born on April 1, 1973 in the Kalam Valley, located in Swat District in northwestern Pakistan. My native language is called Gawri (Ethnologue: Kalami, code: gwc).

I started language documentation work in 1992 as a teenager. My first teacher, mentor and coach was Dr Joan Baart, who came from the Netherlands to work on this language. I started out as a language and research assistant when I was still a high school student.

After a few years, I formed a spelling committee along with some other educated people from the community, and soon we came up with our own writing system. We have also started publications in this language and the organisation quickly grew in popularity in the Gawri language community.

In 2003, I joined an organization called Forum for Language Initiatives (FLI), which used to be known as the Frontier Language Institute. At the moment, I am the executive director of a project called Gawri Community Development Programme (GCDP). We have six mother tongue-based multilingual education (MTB-MLE) schools for children and two for adults (male and female). We have also established a library whose catalogue boasts more than 1,500 books.

I am consultant in training for SIL International on literacy and education as well as community-based language development in Pakistan.

Muhammad Zaman Sagar (MZS): Meu nome é Muhammad Zaman Sagar. Nasci em 1º de abril de 1973, no Vale Kalam, em Suat, no nordeste do Paquistão. Minha língua nativa é chamada gawri (Ethnologue: Kalami, código: gwc).

Comecei a trabalhar com documentação linguística em 1992, ainda adolescente. Meu primeiro professor e orientador foi o Dr Joan Baart, que veio da Holanda para trabalhar com essa língua. Eu comecei como assistente linguístico e de pesquisa, quando ainda era estudante do ensino médio.

Depois de alguns dias, formei um comitê de ortografia com algumas pessoas da comunidade, e logo fizemos nosso próprio sistema de escrita. Também começamos a fazer publicações em nossa língua e a organização ganhou popularidade rapidamente na comunidade gawri.

Em 2003, me juntei à organização Forum para Iniciativas Linguísticas (FLI, na sigla em inglês), que era conhecida como Frontier Language Institute (Instituto Linguístico da Fronteira, em tradução livre). Atualmente, sou o diretor-executivo de um projeto chamado Programa de Desenvolvimento da Comunidade Gawri (GCDP, na sigla em inglês). São seis escolas para crianças com modelo de educação multilíngue baseado na língua materna (MTB-MLE), e duas escolas para adultos (homens e mulheres). Também montamos uma biblioteca com um catálogo com mais de 1.500 livros.

Estou me preparando prestar consultoria para a SIL International sobre alfabetização, educação e desenvolvimento linguístico comunitário no Paquistão.

RV: Qual é a situação atual do seu idioma na internet e fora dela?

MZS: We currently have two websites dedicated to the Gawri language as well as several social media pages, especially on Facebook and YouTube.

MZS: Atualmente, temos dois sites dedicados à língua gawri e também muitas páginas nas redes sociais, especialmente no Facebook e no YouTube.

RV: Quais assuntos você pretende abordar durante a sua semana em que atuará como administrador da conta do Twitter @AsiaLangsOnline?

MZS: I will touch on the following topics:

  • Mother tongue-based multilingual education (MTB-MLE)
  • Language development and documentation work in Pakistan
  • Gawri reading campaign
  • Education for nomadic populations
  • Views and comments from parents and elders in the community on the use of mother tongue in education
  • Community-based language development efforts in Pakistan

MZS: Falarei sobre os seguintes tópicos:

  • Educação multilíngue baseada na língua materna (MTB-MLE)
  • Desenvolvimento linguístico e trabalho de documentação no Paquistão
  • Campanha de leitura em gawri
  • Educação para populações nômades
  • Vídeos e comentários de pais e pessoas idosas da comunidade sobre a utilização da língua materna na educação
  • Esforços de desenvolvimento linguísticos comunitários no Paquistão

RV: Quais são as suas motivações principais para o ativismo digital sobre sua língua? Quais são suas esperanças e sonhos para a sua língua?

MZS: According to Ethnologue, Gawri is classified at level 6b* (Threatened) on the Expanded Graded Intergenerational Scale (EGIDS), which measures the vitality of languages. We want to take it up to level 4 (Educational), described as follows: “The language is in vigorous use, with standardization and literature being sustained through a widespread system of institutionally supported education”. We are trying our best to carry out advocacy campaigns and represent the language on digital media and we've already seen a great change in the behaviour of the speakers. This language has been highlighted and promoted a lot in the last few years.

MZS: Segundo o site Ethnologue, a língua gawri é classificada como nível 6B (Ameaçada) na escala de vitalidade linguística EGIDS. Queremos elevá-la ao nível 4 (Educacional), descrita como: “A língua tem uso vigoroso, com padronização e literatura sustentada por um sistema institucional de educação”. Nos dedicamos, da melhor maneira possível, às campanhas de divulgação e representação da língua nas mídias digitais e já observamos grandes mudanças no comportamento dos falantes. Essa língua foi promovida e recebeu bastante destaque nos últimos anos.

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