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Artigo da Global Voices ajuda vencedores de concurso de tradução a expressar sua paixão pelo idioma tcheco

Categorias: África Subsaariana, Europa Oriental e Central, Moçambique, República Tcheca, Boas Notícias, Educação, Língua, Mídia Cidadã, Mídia e Jornalismo, Relações Internacionais

Jan Faber, co-organizador do concurso de tradução, na abertura da cerimônia de premiação. Na tela atrás dele encontra-se o texto da Global Voices em sua versão iorubá. Imagem de Filip Noubel, usada sob permissão.

Quando o colaborador da Global Voices Dércio Tsandzana [1] escreveu um post no final de 2018 sobre uma tripulação de voo exclusivamente feminina em Moçambique [2], mal sabia ele que o seu artigo seria utilizado como texto-base em um concurso global de tradução organizado na República Tcheca.

O artigo do Dércio, originalmente escrito em português, já havia sido bem-sucedido dentro da GV, tendo sido traduzido para 13 idiomas, incluindo árabe, polonês, iorubá, grego e chinês. Dércio relembra o motivo do post: “Recebi a notícia sobre essa tripulação por meio de um grupo de discussão no WhatsApp, enquanto participava de uma conferência em Gana sobre a internet. Naquela tarde, eu decidi escrever a história. É realmente uma enorme surpresa que de todas as histórias, esta seja selecionada para o concurso de tradução para o tcheco!”.

Em fevereiro de 2019, duas instituições sediadas em Praga, o Instituto de Línguas e Estudos Preparatórios [3] (ÚJOP), unidade acadêmica da Universidade Carolina [4]) e o departamento de tcheco da Diretoria Geral de Tradução da Comissão Europeia [5] (DGT) entraram em contato com a GV para solicitar permissão para utilizar um texto da GV para o concurso mundial de tradução para o idioma tcheco, já na quarta edição. O concurso oferecia aos estudantes estrangeiros que estudam na República Tcheca a chance de testar suas habilidades na tradução a partir de seus idiomas nativos para o tcheco. Este ano, esta lista incluiu falantes do árabe, chinês, francês, italiano, polonês, russo e esloveno.

Os finalistas foram convidados a participar de uma conferência de dois dias e da cerimônia de premiação em Praga, nos dias 11 e 12 de abril. Filip Noubel esteve presente na cerimônia, na qualidade de editor executivo da GV e entregou os prêmios e diplomas aos vencedores. Também entrevistou dois vencedores sobre a experiência de traduzir o post da GV, e sobre a decisão de se dedicarem a aprender uma língua desafiadora como o tcheco. [6]

Vesna Dragar e Sofia Rogozhnikova ao serem premiadas como 3ª e 1ª colocadas, respectivamente. Imagem de Filip Noubel, usada sob permissão.

Sofia Rogozhnikova, a primeira colocada no concurso, explicou que:

“It all started with my mother, who studied Czech when she was 16, as part of the Soviet-Czechoslovak Friendship. I went to a summer school when I was 15 and decided to live and study in Prague. I graduated in translation studies at Prague’s Charles University, and added Italian as my third language. I also studied in Italy and took the translation test with Italian. I now translate and also teach Czech as a foreign language. The text was not too challenging but it has some technical terms, and we were only allowed print dictionaries during the competition”.

Tudo começou com a minha mãe, que estudou tcheco quando tinha 16 anos, como parte do projeto Amizade Tcheco-Soviética. Eu fui para uma escola de verão quando tinha 15 anos e decidi morar e estudar em Praga. Eu me formei em estudos de tradução na Universidade Carolina em Praga e acrescentei o italiano como minha terceira língua. Eu também estudei na Itália e fiz o teste de tradução com o italiano. Eu agora traduzo e também ensino o tcheco como língua estrangeira. O texto não foi muito desafiador, mas tem alguns termos técnicos, e só nos permitiram pesquisar em dicionários impressos durante a competição.

Vesna Dragar, que ficou em terceiro lugar, comentou que:

“I chose Czech as a ‘rare’ language at my University in Ljubljana because I was a fan of Czech literature: the Brave Soldier Švejk, but also Kundera and Hrabal. Last year I participated in the competition and our text was the Little Red Hood tale, so I did not expect a story about Mozambique!”

Escolhi o tcheco como língua ‘rara’ na minha universidade em Liubliana [7] porque era fã da literatura tcheca: O Bom Soldado Švejk, e também de Kundera e Hrabal. No ano passado eu participei da competição e nosso texto foi a história de Chapeuzinho Vermelho, por isso eu não esperava um texto sobre Moçambique!

De acordo com Jan Faber, o oficial de campo da DGT em Praga e ele mesmo é o tradutor de inglês e polonês:

“This year we had 29 participants from Slovenia, Poland, France, Russia, Italy and Egypt. The Chinese university eventually had to withdraw, as they were not able to secure enough paper dictionaries to be used during the competition. We do not allow online resources and we are very strict about this, because it gives all the participants a level playing field, not no mention that with the Internet, the temptation to use “illegal” aids might be just too strong. Students were very enthusiastic to learn about GV and one of the participants from Poland will hold a presentation on GV for her colleagues at her home Mikołaj Kopernik University in Toruń. The 10 finalists, who were invited to Prague, participated in a translation workshop, where they tried, in small groups, to translate into Czech a fragment from a famous fairy tale by the Grimm brothers”

Este ano tivemos 29 participantes da Eslovênia, Polônia, França, Rússia, Itália e Egito. A universidade chinesa teve que se retirar, pois não conseguiu garantir dicionários de papel suficientes para serem usados durante a competição. Não permitimos recursos on-line e somos muito rigorosos quanto a isso, porque confere a todos os participantes um nível imparcial, sem mencionar que, com a Internet, a tentação de usar ajuda ‘não permitida’ pode ser muito forte. Os estudantes ficaram muito entusiasmados em saber sobre a GV e um dos participantes da Polônia fará uma apresentação sobre a GV para seus colegas na Universidade de Nicolaus Copernicus [8] em sua cidade de Toruń. Os 10 finalistas, que foram convidados para ir a Praga, participaram de um workshop de tradução, onde tentaram, em pequenos grupos, traduzir em tcheco um fragmento de um famoso conto de fadas dos irmãos Grimm.

Perguntei se ela já havia conhecido anteriormente a Global Voices e Rogozhnikova admitiu que a competição foi seu primeiro contato, mas acrescentou:

“I will definitely check GV because I like to compare sources of information to avoid fake news. I can check news in different languages, and GV offers a large choice all in one same place.”

Com certeza, vou verificar a GV, porque gosto de comparar fontes de informação para evitar notícias falsas. Posso verificar as notícias em diferentes idiomas, e a GV oferece uma variedade de opções em um único lugar.