Durante quase um dia inteiro, a maior parte da Venezuela ficou sem eletricidade.
Desde as 4h50 da tarde (hora local) do dia 7 de março de 2019, começaram grandes cortes de energia que na capital, Caracas, e ao menos em mais 22 estados deixaram vários domicílios, lojas, serviços públicos e hospitais sem eletricidade. Desde a madrugada de 8 de março, os jornalistas e cidadãos do país que podiam usar dados móveis começaram a informar on-line que os geradores e outras reservas auxiliares de energia estavam acabando.
Funcionários do governo do combatido presidente Nicolás Maduro diziam que a interrupção do fornecimento elétrico era resultado de uma “sabotagem”, que qualificam como “guerra elétrica”, perpetrada pelo líder opositor Juan Guaidó, com apoio do governo dos Estados Unidos. Guaidó respondeu que a “única sabotagem aqui é a feita pelo usurpador do povo venezuelano”, em alusão ao presidente Nicolás Maduro, a quem os líderes opositores acusam de ter “usurpado” a presidência por meio de um processo eleitoral ilegítimo.
Os apagões não são nenhuma novidade na Venezuela: em meio à crise econômica, social e política que afeta o país nos últimos anos, os cidadãos enfrentam frequentes interrupções de fornecimento. Mas o amplo alcance desta vez e sua duração são únicos.
Além de deixar os residentes sem luz, refrigeração, tecnologia médica e transporte ferroviário, o apagão também mergulhou o país em uma quase total paralisação dos sistemas de comunicação.
Volviendo al origen. En el barrio cerca de casa encendieron una fogata tras más de 6 horas de apagón. pic.twitter.com/eTDoaRPRWc
— Luis Carlos Díaz (@LuisCarlos) 8 de marzo de 2019
Voltando às origens. No bairro perto de casa acenderam uma fogueira depois de mais de 6 horas de apagão.
A organização de testes técnicos NetBlocks, que mede as conexões da internet e as interrupções de energia em países de todo o mundo, publicou os resultados que demonstram o colapso de atividade na rede e, também apresenta alguns dados concretos causados pelo impacto desses cortes de conexão.
Os protestos públicos e os enfrentamentos entre militares e aliados de Maduro e os líderes da oposição apoiados pelos Estados Unidos chegaram como ondas desde meados de janeiro, quando Guaidó desafiou abertamente a legitimidade de Maduro e se declarou presidente interino por razões constitucionais.