Primeiro-Ministro português visita Angola e é alvo de críticas nas redes sociais

António Costa em conversa com o Ministro das Relações Exteriores de Angola | captura de tela (Youtube), feita pelo próprio autor

António Costa em conversa com o Ministro das Relações Exteriores de Angola | captura de tela (Youtube), feita pelo próprio autor

Tudo aconteceu no dia 17 de Setembro, quando o governante português, António Costa, desembarcou na capital angolana, Luanda, para uma visita oficial, apresentando-se com uma calça jeans, camisa sem gravata, casaco e sapatos casuais.

Contrariamente as vestimentas de António Costa, o Ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, que foi receber o chefe de Governo de Portugal, estava de fato e gravata, tal como pode se ver no tweet do governante de Portugal.

Importa sublinhar que ainda este ano, António Costa visitou Moçambique e na sua chegada ao país teve uma recepção de Estado no Aeroporto, mas trazia a vestimenta usual, como seja fato (calça formal, camisa, gravata e sapatos).

Porém, sabe-se que nos dois dias que preencheram a sua visita em Angola, Costa apresentou-se no encontro oficial com o Presidente de Angola, João Lourenço e na assinatura de vários protocolos de cooperação com fato e gravata.

Angola e Portugal: doís países desavindos por conta da justiça

António Costa viajou para Angola após meses de tensão diplomática entre os dois países, razão pela qual a sua visita chamou a atenção de muitos angolanos e portugueses. Para o Primeiro-Ministro de Portugal, a visita servia, sobretudo, para reaproximar os dois países.

As relações entre Angola e Portugal conheceram o seu momento menos bom com o caso de justiça que envolve o antigo Vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, num processo designado Fizz, movido por Portugal e que foi recentemente transferido para Luanda, após solicitações e insistências do governo de Angola.

A transferência do processo para Angola não foi de consenso para alguns sectores, tal como foi o caso da eurodeputada Ana Gomes que considerou o acto como uma “tremenda demissão” da justiça portuguesa que baseiou-se em argumentos hipócritas.

Neste caso, Manuel Vincente é acusado de ter corrompido o procurador português, Orlando Figueira, com o pagamento de 760 mil euros para que arquivasse dois inquéritos, um deles o caso Portmill, relacionado com a aquisição de um imóvel de luxo no Estoril.

Internet dividida sobre as vestimentas de António Costa

A atitude do governante de Portugal fez com qua alguns internautas ficassem divididos nas suas interpretações. Por exemplo, o jornalista do jornal Folha 8 e activista cívico, Pedrowsk Teca, questionou no seu perfil do Facebook a atitude do Primeiro-Ministro de Portugal:

Vestindo-se de calça jeans ? em uma visita oficial tão aguardada, qual é a mensagem que Portugal está a transmitir à Angola?

Por outro lado, o também jornalista e profissional de teatro, Ilídio Manuel, questionou o que sucederia se tal acto fosse com um dirigente de Angola ou em outro país:

O primeiro-ministro português, António Costa, chegou a Luanda para uma visita OFICIAL vestido de forma informal (calças Jeans e sem gravata). Teria vestido da mesma forma caso visitasse à Alemanha, EUA, Japão, ou outro país do 1.º mundo? Se fosse o inverso, um governante angolano que visitasse Portugal vestido da mesma forma?

Porém, enquanto uns reclamavam das roupas, houve quem preferisse elogiar a atitude do Primeiro-Ministro de Portugal por ter usado o avião comercial do país (TAP), para uma viagem de Estado:

António Costa, o “Premier” de Portugal que afectou a viagem de Estado ao nosso País, por dois dias (chegou no dia 17 e regressou no dia 18), onde reuniu-se com o PR João Lourenço, viajou de Lisboa – Luanda – Lisboa com a sua comitiva em voo comercial da transportadora aérea portuguesa (TAP Portugal), ou seja não fez o uso de um avião privado para esta viagem e presume-se que tenha viajado na primeira classe ou mesma na executiva (o que é bem normal neste caso).

Em novembro o PR João Lourenço vai efectuar uma visita de Estado para Portugal, também por dois dias, quero ver se o nosso Chefe de Estado e a sua comitiva vão fazer o uso da transportadora nacional (TAAG – Linhas Aéreas de Angola), durante o percurso Luanda – Lisboa – Luanda, ou vão viajar num avião privado.

Apreciemos o Cenário…Nas Calmas!

Maria Antónia Palla, mãe do Primeiro-Ministro português saiu em defesa do seu filho, perante a onda de comentários e opiniões vindas de Luanda, tendo referido que:

O meu filho, António Costa, é bem-educado. Em Angola há protocolo a mais e coisas importantes a menos – a democracia.

O internauta moçambicano, Constatino Marengula, diz não perceber que mensagem se pretende transmitir por alguém que usa fato e gravata:

Ha pessoas zangadas porque António Costa chegou a Angola sem facto e nem gravata. Nunca entendi essa de padroes de beleza, responsabilidade e profissionalismo definidos pelas embalagens, representados por factos e gravatas, numa zona tropical, com calor e humidade. Quando vi isto, recordei me duma entrevista para emprego, num certo Banco muito grande nos anos 90. Mesmo com calor, os homens perguntaram me se tinha algum problema em vestir factos e gravatas…! Ao que disse que nao e dei a minha justificaçao! Nao sei se foi por isso, mas nao fui o feliz contemplado! Depois de ver muitos malandros engravatados, ainda ando curioso em saber o que se procura nos factos e gravatas, com calor e humidade!

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