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“Vamos começar pelo básico, o conceito de feminismo”

Categorias: América Latina, Equador, Mídia Cidadã, Mídia e Jornalismo, Mulheres e Gênero, NewsFrames, Rising Voices

O projeto Reframed Stories [1] pede às pessoas que respondam aos temas e questões mais recorrentes nas reportagens sobre suas comunidades. As histórias são reflexões de pessoas que, frequentemente, são representadas por terceiros nos meios de comunicação. Nuvens de palavras são criadas por meio da plataforma Media Cloud [2], uma ferramenta de análise de dados que estuda o acervo de veículos de comunicação, permitindo que os participantes possam discutir e analisar a primeira impressão que têm de como são representados na mídia. O projeto se abstém de tirar conclusões quanto aos dados, servindo como um primeiro passo para criar um espaço de discussão sobre como podem ajudar a moldar a sua própria representação nos meios de comunicação através da mídia digital.

Stefy Muñoz faz parte da equipe de transmissão do programa de rádio semanal La Movida Independiente [3] na Wambra Radio [4], em Quito, no Equador. Segue abaixo a transcrição do vídeo sobre a análise de Stefy, referente à nuvem de palavras para o termo “feminismo“, dentro do contexto equatoriano.

Palavras dominantes de 112 artigos publicados entre janeiro de 2017 e abril de 2018, que mencionam “feminismo” em dois acervos de Media Cloud dos meios de comunicação em espanhol do Equador. Clique para ver a imagem em tamanho maior [5].

O que te chamou mais a atenção na nuvem de palavras?

Nós tínhamos uma ideia muito negativa da representação do “feminismo” e achávamos que a nuvem refletiria isso. Mas, quando fizemos a busca, descobrimos que a plataforma possui muitos termos com aspectos positivos do feminismo como, por exemplo, ‘igualdade’, ‘direitos’, ‘política’, ‘luta’, ‘movimento’, etc. De fato, os termos negativos são poucos.

De acordo com a nuvem de palavras, como o feminismo tem sido representado nos meios de comunicação?

A luta social, as organizações, os coletivos, os grupos de mulheres que constantemente carregam essa bandeira são bastante invisíveis nos meios de comunicação. Aliás, em um aplicativo saíram as notícias mais ‘rankeadas’, as mais visitadas. Eram umas dez ou quinze. Eu olhei notícia por notícia, e nenhuma falava sobre grupos, organizações ou mulheres emblemáticas. Não achei nada sobre o feminismo.

Como o feminismo deve ser representado nos meios de comunicação?

Começando pelo mais básico, que é o conceito de feminismo. Partindo daí, teríamos uma base para estabelecer um único conceito, não apenas como o termo mais buscado do ano no dicionário — pela definição da RAE (Real Academia Española) —, mas também tendo em mente o que realmente é o feminismo, o que defende e os seus objetivos. Aí sim seria bem interessante. A propósito, podemos buscar na plataforma uns dois ou três termos de uma só vez, e acho que encontrei um pouco mais de informação e termos que se aproximavam do que eu realmente queria ou deveria encontrar.

Esta é uma parte de uma série do Rising Frames, desenvolvida em colaboração direta com a organização El Churo [6], com sede em Quito, no Equador. Eles organizaram um workshop realizado no dia 21 de abril de 2018, em Quito, que reuniu os representantes de vários grupos e coletivos para analisar como eles e as questões que os preocupam estão representadas em um acervo da mídia equatoriana e criar histórias como resposta. 

Mónica Bonilla e Belén Febres-Cordero ajudaram na transcrição e tradução do post, que foi editado para melhor compreensão e extensão do texto.