- Global Voices em Português - https://pt.globalvoices.org -

Assim são escritos os novos compassos da música latino-americana (parte I)

Categorias: América Latina, Chile, Arte e Cultura, Juventude, Mídia Cidadã, Música
[1]

Imagem da série “LiveYourMusic”, feita pelo site chileno Pousta em colaboração com a Heineken. Na cena, a música e produtora Valesuchi mostra seu local de trabalho. Disponível no Youtube.

A internet se tornou uma maneira de explorar e vivenciar novas músicas de diferentes partes do mundo. Na América Latina, uma série on-line dá espaço para músicos que estão propondo novas maneiras de olhar para a cena musical local.

Esses novos músicos são o foco da série “Live Your Music” feita pelo site chileno Pousta [2] em colaboração com a Heineken. Cada episódio mostra diferentes músicos e suas reflexões sobre as dificuldades de fazer música eletrônica no Chile, a explosão da mídia on-line e visões sobre o gênero que precisam mudar.

O primeiro episódio, chamado “Internet” [3], reúne depoimentos e apresenta o espaço colorido onde acontece a nova cena da música eletrônica chilena. Ele também nos mostra as dificuldades que existem no mundo da música, como limitações econômicas e mudanças rápidas que ocorrem nessa cena emergente.

Segundo Leo Prieto:

No es que la tecnología creó un nuevo tipo de artista o de músico, sino que ellos siempre habían estado. La tecnología simplemente era lo que hacía falta para que pudieran llegar a la audiencia que hace rato los estaba esperando.

A tecnologia não criou esse novo tipo de artista ou de músico, eles sempre existiram. Essas tecnologias eram só o que faltava para que pudessem atingir uma audiência que esperava por eles há muito tempo.

“Qualquer um com um computador e boas ideias pode fazer isso”

Máquinas [4]” explora as diferentes maneiras com que os músicos buscam seu próprio som. Aprendemos sobre as complexidades que podem ser encontradas em diferentes sistemas de som e descobrimos que sons podem ser garimpados em várias fontes, inclusive Game Boys.

De acordo com Vicente Sanfuentes:

Falta reescribir un poco la imagen de lo que es el músico electrónico. Estamos acostumbrados a que el músico electrónico sea hombre, lampiño, tecnológico, medio gringo, con tufo alemán […] No estamos interesados en que la música siempre sea creada por una parte de la sociedad, creemos que la voz artística le pertenece a todos. Creemos que cualquiera en su casa que tenga un computador y que tenga buenas ideas puede hacer esto. […] Es importante que se abra la imagen [de la música electrónica] que se cambie un poco de lugares, también, y que deje de tener ese tufo mecánico clase alta que tiene y que pase a ser vehículo de otras ideas.

Ainda precisamos recriar a imagem do músico eletrônico. Estamos acostumados com músicos brancos, carecas, tecnológicos, um tipo gringo, com cheiro de alemão […] Não estamos interessados em música criada por apenas uma parte da sociedade, acreditamos que a voz artística pertence a todos. Achamos que qualquer um com um computador e boas ideias pode fazer isso […] é importante expandir a imagem (da música eletrônica) e mudar de ambiente também, assim ela não terá mais aquele cheiro de classe alta e começará a transmitir outros tipos de ideias.

Cenários [1]” explora a dimensão compartilhada da música. Ele mostra as experiências que acontecem em festivais, bares ou até em festas ilegais. Pia Sotomayor ressalta a magia especial das festas eletrônicas chilenas:

Nosotros antes de ser productores de música somos fanáticos de la música en un 100%. Lo he dicho mil veces y lo digo muy honestamente, las fiestas en Chile logran un nivel de éxtasis demasiado importante.

Antes de sermos produtores, somos 100% fãs de música. Já disse isso mil vezes e é a mais pura verdade, as festas [eletrônicas] no Chile alcançam um nível muito importante de êxtase.