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Petição para libertar eritreio preso injustamente na Itália por erro de identidade

Categorias: África Subsaariana, Europa Ocidental, Itália, Sudão, Direitos Humanos, Mídia Cidadã, Migração e Imigração, Refugiados

A chegada do suposto traficante em junho de 2016. Foto de altreconomia.it [1].

Há um ano e meio um homem de 29 anos, que diz se chamar Medhanie Tesfamariam Behre, responde a um processo em Palermo por tráfico humano. Em um caso que parece ser de equívoco de identidade, as autoridades o prenderam por acreditar que ele era Medhanie Yehdego Mered, conhecido como “o General”, o cérebro por trás de crimes de tráfico de pessoas no Mediterrâneo nos últimos anos.

As autoridades italianas estavam procurando Mared desde o dramático naufrágio de Lampedusa em 3 de outubro, no qual 368 pessoas morreram e outras 20 continuam desaparecidas.

Behre foi preso em maio de 2016, no café Asmara Corner em Cartum, no Sudão, pela polícia sudanesa, após uma longa investigação internacional liderada pelos serviços secretos sudaneses, italianos e ingleses. Ele foi extraditado para a Itália em um voo especial em 7 de junho de 2016.

Entre os jornalistas que acompanham o caso está Stefano Colombo, que escreve para [2]o thesubmarine.it. Em uma postagem publicada em 13 de novembro, ele conta [2] o que foi descoberto por Lorenzo Tondo, um jornalista de Palermo que acompanha o caso para o The Guardian.

Mi occupo di questa cosa da un anno e mezzo, da quando c’è stato lo scambio di persona,” ci racconta, “doveva essere l’arresto del peggior trafficante di uomini, ma già appena l’abbiamo visto all’aeroporto ci siamo resi conto che con Mered non c’entrava un cazzo.”

[…]

Si scopre poi che mentre la procura di Palermo dava la caccia a Mered, questo — il vero trafficante! — era in carcere a Dubai per una questione di passaporti falsi. Ecco spiegato il suo silenzio totale sui social media. “È tornato in libertà ad agosto 2016,” ci conferma Tondo. Berhe, invece, è ancora in carcere, e non sembra che potrà tornare in libertà a breve. Finora il processo ha cambiato 4 volte giudice, e secondo la legge italiana, ogni volta che il giudice cambia, il processo va rifatto da capo.

‘Venho acompanhando este caso há um ano e meio’, diz ‘deveria ser a prisão do maior traficante de pessoas, mas assim que o vimos no aeroporto percebemos que Mered não tinha nada a ver com isso.’

[…]

Enquanto o tribunal de Palermo caçava Mered, ele — o verdadeiro traficante — estava preso em Dubai por falsificação de passaporte. Isto explica seu total silêncio nas redes sociais. ‘Ele foi libertado em agosto de 2016′, confirma Tondo. Berthe, porém, ainda está preso e não parece que sairá tão cedo. O processo mudou de juiz quatro vezes. Segundo a legislação italiana, sempre que há mudança de juiz o julgamento deve recomeçar.

Em 4 de julho, o site newsicilia.it [3]revelou que a defesa apresentou duas testemunhas, que agora têm asilo na Suécia, e que afirmam que o homem preso não é Mered.

Fonte: eritrea-chat.com

Fonte: eritrea-chat.com

Oggi, però, ci sarebbero i due testimoni pronti a dimostrare che Mered non sarebbe il latitante ricercato da due anni. Ma un giovane di nome Mered Tesfamarian. Come anticipa il giornale britannico The Guardian, uno dei due testimoni sarebbe Ambesyer Yeman, 23 anni, rifugiato eritreo, arrivato in Italia con l’organizzazione di Mered nel 2013.

“Non conosco il ragazzo che hanno arrestato, l’ho visto nella foto di un articolo pubblicato su Facebook, e ho detto immediatamente: ‘Ma questo non è Mered”, ha detto il ragazzo.

Hoje, duas testemunhas estavam prontas para depor atestando que Mered não é o criminoso procurado por mais de dois anos, mas sim um jovem chamado Mered Tesfamarian. Como informou o The Guardian, uma das testemunhas seria Ambesyer Yeman, de 23 anos, refugiado eritreio que chegou a Itália com a organização de Mered em 2013.

‘Eu não conheço o homem que foi preso. Eu vi a foto dele publicada no Facebook e logo falei, este não é Mered’, afirmou o jovem.

Além disso, Tondo revelou em sua página no Facebook que promotores italianos haviam gravado [4] uma de suas conversas. Seu post foi amplamente lido e recebeu mais de 500 curtidas.

Ieri è successa una cosa davvero spiacevole. Una cosa che in Italia, nella mia categoria, è considerata oramai pericolosamente ‘’normalità’’, ordinaria amministrazione, un ‘’incidente di percorso’’ come tanti altri: la procura di Palermo ha intercettato alcune mie conversazioni con una fonte, un ragazzo eritreo che mi aiutava anche come interprete nelle interviste in tigrino sul ‘’Caso Mered’’, il clamoroso scambio di persona di un rifugiato arrestato per errore perché ritenuto essere un trafficante di uomini. 

Ontem aconteceu algo muito triste. Algo que na Itália, em minha profissão, é considerado perigosamente ‘normal’, um negócio habitual, um percalço como muitos outros. Os promotores de Palermo gravaram minhas conversas com uma fonte, um jovem da Eritreia que estava me ajudando com as entrevistas do ‘caso Mered’, o erro de identidade de um refugiado preso por engano por acreditarem que ele fazia tráfico humano.

Com essas técnicas de investigação, fica a dúvida se o judiciário italiano está procurando pelo verdadeiro culpado ou só uma vítima para sacrificar e acabar com o assunto.

Para contribuir concretamente com esta história, Abdoulaye Bah, autor deste post, com apoio de um grande grupo de ativistas, leitores e especialistas, está lançando uma petição a qual pedimos que você assine: 

Liberate Medhanie Tesfamariam Behre, il falegname eritreo, in carcere per omonimia (Petizione su Avaaz) [5]

Liberte Medhanie Tesfamariam Behre, o carpinteiro eritreio preso por homonímia (petição em Avaaz) [5]

Chiediamo che venga rilasciato immediatamente e che l’Italia ammetta il proprio errore pubblicamente, presenti le proprie scuse a Medhanie Tesfamariam Behre.

Pedimos que Medhanie Tesfamariam Behre seja libertado imediatamente e que a Itália admita publicamente seu erro e apresente suas desculpas.