Esta história de Max Nesterak apareceu originalmente na PRI.org em 24 de abril de 2017, sendo republicada aqui graças à parceria entre a PRI e a Global Voices.
Armand Melk-Johnson fez um tour comigo pela casa de sua família anfitriã, um bangalô com um andar e meio em Minneapolis.
Ele vive na casa de Alicia, mãe de duas crianças, Mariel and Thomas.
Armand tem 15 anos e está cursando o 9° ano na Minnehaha Academy, um colégio particular de Minneapolis no estado de Minnesota. A escola está fazendo a diferença com um programa chamado City Stay, que oferece aos alunos a oportunidade de um intercâmbio cultural de uma semana. Atualmente, os alunos participando do intercâmbio ficam com famílias de origem latina, somaliana e hmong.
O jovem decidiu ficar com uma família de descendência peruana. “Minha mãe me deu o maior apoio”, disse. “Posso descobrir como vivem outros americanos. Não há nada de mais”.
Alicia não está legalizada e pediu que não divulgássemos seu último nome. Ela chegou a Minnesota vinda do Peru aos 11 anos de idade. Seus filhos, Mariel e Thomas, nasceram em solo norte-americano. Ela admitiu que gosta de hospedar estudantes, pois seus filhos fazem amizade com crianças mais velhas.
O domínio de inglês dela é limitado, enquanto que Armand ainda está aprendendo espanhol; contudo, ela acredita que eles conseguem se comunicar bem, até mesmo pelo olhar. Mariel e Thomas viram em Armand um irmão mais velho praticamente no primeiro contato que tiveram.
“Eu adoro tê-lo aqui”, diz Mariel. “Ele e o meu irmão se divertem muito, e ele é um ótimo irmão mais velho pra mim”.
O programa City Stay foi criado há alguns anos por Julie Knopp, uma educadora infantil de uma escola bilingue. Julie teve a ideia para o programa enquanto vivia em El Paso, no Texas. Ela ficou surpresa em notar como podem ser vastas as divisões culturais dentro de uma comunidade.
“Fiquei muito empolgada com a possibilidade de promover esses intercâmbios culturais em casas de família, não só pelo aprendizado mútuo que se pode ter com eles; além de adquirir uma língua nova, é possível ultrapassar barreiras dentro das nossas comunidades, o que nos ajuda a entender melhor as pessoas que vemos no dia-a-dia”, conta Julie.
Este continua sendo um projeto voluntário para ela e para outros responsáveis pelo programa. Até hoje, por volta de 60 estudantes já passaram por ele graças a aproximadamente 60 famílias anfitriãs. Julie também admitiu ter ficado surpresa com as famílias que alguns estudantes optaram por ficar. Houve casos de estudantes mexicano-americanos que optaram por famílias latinas, e estudantes da Tailândia e da China querendo ficar com famílias hmong.
“Um estudante da China disse, ‘Eu morei na China e vi pessoas hmong lá. Eu vim para Minnesota e quero ver pessoas hmong aqui. Também quero saber, quem são os hmong? Quero conhecê-los melhor,'” lembra Julie.
A professora também se disse empolgada com o programa, pois poderia oferecer intercâmbios culturais mais acessíveis aos estudantes. O City Stay custa bem menos do que um programa de estudos tradicional para alunos de outros países, além de atrair um número maior de estudantes de cor, como também aqueles considerados “novos habitantes de Minnesota”.
Além disso, Julie quer que as pessoas mantenham contato.
“Me fascina a ideia de criar vínculos duradouros com nossos vizinhos, levando esse aprendizado mútuo adiante”, complementa.
Antes da partida de Armand, Alicia fez com que o jovem prometesse ligar e voltar para visitá-los, o que ele disse que faria.