Deslizamento trágico no Sri Lanka poderia ter sido evitado

Montanha de lixo em comunidade carente no Sri Lanka. Captura de imagem do YouTube

O número de mortos após o deslizamento no lixão de Meethotamulla dia 14/04 na capital de Sri Lanka, Colombo, subiu para 28 segunda-feira passada. Equipes de resgate dizem que 30 pessoas continuam soterradas pelo barro e pelos escombros. Contudo, as esperanças em resgatar as vítimas com vida estão ficando cada vez menores. O deslizamento soterrou aproximadamente 145 casas na comunidade pobre de Colombo.

Imagens do desastre do lixão de Meethotamulla feitas pela Força Áerea srilanquesa. Aproximadamente 10 mortos e dezenas de desaparecidos. Por volta de 150 casas foram destruídas.

Número de mortos do deslizamento no lixão de Meethotamulla sobe para 19. O exército retirou mais três corpos do meio dos escombros esta tarde.

Enquanto as pessoas no #Srilanka comemoram o #Aurudu2017 outras #Kolonnawa sofrem por conta do descarte do nosso lixo.

A montanha de lixo, medindo 90 metros de altura por 180 metros de diâmetro desabou no dia 14 de abril após um incêndio. As equipes de resgate contam com mais de 1.000 pessoas, inclusive com integrantes das Forças Armadas srilanquesas, que vêm trabalhando na retirada dos escombros. Estima-se que aproximadamente 980 pessoas de 228 famílias foram afetadas pela tragédia. As zonas de risco foram evacuadas, e os moradores estão sendo abrigados temporariamente em uma escola próxima.

Segundo a polícia, as autoridades continuam tentando determinar a causa do deslizamento e se ele foi influenciado pela ação do homem ou ocorreu por causas naturais.

A National Building Research Organization aconselha a evacuação de mais 130 casas próximas ao lixão de Meethotamulla por causa do risco de mais desabamentos…

Novas notícias de fonte confiável sobre o #meethotamulla tranquiliza famílias desalojadas.

Meethotamulla é conhecida pela sua montanha de lixo de 16 acres e pelo forte odor que pode ser sentido a quilômetros de distância.

Quase que diariamente, os serviços de coleta despejam por volta de 800 toneladas de lixo da capital em Meethotamulla, muitas vezes sem segurança e ignorando protocolos de segurança básicos. Isso vem se repetindo pelos últimos vinte anos, e os moradores da região estão há muito preocupados com o risco de serem soterrados no caso de um desastre natural.

Anos atrás, as autoridades pretendiam desativar o lixão e transformá-lo em um “belo local.” Entretanto, o plano ambicioso nunca saiu do papel, e agora os moradores da região veem seu maior pesadelo se tornando realidade.

Raisa Wickrematunge, repórter do site de notícias Groundviews, escreve sobre os planos em curso para a retirada do lixo:

The issue of garbage disposal, and how to solve it, is complex and has long been debated. In 2015, there was a plan to transfer the compacted garbage at Meethotamulla to Puttalam, which came to a temporary standstill after environmentalists raised protests, as the new site at Arawakkalu fell within the Wilpattu buffer zone. The project was restarted at a different site, but with plans to allow the Meethotamulla dump to decompose. Other plans have included simply shifting the garbage to other areas such as Ja-Ela.

As recently as March this year, residents were agitating against the dump. Officials meanwhile, have continually said they are working towards a long-term solution, with the help of foreign experts.

O problema do despejo de lixo e sua solução são complexos e debatidos há muito tempo. Em 2015, havia um plano para transferir o local do lixão de Meethotamulla para Puttalam, mas o projeto ficou temporariamente em aberto depois do protesto de ambientalistas, já que o local escolhido, em Arawakkalu, foi anexado à zona de proteção ambiental de Wilpattu. O projeto foi transferido para outro local, mas com planos de deixar que o lixo em Meethotamulla se decompusesse. Outros planos incluíam o simples recambiamento do lixo para outras áreas, como Ja-Ela.

Até o mês de março deste ano, os moradores estavam indignados com o lixão. Nesse ínterim, as autoridades afirmaram por diversas vezes que estavam trabalhando em uma solução em longo prazo, com a ajuda de especialistas estrangeiros.

Apesar dos planos e das discussões, o lixão de Meethotamulla continuou crescendo. De acordo com um relatório do site de notícias Roar.lk, o Conselho Municipal de Colombo é responsável pelo lixão há dois anos; logo, é culpado pela não manutenção do local, assim como o Exército do país, que também já esteve encarregado pelo terreno.

O governo srilanquês disse ter pago 100.000 rupias do Sri Lanka (aproximadamente R$2.000) para ressarcir as famílias de cada vítima morta na tragédia do Meethotamulla e por volta de 2.5 milhões de rupias (aproximadamente R$54.000) por prejuízo de bens.

Contudo, muitos internautas reagiram negativamente à declaração feita pelo governo.

Quando ocorre um desastre em Sri Lanka. Arte de Gihan de Chickera

Ao que parece os médicos não vieram a Meethotamulla ajudar nas missões de resgate. É esse o apreço que eles têm pela população.

Após a tragédia, o governo srilanquês também anunciou finalmente sua decisão de acabar com o lixão de Meethotamulla e que também vai começar os trabalhos em um projeto de conversão desses resíduos em energia a fim de assegurar que os resíduos sólidos do município sejam eliminados de uma forma higiênica e sustentável.

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