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Mais um socioambientalista é assassinado na Amazônia

Categorias: América Latina, Brasil, Direitos Humanos, Meio Ambiente
Luiz Alberto Araújo, secretário de meio ambiente de Altamira, assassinado a tiros no dia 13/10. Foto: Prefeitura de Altamira, uso permitido.

Luiz Alberto Araújo, secretário de meio ambiente de Altamira, assassinado a tiros no dia 13/10. Foto: Prefeitura de Altamira, uso permitido.

Está matéria, escrita por Letícia Leite, foi publicada originalmente [1] no site do Instituto Socioambiental. É reproduzida aqui via parceria de conteúdo.

Uma dupla de assassinos, numa moto, executou, na última quinta-feira (13/10), o secretário de Meio Ambiente de Altamira, estado do Pará, Luís Alberto Araújo, 54 anos. Segundo a Polícia Civil, a execução ocorreu diante dos seus familiares, quando chegavam ao condomínio em que moram, no bairro de Buritis, na periferia da cidade. Os assassinos fugiram em direção ao município de Brasil Novo e ainda não há informações sobre sua identidade ou dos mandantes.

O assassinato engrossa a alarmante contabilidade dos assassinatos de militantes socioambientais na Amazônia, sem paralelos em outros lugares do mundo.

Araújo também foi secretário de Meio Ambiente em São Felix do Xingu, também no Pará, onde liderou um pacto para promover o cadastramento ambiental da quase totalidade das propriedades rurais. Por isso, acabou se indispondo com grileiros e desmatadores ilegais, que passaram a ameaçá-lo.

Em Altamira, Araújo conduziu os esforços pela instalação do saneamento urbano e o licenciamento do aterro sanitário da cidade. Também conseguiu implantar o cadastro ambiental em áreas tradicionalmente resistentes, fazendo diferença na luta contra as altas taxas de desmatamento. Sua gestão foi marcada pela isenção e seriedade na aplicação da legislação ambiental.

“Altamira perde um excelente gestor, sempre disposto a reivindicar o cumprimento das condicionantes socioambientais pelos responsáveis da construção da usina de Belo Monte e a prestar apoio às populações ribeirinhas e a outros segmentos afetados”, lembra Rodrigo Junqueira, coordenador do Programa Xingu do ISA. Junqueira afirma que é fundamental que os governos federal e estadual façam esforços para investigar o crime e punir os responsáveis.