Anche Cabral é primeira ciclista feminina Timorense a ser convidada para representar Timor-Leste no Cross Country Olímpico, dos jogos do Rio de Janeiro 2016.
A ciclista Timorense vai entrar no percurso de 5.400 metros Cross Country da Mountain Bike Radical com data prevista para os dias 20 e 21 de agosto. De acordo com a organização dos jogos Olímpicos Rio2016, a competição conta com a participação de 80 ciclistas (50 homens e 30 mulheres).
A notícia foi recebida com grande surpresa pela própria ciclista e pelos seus amigos suscitando uma onda de solidariedade pela capital de Timor-Leste, Dili, e pelas redes sociais onde está em circulação uma petição com vista a angariar fundos para que a ciclista consiga marcar a sua presença nas Olimpíadas.
Quem é Anche Cabral
Anche nasceu no distrito de Souro, Los Palos, na ponta leste de Timor, tem dez irmãos, sete rapazes e quatro raparigas por isso confessa que o apoio da comunidade Nacional e Internacional é bastante importante pois é ela quem sustenta a família e para participar nesta competição de renome internacional, terá de pedir uma licença sem vencimento, deixando a família em dificuldades.
Neste momento, a atleta já conseguiu juntar mais de 10 mil dólares, noticia que recebe com grande surpresa e alegria:
Fiquei muito surpreendida e muito contente. É uma honra representar o meu país.
Video sobre Anche Cabral:
Em conversa com o Global Voices, Anche Cabral, relembra como começou a dar as primeiras pedaladas numa bicicleta:
Hau gosta bisikleta nee uluk kedas bainhira hau sei kiik maske hau laiha bisikleta maibe hau iha hakarak boot. Hakarak ida ne’e sempre mosu iha hau nia hanoin… Husi nee komesa ho kolega sira dada malu impresta ema bisikleta hodi halai
Eu sempre gostei de andar de bicicleta, deste pequena. Mesmo que nunca tivesse tido uma minha, sempre tive um grande desejo em ter uma. Este desejo sempre esteve presente em meus pensamentos. Comecei a andar em bicicletas emprestadas pelos meus amigos. E fiz corridas em algumas dessas bicicletas.
Anche acrescenta que começou a levar mais a sério o ciclismo quando entrou no Tour de Timor de 2009, a volta em bicicleta de Timor-Leste com um percurso desde Dili-Baucau-Loihunu-Betano-Maubissi-Dili. Para poder participar nessa prova, a ciclista lembra que teve de passar por um processo de seleção onde apenas 25 candidatos seriam apurados. Anche foi uma dos 25 selecionados:
Partisipante ba selesaun ami hamutuk 57 se la sala no feto ami 4 no hau mak feto uniku selesionado hodi tuir tour de timor ba primeira vez.
57 concorreram para participar. Eramos 4 mulheres e eu fui a única mulher selecionada para participar no Tour de Timor pela primeira vez.
A atleta timorense termina a sua conversa com o Global Voices por agradecer o extensivo apoio de todos e reconhece que sem eles ela não teria esta oportunidade única de representar Timor-Leste ao mais alto nível do ciclismo internacional – na classe BTT – e espera que a sua história olímpica possa servir de incentivo a outras mulheres:
husi hau nia pastisipasaun dengan tidak langsung hau motiva kolega feto seluk mos atu tuir , Ita tenki hatudu ba mundo katak Feto Timor mos bele
Com esta minha participação espero motivar as mulheres a tentar também, temos de mostrar ao mundo que a mulher Timorense também pode.
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