Games of Thrones (A Guerra dos Tronos) e o Quirguistão tem muito em comum: paisagens poéticas, roupas fantásticos e uma tradição de turbulência política baseada numa divisão entre agentes poderosos do norte e sul.
Agora, músicos quirguizes do grupo folcórico-etnográfico Ordo Sakhna apresentam a música de abertura da série como nunca antes ouvida, através de uma performance organizada pela organização de mídia local Zanoza.kg e o escritório local da organização de mídia americana Internews.
Música tradicional quirguiz
A independência (da União Soviética) promoveu um interesse renovado por instrumentos tradicionais deste país da Ásia Central, nenhum deles mais do que o komuz, que é um item comum nas casas quirguizes e instrumento favorito em concertos nacionais que marcam ocasiões importantes.
Mas mesmo durante o período Soviético a afeição nacional pelo instrumento é bem conhecida, como demonstrado pela passagem abaixo do livro Girl in the Red Scarf [A garota do lenço vermelho] do lendário autor quirguiz Chingiz Aitmatov:
Over the radio came a tune I knew, played on the komuz. It was a Kyrgyz song which always made me think of a lonely horseman riding through the twilit steppe. He has a long journey before him, the steppe is vast, he can think at leisure and softly sing a song, sing on what is in his heart. A man has many things to think over when he is alone, when the only sound in the stillness about him is the rhythmic thud of his horse’s hoofs. The strings of the komuz rang gently, like water rippling over smooth, clean stones . The komuz sang of the sun setting behind the hills, of the cool blueness sweeping stealthily over the ground, and of the wormwood and yellow feather grass stirring and swaying, shedding their pollen on the sun-baked road. The steppe would listen to the rider and sing with him…
Pelo rádio veio uma canção que eu conhecia, tocada no komuz. Era uma canção quirguiz que sempre me fazia pensar em um cavaleiro solitário cavalgando pelas estepes ao crepúsculo. Ele tem uma longa jornada a percorrer, a estepe é vasta, ele pode pensar no lazer e suavemente cantar uma canção, cantar sobre o que está em seu coração. Um homem tem muitas coisas a pensar quando está sozinho, quando o único som no silêncio que o circunda é o baque rítmico dos cascos de seu cavalo. As cordas do komuz cantam gentilmente, como a água batendo suavemente sobre pedras limpas. O komuz cantou o pôr do sol por detrás das colinas, de fresca cor azul varrendo furtivamente o chão, e do absinto e da grama amarelada balançando e derramando seu pólen na estrada cozida pelo sol. A estepe iria ouvir o cavaleiro e cantar com ele …
Para mais música tradicional quirguiz, o blog de Dennis Keen KeenonKyrgyzstan é uma excelente fonte em inglês.